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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Receptores TDT: qualidade deixa muito a desejar

A esmagadora maioria dos televisores comprados antes de 2009 não é compatível com a TDT portuguesa. Muitos aparelhos até têm sintonizador DVB-T (TDT), mas não suportam a norma adoptada por Portugal (MPEG-4/H.264), logo não exibem os canais portugueses. Perante esta situação desagradável, temos duas soluções: a substituição do televisor por um novo, já compatível, ou a compra de um receptor de TDT (também apelidado de set-top-box, adaptador ou descodificador) que, ligado ao actual televisor, permite a recepção dos canais. É previsível que a maioria dos consumidores opte por comprar um receptor TDT, pois um televisor novo e de boa qualidade, apesar da progressiva baixa dos preços devido às contínuas inovações tecnológicas, ainda representa um investimento considerável.

A grande maioria dos telespectadores afectados pela mudança para a Televisão Digital Terrestre, terá assim que comprar um ou mais receptores TDT, para poder continuar a ver os quatro canais: RTP1, RTP2, SIC e TVI. No mercado estão disponíveis vários modelos, sendo alguns equipamentos praticamente idênticos. No entanto, a maioria dos receptores TDT não tem uma qualidade global boa. As falhas são de vária ordem e podem comprometer a experiência televisiva.

A grande maioria dos equipamentos à venda é de marcas pouco conhecidas. Muitas são marcas criadas por empresas importadoras que importam estes equipamentos do Extremo Oriente. A fim de poderem vender estes equipamentos ao preço mais baixo possível, a qualidade dos produtos é, regra geral, baixa. Também, muitos dos equipamentos à venda em Portugal são destinados prioritariamente ao mercado espanhol e, como tal, os parâmetros iniciais estão pré-programados para Espanha, o que pode criar dificuldades na primeira utilização, sobretudo para os mais idosos. Regra geral, as instruções de utilização são também insuficientes. Mas, mais grave, muitos destes equipamentos não estão aptos a receber correctamente a TDT portuguesa!

O guia electrónico de programação (EPG) é referido como um dos atractivos da TDT. Mas, em muitos receptores actualmente à venda, o EPG não funciona correctamente. Muitos equipamentos não interpretam correctamente determinados caracteres da língua portuguesa. Isto acontece porque os fabricantes não adaptaram o software dos equipamentos à língua portuguesa. Felizmente, este tipo de falha normalmente pode ser corrigida com uma actualização do equipamento mas, para isso, é necessário que a marca disponibilize a actualização e nem todos têm o à-vontade para realizar a operação.

Apesar desta e outras falhas, muitos equipamentos são colocados no mercado português e vendidos como preparados para receber a TDT portuguesa. Até receptores não preparados para a Alta Definição (HD) continuam a ser vendidos como compatíveis com a TDT portuguesa, o que não é o caso porque, como já alertei, os requisitos técnicos da TDT portuguesa exigem compatibilidade MPEG-4/H.264 HD (1920x1080i). Mais grave ainda, algumas lojas informam que se o Canal HD voltar a emitir os equipamentos em causa vão ser capazes de recebê-lo, o que é falso! É possível encontrar alguns destes equipamentos não conformes com a TDT portuguesa, inclusive em grandes superfícies comerciais e cadeias de bricolage. Alguns equipamentos têm a indicação SD ou DS no nome do modelo, indicando que são capazes de receber apenas emissões em Definição Standard.

Recordo que a PT, à semelhança do que sucede noutros paises, publicou os requisitos necessários para que receptores e televisores sejam capazes de receber a TDT portuguesa em perfeitas condições técnicas. Criou também um programa de certificação de equipamentos. Chegou inclusive a apresentar receptores TDT com a sua marca, mas disponibilizou um número baixíssimo de exemplares e quase ninguém pode compra-los. Foi inclusivamente lançado um concurso de design para um receptor TDT "Made in Portugal", mas tudo ficou em “águas de bacalhau”. Mais grave, os fabricantes ignoraram o programa de certificação e assim, os consumidores não têm a garantia de estarem a comprar equipamentos 100% conformes. Como referi na altura, até os modelos brevemente comercializados pela PT não respeitavam todos os requisitos para obter a certificação, o que levou a uma redução das exigências.

A ANACOM informou que reuniu com algumas empresas da grande distribuição (Media Markt, Worten, Radio Popular, Auchan, Makro e Intermarché), com o objectivo de preparar o primeiro momento do desligamento analógico. Espero que tenha aproveitado a ocasião para sensibilizar essas empresas para a necessidade de exigir aos fabricantes e distribuidores o fornecimento de equipamentos totalmente compatíveis com a TDT portuguesa. Isto porque, apesar do mercado português ser relativamente pequeno, as grandes cadeias de distribuição têm poder negocial. Como referi, já constatei a venda de equipamentos não HD em lojas de algumas destas empresas. Normalmente estes equipamentos não estão disponíveis para teste na loja, o que dificulta a vida dos consumidores no momento de comprar. E, como o Canal HD não emite, é fácil os mais incautos não se aperceberem que o equipamento em questão não suporta emissões em Alta Definição!

