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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Captura

Seis meses após o apagão final da televisão analógica, os portugueses estão a colher os frutos da má semente que foi semeada. Infelizmente muitos "acordaram" tarde. Como já disse praticamente tudo o que havia a dizer sobre a TDT "Made in PT", deixou-vos com três pequenas "memórias" do passado, para reflexão.

A propósito da desistência da PT aos Muxes B-F:
«Esta decisão da PT representa um rude golpe na TDT portuguesa, mas também na credibilidade e imagem da Portugal Telecom e da autoridade reguladora! Se o processo de transição para a TDT já se antevia difícil, agora será ainda mais complicado.» Blogue TDT em Portugal, 22/01/2010.

Ou, a propósito do (na minha opinião) não cumprimento da data limite para a conclusão da cobertura do sinal, após um responsável da ANACOM ter afirmado que as obrigações de cobertura da totalidade do território tinham ficado concluídas em Dezembro de 2010:
«A última coisa que a TDT portuguesa necessitava era um regulador desacreditado, mas creio que agora não restam dúvidas que (no mínimo) a verdade tem sido distorcida. Claro que isto levanta questões muito sérias que outras pessoas ou entidades responsáveis poderão desenvolver nas instâncias próprias. Haja interesse e coragem». Blogue TDT em Portugal, 3/05/2011.

Ou, as “incompreensíveis ” explicações do presidente da ANACOM no Parlamento a propósito da aceitação da revogação das licenças da TDT paga:
«Disse o presidente da ANACOM que a PT lançou o MEO devido ao atraso do concurso da TDT (paga) devido às complicações legais (recurso da Airplus). Ora, a PT lançou o MEO (em Cabo, IPTV e satélite) em 2 de Abril de 2008, dois meses antes de serem conhecidos os resultados dos concursos da TDT! Mais, em Janeiro de 2008 (antes do inicio da data de apresentação de candidaturas aos concursos TDT) a PT já havia informado que iria lançar o serviço MEO Satélite em Abril. Parece-me que só a ANACOM aceitou as justificações da PTC, o que é, digamos… “estranho”.» Blogue TDT em Portugal, 24/09/2011.

Em Janeiro de 2010 partilhei o meu entendimento sobre o motivo para a desistência da TDT paga:
«...Depois de ter lutado para afastar o seu único concorrente (AirPlus) e ter repetidamente garantido que o avanço do seu projecto de TDT paga não estaria em causa, a PT solicitou à Anacom a revogação das licenças relativas aos Mux's da TDT paga!
Penso que fica agora claro quais foram as alegadas alterações de mercado. É que a PT avançou para a massificação do serviço Meo através do Meo Satélite (com sucesso), na mesma altura em que concorria às licenças da TDT. Á luz dos mais recentes desenvolvimentos, é legítimo considerar que a candidatura às licenças da TDT paga, não passou de uma estratégia para eliminar a concorrência.
Julgo também, ter ficado claro que, desde muito cedo a PT terá desistido da TDT. Recordo que já em Abril de 2009 (curiosamente apenas alguns dias após a AirPlus ter anunciado a sua desistência de continuar a "lutar" nos tribunais e da extinção da sua filial em Portugal), o presidente executivo da PT tinha falado em «alteração de circunstâncias de mercado» e que em Maio do mesmo ano alertei que a TDT paga tinha sido aparentemente "esquecida" pela PT nos testes de compatibilidade dos equipamentos. Mas, já na fase de consultas dos concursos, a PT considerava a TDT como «uma plataforma de televisão digital alternativa às existentes, designadamente cabo e satélite»....» Blogue TDT em Portugal, 22/01/2010

"Sinais" creio que não faltaram. Pergunto: se o regulador depende do Governo (laranja, rosa, azul ou outro), se existe "captura" do regulador, a captura não será antes do próprio Governo?

19/11/2012:
Segundo notícias recentes, a ANACOM irá realizar dois estudos sobre a TDT. Um sobre que supostamente pretende recolher informação sobre o processo de migração na "óptica do consumidor". O outro, que decorrerá em 2013, visará a qualidade de recepção do sinal TDT e será levado a cabo por "especialistas da área". 

Sendo conhecida a contradição flagrante entre o discurso oficial do regulador (para quem essencialmente tudo correu bem) e a dos consumidores, não seria recomendável que estes estudos fossem efectuados por empresas independentes, não portuguesas e seleccionadas através de concurso público? 
 
Quem ainda não está familiarizado com o frágil "ecosistema" da TDT portuguesa pode encontrar mais "material de estudo" na coluna à direita ;) 

terça-feira, 26 de julho de 2011

Comparativo TDT portuguesa / TDT espanhola

A comparação entre a Televisão Digital Terrestre portuguesa e a Televisão Digital Terrestre de outros países tem sido um tema recorrente no blogue TDT em Portugal. Seria impossível não assinalar a diferença colossal, particularmente entre aquilo que se oferece ao telespectador em Portugal e em outros países. Apesar de ter arrancado tarde e de terem falhado, tanto o 5º Canal como o Canal HD, os Governos (actual e anterior) nada fazem para alterar o impasse na TDT. Faltam poucos meses para o "suposto" inicio do encerramento das emissões de televisão analógica nos principais emissores e retransmissores e nada é feito para acelerar o processo de transição, apenas propaganda. As últimas estatísticas são de Novembro de 2010 e indicam uma taxa de adesão à TDT de apenas 1,1% dos portugueses sem serviço de televisão por assinatura.

Em muitas zonas de Portugal é possível receber a TDT espanhola e verificar as diferenças entre a TDT portuguesa e a TDT espanhola. Para além dos canais públicos e privados de cobertura nacional existem canais regionaiscanais locais e até piratas. Em muitas zonas do norte de Portugal é possível receber a TDT proveniente da Galiza, uma região com forte ligação ao nosso país. Eis um resumo que ilustra as diferenças entre a TDT portuguesa recebida no Continente e a TDT espanhola recebida na Galiza (zona de Vigo/Pontevedra) e em alguns locais do norte de Portugal.

(Clicar imagem para ampliar)
2/08/2011 (actualização):
A TVE realizou no dia 1/08/2011 a primeira emissão nacional em sinal aberto de televisão em 3D através da TDT. A emissão consistiu num espectáculo musical préviamente gravado. A seguir à televisão interactiva e à Alta definição a televisão pública espanhola continua a sua aposta na inovação tecnológica e dá agora os primeiros passos na televisão em três dimensões. E para breve a TVE promete também a estreia de um serviço de televisão multi-canal. Ao contrário de Portugal, a televisão pública do país vizinho trabalha para todos os cidadãos, prestando um verdadeiro serviço público, sem discriminações. Os interessados podem ler mais sobre a experiência 3D no site da própria RTVE, aqui.

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segunda-feira, 10 de maio de 2010

TDT portuguesa - Que futuro? (actual. em 28/06)

A televisão digital terrestre tem tido grande aceitação um pouco por todo o mundo. Reino Unido, Espanha, França, Itália, Alemanha, Estados Unidos, Austrália, Japão, são apenas alguns dos países aonde a televisão digital terrestre é um sucesso. E em Portugal? Um ano após o lançamento oficial, será que a TDT portuguesa terá algum futuro?

Portugal, reconhecidamente, arrancou muito tarde com a TDT. Mas isso não impediu que, possivelmente, TODAS as decisões estratégicas tomadas fossem as erradas:
  • Pretender a rápida massificação da TDT e seleccionar uma norma recente, diferente da já utilizada em todos os grandes países europeus, logo com pouca expressão no mercado. Resultado? Preços altos e incompatibilidade da esmagadora maioria dos equipamentos.
  • Atribuir apenas um Mux para a TDT de acesso livre e cinco para a paga. Ironia do destino, a TDT paga não saiu do papel!
  • Não criar as condições e obrigar o operador público a emitir os canais de interesse público RTP Memória e RTPN na TDT, continuando escandalosamente a favorecer as plataformas de PayTV.
  • Criar um canal HD partilhado, aparentemente, sem o acordo prévio entre os operadores de TV. Resultado? Não há canal HD!
  • Abrir concurso para um canal generalista quando a opinião generalizada apontava para a sua inviabilidade. Resultado? Perda de tempo e não há 5º Canal!
  • Delegar no operador da rede toda a responsabilidade sobre campanhas de informação e, aparentemente, sem um timing pré-estabelecido. Resultado? ZERO campanhas de informação até à data!
Se os responsáveis por estes resultados trabalhassem numa empresa privada, o que lhes aconteceria?

Em 2008, o Estado favoreceu a adopção de uma norma que tornou obsoletos praticamente TODOS os televisores já preparados para a TDT e, através da Anacom informou que muitos equipamentos à venda em Portugal não eram compatíveis com a TDT portuguesa. Foi o understatement do ano!

Em Janeiro deste ano (2010) estimei que apenas 5% dos televisores em uso seriam compatíveis com a TDT portuguesa. É irrealista supor que em Abril de 2012 este valor atinja sequer os 50%. Recorde-se que em 2012 haverá grande disponibilidade de espectro. A manter-se a situação actual, apenas UM Mux estará em utilização, um bom indicador do (sub) desenvolvimento de Portugal em matéria de televisão! Mais uma vez, seria irónico o Estado ter favorecido a adopção de uma norma que permite poupar espectro para logo depois ter(?) de gastar milhões a subsidiar equipamentos com o dinheiro dos nossos impostos.

Segundo proposta em apreciação na Anacom, já no primeiro e segundo trimestres de 2011 as emissões analógicas de TV serão desligadas em duas zonas piloto ainda a definir. Os habitantes dessas zonas servirão de cobaias e o seu comportamento será analisado e poderá influenciar a forma como o processo de transição será conduzido no resto do país. Portugal deverá ser o único país do Mundo em que se fixam datas para o encerramento de emissores sem que haja previamente uma única campanha de informação sobre TDT! Simplesmente vergonhoso!

Mas, compreende-se... Quando o tuga perceber que, para poder continuar a ver 4 canais de TV, terá de comprar uma “caixinha” para cada televisor e, provavelmente ter ainda de pagar ao “técnico” para “mexer” na antena, não vai ficar muito satisfeito! Mais insatisfeito ficará se souber que os seus vizinhos espanhóis têm acesso a uma oferta alargada de canais por uma fracção do custo. Por isso, quanto menos e mais tarde se falar nesta "coisa" da TDT melhor! Ah, e as plataformas de TV paga sempre vão angariando mais umas centenas de milhar de clientes. É assim que as coisas funcionam em Portugal…

O Canal HD continua sem emissão e sem qualquer perspectiva de solução à vista. O chumbo da candidatura da TeleCinco ao concurso do 5º Canal generalista é agora definitivo com a rejeição do recurso interposto pela mesma.

E a seguir virá a investigação à desistência da TDT paga da empresa com participação capitais públicos, golden shares e dois administradores nomeados pelo Estado(!). E o tempo passa...

E depois? Novo concurso para a TDT paga? Novo concurso para o 5º Canal? Mais prazos e mais recursos? Patético! Os interesses instalados tudo farão para que nada avance! Infelizmente, em Portugal, a TDT tem mais detractores do que defensores.

A solução lógica e imediata foi à muito apresentada aqui neste Blog: RTP Memória e RTPN na TDT Já!

Mas como, se aqueles incumbidos de defender o interesse público demonstram estar mais interessados em favorecer interesses privados?

Actualização 22/06/2010:
Como avançado em Março aqui no blog, o pedido de revogação da licença dos canais pagos de Televisão Digital Terrestre pela Portugal Telecom e o novo destino do espaço deixado livre serão discutidos hoje e na quarta feira pelas comissões parlamentares de Ética e de Comunicações. Esta discussão, recorde-se, surge na sequência de uma queixa apresentada pela Sonaecom, uma das empresas interessadas nos concursos da TDT. Segundo o Jornal de Negócios serão hoje ouvidos pelos deputados das comissões o presidente do conselho de administração da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), José Amado da Silva, às 15:00, o presidente do Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), José Azeredo Lopes, às 16:15, e o administrador da Portugal Telecom (PT) Alfredo Baptista, às 17:30. Para quarta-feira estão marcadas as audições dos ministros das Obras Públicas, António Mendonça, às 10:30, e dos Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão, às 11:45. Veremos o que "sai" destas discussões, sendo certo que não é possível (nem recomendável) forçar a PT a avançar com a contra gosto com TDT paga. A poucos meses do primeiro apagão do sinal analógico (1ºtrimestre de 2011), esta poderá ser uma das últimas oportunidades para colocar a televisão digital terrestre nos carris.

Actualização 24/06/2010:
Para não variar muito do que tem sido a norma, pouco ou quase nada se sabe sobre os trabalhos das comissões parlamentares de inquérito sobre a televisão digital terrestre. Mais uma vez, quase nenhuma cobertura por parte dos meios de comunicação, nem pelo próprio Canal Parlamento. Fica no entanto a informação de que o PSD irá apresentar um requerimento a fim de clarificar dúvidas levantas. Segundo o deputado social-democrata António Leitão Amaro «o Governo garante que as sinergias estão garantidas e a PT alega que não há sinergias». Já o Ministro dos Assuntos Parlamentares Jorge Lacão, ainda sobre a revogação das licenças da TDT paga e devolução da caução de 2.5 milhões à PT, afirmou que «a decisão final da Anacom já tarda».