Importa realçar que este problema se coloca essencialmente com os receptores TDT. Os televisores, regra geral, são conformes com a TDT portuguesa e não apresentam problemas.

Como sempre, ao consumidor cabe um papel fundamental, pois deve exigir equipamentos totalmente funcionais. Comprar estes equipamentos é um risco, dada a incerteza que ainda rodeia o futuro da TDT portuguesa.

Exemplos de mau funcionamento do Guia de Programação Electrónico:



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terça-feira, 21 de setembro de 2010

TDT HD Espanhola em Portugal

Enquanto por cá se aguarda que os nossos políticos decidam o que fazer com a TDT, em Espanha a TDT soma e segue, imparável. Como já noticiei anteriormente, a TDT espanhola, que conquista cada vez mais adeptos entre os portugueses, já oferece programação em alta definição. A emissão de novos canais, incluindo canais em alta definição, recordo, vem sendo progressivamente alargada a todo o território espanhol. Agora, para além do canal TVE HD é também já possível receber as emissões do canal TeleCinco HD, e que é emitido com dois streams áudio, o que permite ouvir os programas em espanhol e na versão áudio original. Estes canais estão em fase de emissão teste e emitem em Full HD com excelente qualidade de imagem e som, aguardando-se para muito em breve o arranque das emissões normais.

Na TDT portuguesa, como é sabido, é "emitido" no único Mux activo (Mux A), um mal-amanhado Canal HD “fantasma” há praticamente ano e meio. Em absoluto contraste, em algumas zonas de Portugal, são já 15 (QUINZE!) as frequências TDT que se recebem desde Espanha, no meu caso particular desde a Galiza.

Ainda a propósito das emissões HD espanholas, importa referir que o canal TVE HD emite o seu som em Dolby Digital Plus também conhecido como E-AC3, o que impossibilita muitos equipamentos de receberem o som sem antes sofrerem uma actualização de firmware. Esta situação serve de alerta para os cuidados que convém ter antes de comprar equipamentos para receber a TDT (espanhola ou portuguesa), pois nem todos os equipamentos podem ser actualizados e nem todas as marcas disponibilizam a necessária actualização!

Mas as novidades não se ficam pela TeleCinco HD, novos Muxs têm entrado em funcionamento como é o caso do segundo Mux do Grupo La Sexta que está em testes no Canal 46 desde Domaio, Galiza. Neste mux estão para já dois novos canais: LaSexta2 e LaSexta3. Neste mesmo mux estão ainda previstos, pelo menos, mais dois programas. Deixo aqui algumas capturas que realizei das emissões dos canais TVE HDTeleCinco HD, MTV, LaSexta2 e LaSexta3:

Captura do CanalSur HD realizada por um leitor do blog:


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quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Televisores: menos de 5% estão preparados para a TDT

A crer em dados da empresa de estudos de mercado GFK, entre os meses de Janeiro e Novembro de 2009, foram vendidos em Portugal 247.000 televisores com sintonizador TDT e suporte da norma MPEG-4. Ou seja, aptos a receber a TDT portuguesa sem necessidade de receptor ou adaptador externo.

Se tivermos em conta que em Portugal existem aproximadamente 3.7 milhões de famílias, que possuem, pelo menos, um receptor de televisão, rapidamente chegamos à conclusão que a percentagem de televisores preparados para receber a televisão digital terrestre portuguesa é inferior a 5%, tanto mais que, em anos anteriores, a disponibilidade no mercado português de televisores com TDT MPEG-4 foi muito reduzida. Se tivermos em conta os aparelhos presentes fora do lar, como espaços comerciais, consultórios, etc, esta percentagem será ainda mais reduzida.

Estes números, revelam que apenas a aproximadamente dois anos e meio da data prevista para o desligamento do sinal analógico, o nível de adaptação para a TDT é ainda muito baixo e reforçam a importância da necessidade de disponibilizar no mercado adaptadores TDT MPEG-4 a preço acessível. A maioria dos portugueses, recorde-se, apenas recebe o serviço "básico" de televisão,via antena terrestre.

A nível global estima-se que em 2009 tenham sido vendidos 205 milhões de televisores, sendo 69% do tipo LCD.