Vamos aguardar pelos resultados...de preferência sentados.

Actualização 28/06/2010: Governo "favorece" alta definição?
A edição impressa d'O Jornal de Negócios publicou uma notícia em que deduz das palavras do ministro Jorge Lacão que a inclinação do Governo para solucionar o problema criado com a desistência da PT da TDT paga passa pela utilização do espectro deixado livre para emissões em alta definição: «merece ser bastante ponderada a definição de um modelo de alta definição» são as palavras do ministro. O modelo, alegadamente, passaria pela atribuição de um canal em alta definição a cada um dos operadores. Mas a «oferta em sinal aberto de outros canais no âmbito da prestação de serviço público» continua a ser uma possibilidade. Já a abertura de novo concurso é considerada "critica", devido à alteração das condições do mercado (razão invocada pela PTC para desistir da TDT paga).


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sexta-feira, 19 de março de 2010

TDT paga: ERC vs ANACOM

A ERC tornou hoje pública a sua deliberação definitiva a propósito do pedido de revogação dos direitos de utilização das licenças da componente paga da plataforma de televisão digital terrestre (Multiplexers B a F). Como era esperado, a ERC declarou improcedente o pedido da PTC.

A ERC sublinha que, "o dito requerimento de revogação tem por objecto e significado o abandono de uma componente essencial da introdução da televisão digital terrestre em Portugal, enquanto projecto definido e apresentado como dotado de importância estratégica e decisiva para o interesse nacional", e que, à data, "se mantém válida e inalterada pelas instâncias competentes a definição do interesse público relativo a esta matéria".

E sublinha também a unanimidade no sentido da rejeição das pretenções da PTC, quanto aos contributos recebidos em consulta pública ao Projecto de Decisão do Conselho Regulador da ERC.

Entre as entidades que se manifestaram em consulta pública estão: Sonaecom, Impresa, Media Capital, Zon, APIT e a própria PTC.

Como ao que tudo indica, o ICP-Anacom irá (em sentido contrário ao da ERC) confirmar o sentido da sua deliberação anterior e aprovar (a pedido da PTC) a revogação da atribuição dos direitos de utilização de frequências associados à TDT paga. Poderá pois avizinhar-se mais uma embrulhada jurídica a envolver a TDT portuguesa o que, lamentávelmente, poderá vir a atrasar ainda mais o processo de transição, isto quando faltam apenas dois anos para a data limite prevista para o encerramento das emissões analógicas de televisão.

A deliberação da ERC, que contém os contributos da consulta pública, pode ser consultado aqui.

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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

TDT Espanhola: novidades

A implantação da televisão digital terrestre na vizinha Espanha entrou na sua recta final. É já a partir de 10 de Março que entra em vigor a última fase do plano com vista ao desligamento de todas as emissões analógicas em 3 de Abril próximo. Desde 2008 que muitos emissores e retransmissores analógicos vêem sendo desligados, libertando frequências que serão em parte utilizadas para a introdução de novos canais na TDT.

A Alta definição é um dos beneficiários da libertação de frequências, mas também os canais autonómicos (regionais) e locais que há muito são uma realidade em Espanha. As emissões em HD vêm ganhando terreno, sobretudo através do serviço público, com o alargamento das emissões do Canal TVE HD a vários pontos do território, mas também através de alguns canais públicos de âmbito regional.

Mas, há também boas notícias para os portugueses que residem nas zonas fronteiriças, em particular os que têm acesso aos sinais que chegam a partir do centro emissor de Montanchez. Nos últimos dias, a empresa espanhola Abertis, procedeu à alteração da frequência de emissão do Mux 67 espanhol, para o canal 39 da banda de UHF, a fim de solucionar definitivamente o conflito de frequências entre Portugal e Espanha (o Mux A português emite também no canal 67). Segundo informação recebida, a recepção dos canais espanhóis através deste multiplex melhorou de forma notória. Como tinha anteriormente informado, os sinais deste centro emissor alcançam com relativa facilidade inúmeras localidades da Beira Baixa e do Alto e Baixo Alentejo.

Actualmente a TDT espanhola é recebida em mais de 80% dos lares espanhóis e contra com um elevado grau de satisfação por parte dos telespectadores (inclusivé portugueses). Neste momento é difícil fazer uma comparação de números com a TDT portuguesa, pois em Portugal ainda não há dados divulgados. A única informação disponível reclama uma cobertura de 80% da população, o que obviamente não significa que 80% da população receba efectivamente a TDT. O número de portugueses que recebem a nossa TDT deverá ser, aliás, bem baixo, dada a ausência de promoção, a reduzida oferta de programas e o preço ainda elevado dos equipamentos compatíveis (receptores) com a norma a utilizar em Portugal (é possível adquirir equipamentos para receber a TDT espanhola a partir de 20€). De seguida apresento alguns dados que demonstram a enorme disparidade entre a oferta da TDT espanhola e a portuguesa.

TDT Espanhola:
  • Mais de 25 canais de televisão de acesso gratuito (a oferta varia de região para região);

  • Canais regionais e locais;

  • Canais de rádio de acesso gratuito;

  • Canais em Alta definição;

  • Generalização das emissões em 16:9;

  • Utilização de dois canais áudio (Dobragem/VO) por alguns canais;

  • Canais pagos (Gol Televisión);

  • Serviços interactivos;

  • TDT por satélite.
TDT Portuguesa:

  • 4 Canais de televisão de acesso gratuito.

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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

TDT paga: ERC não aceita desistência da PT

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) divulgou um projecto de decisão, aprovado por unanimidade, em que considera improcedente o pedido de revogação da licença para canais pagos da Televisão Digital Terrestre (TDT) apresentado pela PT Comunicações. A Anacom, recorde-se, tinha decidido em sentido contrário, aprovando o «sentido provável de decisão de revogação do acto de atribuição dos direitos de utilização de frequências associados aos Multiplexers B a F» e sem perda da caução de 2.5 milhões de euros.

Neste projecto de deliberação a ERC "arrasa" as justificações apresentadas pela PTC e, pode até inferir-se que a entidade reguladora suspeita de má fé na actuação da PTC, como aliás é legítimo, tendo em conta a cronologia e as circunstâncias que culminaram no pedido da PT.

Este projeto de decisão, será agora submetido a audiência prévia da PT Comunicações, pelo prazo de 10 dias úteis. Espera-se portanto, que, no inicio de Março esta questão esteja resolvida e não se torne em mais uma das muitas embrulhadas jurídicas em que se tem envolvido a Televisão Digital Terrestre Portuguesa.

O projecto de decisão da ERC está disponível aqui.

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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

TDT cobre 80% da população

Segundo a Portugal Telecom, a TDT já chega a mais 8 milhões de portugueses, ou seja, 80% da população. Recorde-se que, contratualmente, a PT estaria obrigada a assegurar a cobertura de pelo menos 78% da população até 31/12/2009. Desconhece-se se efectivamente a PT cumpriu esta meta na data prevista.

Apesar de informar que a cobertura aumentou, a PT não divulgou ainda quais os novos emissores que entraram em funcionamento. (17/02 - lista de emissores actualizada).

A entrada em funcionamento dos emissores de TDT tem sido divulgada passo-a-passo neste Blog no tópico: EMISSORES/MAPAS/FREQUÊNCIAS.

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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Quem quer tramar a TDT?

No passado dia 22 de Janeiro, sensivelmente a meio da tarde, começou a circular a notícia de que a Portugal Telecom tinha pedido a revogação das suas licenças para os canais pagos da TDT. Na prática isto significa que a mesma desistiu de lançar o seu projecto de TDT paga.

Importa recordar que este projecto envolvia largas dezenas de milhões de euros e, acreditando no que foi anunciado, teria grande impacto na sociedade e em vários sectores da economia portuguesa.

Desde então tenho aguardado por mais informações nos canais de televisão (que são parceiros da PT na TDT). Em vão! Zero!

Entretanto a Anacom informou ontem que aceitou o pedido da PT e que iria devolver a caução de 2.5 milhões de euros entregue aquando da candidatura ao concurso da TDT paga.

Como é possível que o cancelamento de um projecto de investimento desta dimensão e com este impacto na sociedade e na economia não seja notícia em nenhum telejornal? Não terá relevância noticiosa?

A radical alteração do modelo de oferta da TDT portuguesa não é notícia? Como é possível que tenha passado ao lado das televisões? Será uma matéria demasiado sensível? Incómoda?

O facto de as televisões (RTP, SIC e TVI) terem com a PT uma relação de dependência, estará na origem deste silêncio? Existirá algum acordo para “abafar” esta notícia?

Terá sido mera coincidência que a notícia tenha saído a público ao final da tarde de uma Sexta-feira?

A ocultação selectiva de informação não será um caso de manipulação da opinião pública?

O silêncio das televisões é mais uma evidência (como se de mais houve-se necessidade), da falta de isenção dos principais media portugueses! É o resultado da completa submissão aos poderes político e económico. Os órgãos de informação são, também eles, por omissão (pelo menos), co-responsáveis pelo estado a que chegou o processo de introdução da televisão digital terrestre em Portugal. Não questionam, não investigam, não informam, não criticam.

Agora seria o momento oportuno para os principais actores desta péssima novela responderem a algumas questões. Mas, ou ninguém quer fazer as perguntas ou, não há ninguém disponível para responder. Típico… então faço-as eu!

Ninguém se interroga porque motivo se, desde Abril de 2009, a PT vem dizendo que o projecto iria ser reformulado, a ERC, a Anacom ou o Governo não se manifestaram imediatamente, pedindo esclarecimentos? Publicamente não são conhecidas quaisquer tomadas de posição. Alguém tem conhecimento?

E porquê aguardar praticamente até ao final do prazo legal para pedir a revogação das licenças? Não terá sido um expediente para tentar inviabilizar ao máximo a abertura de novo concurso?

Cada vez mais, na política e nos negócios, as tácticas manhosas são praticadas na mais completa impunidade.

Em projectos desta importância nada acontece por acaso, não pode. Por tudo o que tem sucedido neste processo de introdução da televisão digital terrestre, e que tem sido relatado e debatido neste Blog, estou hoje convicto que a TDT segue um guião “paralelo”. Esta terá sido apenas uma das “cenas” principais. Infelizmente, nesta triste novela, como em tantas outras, a maioria dos portugueses limita-se a assistir e, consequentemente, não tem influência na evolução da história.

É minha opinião que, para afastar polémicas, muita da informação relacionada com a TDT tem sido e continua a ser deliberadamente deturpada e ocultada. Com grande eficácia pois, infelizmente, apenas uma pequena minoria está a par do que se tem passado com a televisão digital terrestre portuguesa e das consequências para o futuro.

Em muitos países a TDT (gratuita e paga) é um grande sucesso: Espanha, França, Itália, Reino Unido, etc. Isto, porque foram tomadas as decisões acertadas, houve um planeamento cuidado, divulgação e, sobretudo, houve respeito pelo consumidor. Em Portugal, é o desastre que está à vista de todos. Nem os erros cometidos no passado recente por alguns países demoveram os “responsáveis” portugueses de trilhar um caminho que à partida se sabia terminar num beco sem saída. Mas, quem sabe se o estado de coisas actual afinal não interessa a alguém?

Por cá, debate-se o mesmo tema na rádio ou na TV, n vezes, até á exaustão! De TDT nunca ouvi falar! Por cá, tal como nas sociedades com alto défice democrático, a Internet tem sido o único espaço onde os cidadãos podem aceder a alguma informação, conhecer a verdade e, fazer ouvir livremente a sua voz a respeito desta matéria. Pena é que, apenas uma pequena minoria faça alguma coisa para tentar inverter este estado de coisas. Uma coisa é certa, no final os portugueses vão ter apenas aquilo por que lutaram ou, o que é o mesmo, aquilo que merecem.

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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

TDT paga - PT não deverá perder a caução

A Anacom aprovou o «sentido provável de decisão de revogação do acto de atribuição dos direitos de utilização de frequências associados aos Multiplexers B a F e, consequentemente, os cinco títulos que consubstanciam os direitos de utilização atribuídos à PT Comunicações, S. A. (PTC), sem perda de caução». A PTC, recorde-se, entregou uma caução de 2.5 milhões de euros aquando da sua candidatura ao concurso da TDT paga.

Tudo aponta portanto, para que a PT não vá sofrer qualquer penalização por desistir da utilização das licenças que lhe foram atribuidas, e isto apesar de apenas ter comunicado a sua "desistência" poucas semanas antes de terminar o prazo limite (a PTC comunicou o seu pedido ao ICP-Anacom em 16/12) para iniciar as emissões da TDT paga.

Entre os motivos invocados pela PT para o pedido de revogação das licenças estão:
  • O atrazo na emissão das licenças da TDT paga;
  • O atrazo no arranque do 5º Canal;
  • Os preços competitivos das ofertas de Tv paga já no mercado;
  • O forte investimento nas redes de nova geração (fibra óptica);
  • A crise económica.
A PT defende ainda a utilização do Mux A para alta definição e a rápida reafectação dos Mux's B-F para serviços fixos e móveis de banda larga (porque é que eu não estou surpreendido?). Parece portanto que a PT sempre vai ter o seu "dividendo" digital em Janeiro de 2011, como queria. É pois previsível que em breve (antes do previsto) as frequências da TDT sejam alteradas. Importa ainda ter presente que o Mux A, com os actuais parâmetros de emissão, não tem capacidade para transmitir 4 canais de Tv (muito menos 5) em HD.

A PT refere ainda a ausência de sinergias que resultariam da implementação simultânea da TDT gratuita e da TDT paga, nomeadamente ao nível da rede. Esta justificação, na minha opinião não convence, porque a rede é a mesma (mesmos emissores, mesma rede de distribuição de sinal, mesmo headend). Para implementar a TDT paga a PT apenas teria que ativar os respectivos multiplexers em Monsanto e adicionar algum equipamento extra nos emissores.

Da leitura do projecto de decisão podemos ainda constatar que a Anacom aceitou todas as justificações da PTC!

Os interessados têm até 1 de Março para se pronunciar através do endereço consulta.revogacao.muxes.bf@anacom.pt sobre o projecto de decisão da Anacom agora divulgado.

O projecto de decisão da Anacom está disponível aqui.

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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Portugueses querem RTP Memória na TDT

A RTP Memória foi o tema do programa A Voz do Cidadão emitido no passado fim-de-semana na RTP. Cidadãos “comuns” e “notáveis” emitiram a sua opinião sobre o canal e manifestaram o desejo de ver a RTP Memória disponível para todos, ou seja, a difusão do canal em sinal aberto.

O leitor mais atento, irá certamente recordar que já em Junho de 2009, na sequência de um “movimento” iniciado pelo Blog TDT-Portugal e seus leitores, o programa A Voz do Cidadão dedicou uma emissão à TDT e o porquê da não difusão dos canais RTP Memória e RTPN em sinal aberto. Na altura, como muitos recordam, a justificação dada para a não difusão dos canais em sinal aberto foi a falta de espectro (espaço) na TDT, justificação que, diga-se, não convenceu ninguém! Também em 2004 a justificação para a não emissão do canal em sinal aberto (o canal tornou-se exclusivo da TV por cabo), havia sido a saturação do espectro radioeléctrico!

Como foi noticiado, a PT desistiu da TDT paga e como resultado 5 Mux’s ficaram livres, estando a mesma, alegadamente, a “negociar” com RTP, SIC e TVI a utilização a dar ao espectro não utilizado. A habitual desculpa da falta de espectro para a emissão da RTP Memória (e RTPN, e outros) na Televisão Digital Terrestre, deixou portanto, de ter qualquer fundamento. Esgotada a “cassete” falta de espectro, ficámos agora a saber que a nova justificação para a não difusão da RTP Memória em sinal aberto (acesso gratuito) é a falta de licença para o efeito! «Estão atribuídas todas as licenças para emissão em sinal aberto e não existem mais.» disse o director do canal.

Será então assim tão complicado para o Governo fazer com que seja emitida uma licença para um canal classificado de interesse público?

Até quando os responsáveis da televisão pública continuarão a ignorar a voz do cidadão?

Quando terminará o exclusivo das redes de TV cabo sobre os canais do operador público?

A emissão do programa A Voz do Cidadão está disponível aqui.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Televisores: menos de 5% estão preparados para a TDT

A crer em dados da empresa de estudos de mercado GFK, entre os meses de Janeiro e Novembro de 2009, foram vendidos em Portugal 247.000 televisores com sintonizador TDT e suporte da norma MPEG-4. Ou seja, aptos a receber a TDT portuguesa sem necessidade de receptor ou adaptador externo.

Se tivermos em conta que em Portugal existem aproximadamente 3.7 milhões de famílias, que possuem, pelo menos, um receptor de televisão, rapidamente chegamos à conclusão que a percentagem de televisores preparados para receber a televisão digital terrestre portuguesa é inferior a 5%, tanto mais que, em anos anteriores, a disponibilidade no mercado português de televisores com TDT MPEG-4 foi muito reduzida. Se tivermos em conta os aparelhos presentes fora do lar, como espaços comerciais, consultórios, etc, esta percentagem será ainda mais reduzida.

Estes números, revelam que apenas a aproximadamente dois anos e meio da data prevista para o desligamento do sinal analógico, o nível de adaptação para a TDT é ainda muito baixo e reforçam a importância da necessidade de disponibilizar no mercado adaptadores TDT MPEG-4 a preço acessível. A maioria dos portugueses, recorde-se, apenas recebe o serviço "básico" de televisão,via antena terrestre.

A nível global estima-se que em 2009 tenham sido vendidos 205 milhões de televisores, sendo 69% do tipo LCD.

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sábado, 2 de janeiro de 2010

TDT - O que correu mal?

Um novo ano começa e com ele renasce a esperança de que a televisão digital terrestre se torne finalmente acessível a todos os portugueses. Muitos aguardavam que 2009 fosse o ano da TDT em Portugal. Contudo, mais de um ano após o inicio das primeiras emissões, a introdução da televisão digital terrestre tem passado ao lado da maioria dos portugueses.

O que tem corrido mal? Na minha opinião, quase tudo!

Divulgação
É caso para dizer - Qual divulgação? Apesar do sinal oficialmente já estar disponível para mais de 65% da população (deverá nos próximos dias ser anunciada a cobertura de +80% da população), com excepção da internet e algumas notícias nos jornais, a divulgação da nova televisão ainda não começou verdadeiramente.

Oferta de canais gratuitos
A oferta de canais de acesso livre prometia pouco, mas ainda assim conseguiu desapontar! O canal em Alta Definição com programação dos canais públicos e privados (RTP, SIC e TVI) continua no papel. O avanço do Quinto Canal de televisão generalista continua bloqueado por disputas legais.

Oferta de canais a pagar
Depois de um concurso polémico, que a PT venceu, está contratualmente previsto que as emissões arranquem até 31 de Janeiro próximo. No entanto, ainda praticamente nada se sabe sobre a oferta paga (Meo DT) e os moldes em que irá funcionar. Prevê-se pois que, a disponibilização dos canais codificados na TDT, esteja ainda distante.

É que a PT, vem desde Abril de 2009, falando numa suposta alteração de circunstâncias de mercado, tendo recentemente informado que está em conversações com o regulador. Teme-se que se avizinhem novos e polémicos desenvolvimentos!

Equipamentos
Anunciado e apresentado ao público pela PT, há praticamente um ano, continua hoje a ser impossível adquirir o necessário receptor de TDT ao preço anunciado de 50€. A PT, recorde-se, colocou em algumas das suas lojas uma quantidade reduzidíssima de equipamentos, à venda por um preço mínimo de 99€! Devido ao preço elevado dos adaptadores, e à reduzida oferta de canais, antevê-se que em 2010 a maioria dos consumidores terá acesso à TDT através da troca do televisor.

Conclusão
Se considerarmos que nos concursos públicos, o regulador atribuiu à rápida massificação da TDT a maior importância, a conclusão é inevitável – a introdução da TDT em Portugal está, até à data, a ser um fracasso! Aliás, seria muito interessante que a Anacom divulgasse quantos lares já recebem a TDT e quantos receptores de TDT (compatíveis) foram vendidos. Ainda vamos a tempo! Mas, a manter-se esta situação, e se não se contrariar a tradição portuguesa de adiar tudo para o último dia, é de prevêr que a adesão à TDT seja(?) feita, à pressa, quando o sinal analógico estiver na iminência de ser desligado.

Estado, operador da rede e canais de televisão, são responsáveis. Está claro que as opções tomadas não foram as melhores para o consumidor:

  • Cedo disse que utilizar MPEG-4 na TDT gratuita era incompatível com a rápida massificação da TDT. O mercado tem comprovado isso mesmo. Quase dois anos após a data de apresentação das candidaturas aos concursos da TDT, o preço dos adaptadores TDT MPEG-4 continua demasiado alto para permitir uma adopção em larga escala.

  • O Canal HD revelou-se uma utopia. Os canais não se entendem e ninguém parece importar-se com isso. Faltou coragem e determinação para enfrentar lobbies e, finalmente, disponibilizar RTP Memória e RTPN em sinal aberto.
  • A divulgação e promoção da TDT não deveriam estar exclusivamente entregues a uma entidade privada (Fórum TDT, i.e. operador de rede e canais), como até aqui, correndo-se o risco da TDT ficar refém de uma agenda de interesses conflituantes.
Esperemos que em 2010 as entidades competentes assumam as suas responsabilidades e tomem as medidas necessárias para que, desde já, a televisão digital terrestre possa ser adoptada por todos os lares portugueses.

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sábado, 19 de dezembro de 2009

Queixa de Portugal afecta recepção da TDT espanhola

Na sequência de uma queixa apresentada por Portugal, os técnicos da empresa espanhola Abertis Telecom procederam nos últimos dias a alterações no diagrama de radiação do Mux 67 do emissor de Montanchez (Extremadura). Esta alteração originou uma diminuição significativa da intensidade do sinal recebido em Portugal, sendo agora bastante complicado ou mesmo impossível receber os canais La Sexta, Cuatro, CNN+ e 40 Latino a partir deste emissor. Mas também na cidade de Cáceres e em várias outras localidades espanholas esta alteração tem criado muitos problemas, motivando natural descontentamento.

Recorde-se que muitos portugueses residentes próximo de Espanha vêm com regularidade a televisão do país vizinho (analógica e TDT), uma vez que o sinal de alguns emissores chega a Portugal com intensidade razoável. É o caso do centro emissor de Montanchez que alcança com relativa facilidade inúmeras localidades da Beira Baixa e do Alto e Baixo Alentejo.

A redução do sinal do citado emissor coincide com a chegada das emissões da TDT portuguesa a essas zonas. Segundo relato de um leitor, é já possível receber com facilidade a TDT portuguesa na cidade de Elvas, tendo-se no entanto perdido a recepção do Mux 67 espanhol.

Uma vez que o Mux A da TDT portuguesa utiliza o mesmo canal (canal 67), sem uma redução da potência de emissão a partir de Espanha ou alteração no canal de emissão (da TDT portuguesa ou TDT espanhola), seriam inevitáveis problemas de interferência. Recorde-se que, Portugal tem, na sequência de acordo entre as autoridades portuguesas e espanholas, prioridade sobre a utilização do canal 67.

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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

TDT - Alta (in)definição...

Muitas pessoas têm-me perguntado pelo canal de alta definição na TDT. O que aconteceu? Deixou de emitir?! Sim!

Uma das apostas da TDT é (ou seria) a oferta de programação em HD (alta definição) em canal aberto, através de um canal partilhado por todos os operadores (RTP, SIC e TVI), onde alternadamente seriam emitidos programas dos vários canais livres. Alegadamente, devido à falta de entendimento entre os operadores, este canal nunca saiu do papel!

Aproximando-se a data do arranque oficial da TDT (29 de Abril último), e perante a falta de acordo entre os operadores, a PT colocou no ar ("para a fotografia", digo eu..) uma emissão em alta definição com programação dos seus canais HD do Meo. Durante esta emissão, que durou apenas alguns (poucos) dias, os espectadores são informados em rodapé de que se tratava de uma emissão experimental. Desde então, o canal foi retirado e mais nenhuma informação saiu a público sobre o seu futuro.

Agora, pergunto. Porque não mantém a PT no ar uma emissão teste (sem programação do Meo) do canal HD? Ou, pelo menos, uma mira técnica? Será necessária autorização da Anacom? Terá também sido necessária autorização da Anacom para a PT colocar no ar programação dos seus canais em Abril?

Sem uma emissão HD, como podem os espectadores interessados comprovar o correcto funcionamento (em HD) dos receptores que compram?

Será que os planos do canal em alta definição foram definitivamente abandonados? Se sim, que destino será dado ao espaço livre no multiplex?

Estarão RTP Memória e RTPN mais próximos da emissão em canal aberto na TDT?

Não perca os próximos capítulos!



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segunda-feira, 22 de junho de 2009

TDT paga já tem luz verde

De acordo com a ANACOM, foram emitidos os títulos que conferem os direitos de utilização de frequências, para a oferta de serviços de radiodifusão televisiva digital terrestre (TDT), relativos aos Multiplexers B a F (MUX B a F). Os Multiplexers B,C, D, E e F serão utilizados na emissão da oferta paga da TDT (Meo DT).

Segundo o caderno de encargos, dos 5 Multiplexers, apenas o B e o C terão cobertura de âmbito nacional. Os Multiplexers D, E e F apenas poderão ser recebidos (pelo menos numa 1ª fase) em parte do litoral.

Recorde-se que em Abril, na sequência do atraso na concessão das licenças para a TDT paga, e do fracasso do concurso ao quinto canal de televisão generalista a PT afirmou que iria repensar o projecto. Então, o presidente executivo da PT, Zeinal Bava, comentou que, «após nove meses deste processo, passou muito tempo, há uma alteração de circunstâncias que temos de analisar». Aguardemos então para saber se haverá alterações em relação ao projecto inicial.

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terça-feira, 16 de junho de 2009

RTPN e RTP Memória na TDT, já!

Está à vista de todos que a oferta minimalista da TDT portuguesa, previsivelmente, não está a despertar grande interesse nos portugueses. Depois do aparente abandono das emissões partilhadas no Canal HD (nunca chegaram a concretizar-se) e da incerteza quanto ao 5º Canal generalista, a oferta da TDT gratuita resume-se a RTP1, RTP2, SIC e TVI (mais a RTP Açores e RTP Madeira nos arquipélagos). Ou seja, em termos de oferta televisiva a TDT não está a oferecer nada de novo aos portugueses, nem se perspectiva uma alteração desta situação a curto prazo.

Como se não basta-se, a somar à paupérrima oferta de canais, a nossa TDT tem ainda contra si o preço elevado dos adaptadores necessários, resultado da escolha da norma MPEG-4/H.264, tema amplamente discutido no blog.

No caso português, é caso para dizer que nunca uma nova tecnologia ofereceu tão pouco em troca de tanto dinheiro. Pelo andar da carruagem, vai mudar alguma coisa para que tudo fique na mesma.

Em 2004, aquando do lançamento dos canais RTPN e RTP Memória, foi dada como justificação para a sua não difusão na rede analógica de televisão a falta de espectro (espaço) radioeléctrico. Os canais, apesar de classificados de interesse público, foram directamente para as plataformas de canais pagos (cabo e satélite).

A RTP gastou recentemente bastante dinheiro com a sua restruturação e mudança da imagem corporativa, tendo-se nitidamente "inspirado" na BBC e na RTVE. Pena que não tenha também seguido o exemplo desses operadores públicos e salvaguardado espaço na TDT para disponibilizar novos canais.

Agora que a TDT oferece o espaço necessário para a emissão desses canais, muitos portugueses recordam o que foi dito na altura e reclamam a inclusão da RTPN e RTP Memória na oferta gratuita da televisão digital terrestre. E com razão!

Tomando o exemplo da RTP Memória. Como se justifica que este canal, em que quase toda a programação tem origem no arquivo da RTP que ao longo de décadas foi pago pelos contribuintes portugueses através da taxa de televisão e dos impostos, seja um exclusivo da televisão por assinatura?

A própria RTP parece pouco interessada em alterar esta situação ou discutir este assunto. Tão pouco é possível encontrar informação contabilística que discrimine de forma autónoma os custos e proveitos dos canais RTPN/RTP Memória. No entanto no Relatório e Contas da RTP de 2007, está escrito:

«Face ao impacto na população portuguesa e as obrigações de serviço público que Ihe estão cometidas, a RTP, enquanto operador de serviço público, pretende ter um papel activo neste processo de evolução tecnológica e de alargamento da capacidade de oferta de serviços do sector audiovisual de forma a ser possível desenvolver uma verdadeira plataforma multimédia na TDT em Portugal.

A exemplo de outros países e das experiências mais recentes de TDT na Europa, 0 papel do Serviço Publico de Televisão (e concretamente as exigências em matéria de inovação e de cobertura universal de Portugal) pode ser decisivo para um switch-off mais rápido, quer através da qualidade e diversidade dos serviços de programas oferecidos, quer ainda pelo desenvolvimento de novos serviços ligados ao desenvolvimento da Sociedade da informação (informação, educação, etc.).»


Como é reconhecido pela RTP, pelo Governo e por vários estudiosos destas matérias, a oferta de novos programas na TDT é um factor muito importante, senão mesmo crucial para uma rápida adesão à plataforma e o seu sucesso. Em toda a Europa, a TDT portuguesa, que é das últimas a serem implantadas, tendo portanto um dos períodos de transição/adaptação mais curtos, é também das que têm uma oferta de canais gratuitos mais reduzida!

O Blog TDT-Portugal cedo apontou a difusão da RTPN e RTP Memória em canal aberto como solução para o impasse na TDT. Muitos leitores têm manifestado a mesma opinião nos vários comentários recebidos.

Para além de participarem no inquérito que está a decorrer no blog, cujos resultados demonstram de forma inequívoca o apoio a esta solução, os leitores podem fazer chegar a sua opinião directamente a várias entidades e aos partidos políticos. Sugestões:

Ministro dos Assuntos Parlamentares (Augusto Santos Silva):

Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações (Mário Lino): gmoptc@moptc.gov.pt

Bloco de Esquerda: bloco.esquerda@bloco.org


Partido Social Democrata: psd@psd.pt

CDS - Partido Popular: cds-pp@cds.pt

Novo!
Foi criada uma petição para a emissão da RTPN e RTP Memória na TDT em canal aberto. Clique aqui para assinar!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

A TDT, o servico público e a lenda do cavalo de Tróia

De acordo com a lenda associada à conquista de Tróia pela Grécia, na chamada Guerra de Tróia, um grande cavalo de madeira foi deixado junto às muralhas de Tróia. Construído de madeira e oco no seu interior, o cavalo abrigava alguns soldados gregos dentro da sua barriga. Deixado à porta da cidade pelos gregos, os Troianos acreditaram que ele seria um presente como sinal de rendição do exército inimigo. Durante a noite, os guerreiros deixaram o artefacto e abriram os portões da cidade. O exército grego pôde assim entrar sem esforço em Tróia, tomar a cidade, destruí-la e incendiá-la.

Fonte: Wikipédia

Aquando do concurso ao 5º canal de televisão generalista, vieram a público informações surpreendentes acerca da estratégia de um dos candidatos para o seu canal de televisão na plataforma TDT. Em síntese, o candidato planeava utilizar o seu canal na TDT essencialmente para promover as suas plataformas de televisão por assinatura (táctica do cavalo de Tróia). Uma das tácticas previa a emissão do primeiro episódio de cada nova série televisiva, no seu canal TDT e os seguintes apenas na plataforma de canais pagos! A sua candidatura, felizmente, foi chumbada.

É notório que não há grande interesse na plataforma de canais gratuitos da TDT (Mux A), aliás, só duas empresas se apresentaram ao concurso do 5º canal. Nem o serviço público de televisão parece estar interessado na TDT! Parece ser mais vantajoso (para a RTP) continuar a emitir canais como a RTP Memória ou RTPN apenas nas plataformas de canais pagos. Mas agora, a desculpa da falta de espectro já não “pega”! O canal em alta definição não está a ser transmitido e o 5º canal não se vislumbra no horizonte próximo (os dois únicos candidatos foram chumbados).

A RTP que tanto se tem "inspirado" na RTVE e na BBC, porque não "copia" também o exemplo desses serviços públicos que introduziram novos canais temáticos na plataforma (gratuita) da TDT?

A opção tecnológica adoptada (compressão MPEG-4) permite transmitir pelo menos sete canais de televisão em definição standard. Actualmente os espectadores não têm acesso nem a mais canais de televisão nem a alta definição. Ou seja, quem pretender aceder à TDT tem que pagar (e muito) para receber os mesmos canais que já recebe em analógico. Os consumidores estão a pagar mais por uma tecnologia que está a ser subaproveitada.

E, infelizmente, também não estaremos longe da verdade se dissermos que temos uma TDT gratuita de “favor”. Vejamos: a “promoção” é feita pelo serviço MEO (vêr site oficial), a tecnologia foi seleccionada tendo em conta a TDT paga e a promoção a sério (televisão) provavelmente também só começará quando a TDT paga estiver pronta para arrancar.

Depois do falso arranque em 2001 e da falta de interesse no concurso de 2008 (só a PT concorreu ao Mux A), a TDT gratuita parece ter ficado irremediavelmente refém dos interesses dos grandes grupos de media nacionais e da empresa que faz a distribuição do sinal.

Haja vontade política e firmeza para tomar as decisões que permitam corrigir esta situação.

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quarta-feira, 27 de maio de 2009

Blog TDT-Portugal completa 1 ano

Faz hoje um ano que o blog TDT-Portugal nasceu. Como entusiasta da TDT, criei este espaço com o objectivo de acompanhar a introdução da televisão digital terrestre em Portugal.

Neste curto espaço de tempo assistimos às polémicas dos concursos, aos silêncios comprometedores, às contradições quase diárias e a lamentáveis encenações. Aqui foi denunciada a falta de informação e daqui partiram os primeiros alertas para os consumidores. No meio das polémicas, arrancou finalmente a TDT.

O blog TDT-Portugal é e continuará a ser um espaço independente, aberto à crítica construtiva.

Decorrido um ano, posso afirmar com natural satisfação que o balanço é francamente positivo. Para o sucesso deste espaço muito tem contribuído a participação dos leitores a quem deixo aqui o meu sincero agradecimento.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Vêr TDT com o VLC media player

Em Abril deixei aqui algumas dicas de como abrir o ficheiro com o stream "amostra" de uma emissão de TDT com o programa VLC media player. Muitos poderão desconhecer, mas o VLC permite também sintonizar as emissões de TDT!

Alguns leitores do Blog têm encontrado grandes dificuldades em sintonizar a TDT no computador, devido ao software de origem não ser compatível com a TDT portuguesa. O VLC pode ser a solução!

A grande vantagem do VLC é que todos os codecs necessários para abrir os mais variados tipos de ficheiro audio e video estão integrados no próprio programa. Não é portanto necessário procurar e instalar os codecs H.264 e AAC para "abrir" as emissões da TDT. Isto se utilizar-mos o VLC, claro.

Antes de tentar-mos sintonizar a emissão de TDT com uma placa sintonizadora (PCI ou USB), devemos instalar o software original. Também devemos verificar se estamos numa zona de cobertura e a antena está direccionada para o emissor que serve a nossa zona. A lista de emissores e mapas de cobertura está aqui.

A versão mais recente do VLC (0.9.9) ainda tem algumas limitações, por exemplo, não dá indicação do nível/qualidade do sinal TDT. Por esse motivo, para orientar a antena de recepção, devemos utilizar o programa que veio com o equipamento, ou outro.

Para sintonizar uma emissão de TDT, basta abrir o VLC e no menú Media, seleccionar a opção Abrir Dispositivo de Captura. Em Capture mode, seleccionar a opção DVB DirectShow. De seguida seleccionar DVB-T, introduzir a frequência 842000Khz e a largura de banda 8 Mhz.

Nota: este post foi publicado em Maio de 2009. Actualmente a frequência 842000Khz já não é utilizada pela TDT portuguesa. Pode consultar aqui a lista completa das frequências TDT utilizadas em Portugal.


Se o VLC detectar a emissão é selecionado o primeiro canal da lista (RTP1). Para mudar de programa, basta aceder ao menu Playback/Program.


Para evitar ter que introduzir todos os parâmetros sempre que quizer-mos utilizar o VLC para vêr TDT, podemos criar um atalho e personalizá-lo da seguinte forma:

Devemos adicionar ao campo Destino os parâmetros disponíveis no campo Personalizar da primeira caixa de diálogo. Agora sempre que iniciarmos o VLC pelo atalho, ele abre automáticamente a emissão de TDT!
Download do VLC Media Player
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terça-feira, 12 de maio de 2009

PTelecom “descuida” TDT paga nos testes de verificação de compatibilidade

No próprio dia em que a PTelecom divulgou a informação sobre o processo de verificação de compatibilidade de televisores e set-top box’s (receptores ou adaptadores), deixei aqui o alerta. Não há qualquer referência à necessidade da presença da CI (Common Interface) nos aparelhos para os mesmos obterem a certificação de compatibilidade.

O facto de não ser exigida a presença da CI nos televisores e receptores TDT para os mesmos obterem a certificação de compatibilidade com a TDT portuguesa terá como consequência inevitável que alguns dos equipamentos certificados não permitam a recepção da TDT paga, com lançamento aguardado para dentro de alguns meses. A recepção da TDT gratuita não será afectada.

Isto porque é a CI que permite dotar os aparelhos com o módulo de descodificação apropriado para ver os canais da futura tdt paga (alguns receptores já vêm preparados de raiz para um determinado sistema de codificação). Recorde-se que também não é ainda do conhecimento público qual o sistema de codificação a utilizar pelo serviço.

Nos televisores, como na altura expliquei, o problema não deverá ser grave, pois quase todos já vêm equipados com a CI. Mas, nos receptores que a não possuam, isso vai impossibilitar a sua utilização (legal) com a tdt paga. Há modelos de receptores TDT à venda em Portugal que não possuem a CI e não permitirão a sua utilização com a TDT paga!

Na minha opinião o logotipo de compatibilidade deveria fazer essa distinção ou alertar para esse facto. De contrário, os consumidores podem ser induzidos em erro porque, devido à presença do logotipo, julgam que estão a comprar algo 100% compatível, o que pode não ser o caso.

Quando o Meo DT for lançado, certamente que finalmente irão aparecer receptores a preços mais “atractivos”, ou sob a forma de aluguer, mas certamente também com a contrapartida de um contrato de fidelização de um ou dois anos, com aliás já acontece com o serviço satélite.

Do ponto de vista comercial, a PTelecom parece não ter interesse em garantir a compatibilidade de equipamentos fornecidos por outras empresas com a TDT paga, “talvez” porque ela própria será fornecedora desses equipamentos.

A própria adopção do MPEG-4 para além da tão apregoada economia de espectro radioeléctrico, dadas as condições (previsíveis) do mercado, permitirá colocar a PTelecom numa situação de quase monopólio como fornecedor dos receptores TDT, pelo menos a curto/médio prazo.

Parece-me pois, que estamos na presença de um caso nítido de conflito de interesses em que o consumidor menos informado, mais uma vez, poderá vir a ser prejudicado.

Actualização 13/05/2009:
Desde o inicio deste Blog tenho citado a Irlanda como um bom exemplo a seguir no que ao processo de introdução da TDT diz respeito. Na Irlanda o arranque oficial da TDT está previsto para este Outono. Desde Fevereiro de 2008 que estão divulgados os requisitos técnicos dos televisores e receptores TDT. No documento seguinte são claramente distinguidos os requisitos mínimos, os recomendados e os opcionais.