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sábado, 15 de agosto de 2009

Espanha: TDT paga arranca em MPEG-2

A TDT paga chegou já a Espanha, com o inicio das emissões do canal GolTV, primeiro canal da TDT paga recentemente autorizada. O canal GolTV, como o seu nome deixa transparecer, é um canal dedicado ao futebol, que transmite jogos das principais ligas europeias (incluindo a portuguesa). Até aqui exclusivo das plataformas cabo, satélite e IPTV, o canal está a partir de agora disponível no Mux 69 da TDT Espanhola e temporariamente em sinal aberto. A este canal em breve se juntarão outros (também codificados) até ao máximo de seis. Para receber o canal é necessário um receptor de TDT (ou televisor com sintonizador TDT), mas com Common Interface (CI slot), ou seja, com a capacidade de receber um módulo de descodificação (CAM) e respectivo cartão de acesso.


Confirma-se assim a opção pela compressão MPEG-2 também para a TDT de pago (como dizem os nossos vizinhos espanhóis). Certo é, que a grande maioria dos receptores de TDT em uso em Espanha não pode ser adaptado para receber a TDT paga, pois não possui a Common Interface. Também em Portugal, e a poucos meses do arranque da TDT paga, essa característica foi aparentemente “esquecida”. Os leitores mais atentos recordarão que publiquei aqui no blog um alerta sobre a “omissão” da PT sobre a presença da Common Interface nos testes de compatibilidade dos equipamentos com a TDT portuguesa. A falta dessa característica impossibilitará a utilização desses equipamentos com a TDT paga e, poderá obrigar (os interessados) a novas despesas!

Não deixa de ser interessante verificar que apesar dos interessados na TDT paga serem obrigados a trocar de receptor, os operadores não tenham optado pela norma MPEG-4, utilizada em Portugal. Apesar do nível de vida espanhol ser muito superior ao português, certamente o factor custo terá sido crucial! Factor que parece não ter preocupado demasiado os decisores portugueses!

A opção espanhola pelo MPEG-2, também para a TDT paga, terá impacto indirecto e negativo na TDT em Portugal. A dimensão do mercado espanhol poderia contribuir para a redução de preço dos equipamentos MPEG-4, caso a norma tivesse sido adoptada para a TDT paga. Assim, o MPEG-4 chegará à TDT espanhola só em 2010, e gradualmente, com o inicio das emissões regulares dos canais de TDT em alta definição, após a conclusão do apagão analógico.

Em Espanha, a TDT vai "de vento em popa", tendo a penetração da TDT já ultrapassado a televisão analógica.

Video com o anúncio do arranque da TDT paga:

Video GolTV:

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

PT baixa exigências de compatibilidade da TDT

A PT anunciou alterações no seu programa de testes de compatibilidade TDT. As duas principais alterações dizem respeito ao consumo energético e ao comportamento dos equipamentos na presença de emissões simulcast HD. Até aqui era exigido que os receptores e televisores tivessem um consumo inferior a 2 Watts em standby, agora, essa exigência desaparece. Também agora, na presença de simulcast de emissões HD, já não é obrigatório que os aparelhos sintonizem automaticamente a emissão HD.

Mas o que estará por detrás deste recuo nas especificações dos equipamentos?

Certamente o facto de que, dos poucos equipamentos compatíveis à venda, quase nenhum cumprir com a exigência do consumo mínimo! Quase todos os receptores têm um consumo em standby quatro ou cinco vezes superior aos 2 Watts anteriormente exigidos. Um consumo diga-se, exagerado e que multiplicado pelas centenas de milhar de caixas previstas se poderá traduzir num grande desperdício de energia. Sem a alteração agora introduzida, praticamente nenhum receptor receberia a certificação de compatibilidade! Más notícias para o ambiente e para a nossa carteira, portanto.

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sábado, 1 de agosto de 2009

TDT: problemas de recepção

Com a chegada do período de férias, certamente muitos leitores irão aproveitar algum do seu tempo livre para tentar receber a Televisão Digital Terrestre. Vários pontos do país têm como data prevista de cobertura TDT o final do mês de Agosto. Nas últimas semanas têm entrado em funcionamento novos emissores de TDT abrangendo zonas não incluídas no arranque da TDT a 29 de Abril. A lista actualizada dos emissores, mapa de cobertura e frequências de TDT está aqui.

Alguns leitores queixam-se de que, apesar de estarem dentro da zona de cobertura do sinal indicada pela PT, não captam sinal algum ou captam muito mal o sinal de TDT.

O insucesso pode ter várias causas:

A área de cobertura é uma previsão

A área de cobertura é uma simulação realizada tendo em conta vários parâmetros. Nem sempre as previsões coincidem com a realidade. A PT não informa, mas as previsões de cobertura muito provavelmente assumem que na recepção se utiliza antena exterior com um ganho adequado e instalada a uma altura também adequada! Mais, as previsões de cobertura não têm em conta edifícios altos ou árvores que podem obstruir o sinal! A recepção fiável da TDT com antena interior, só será possível na proximidade dos emissores ou em casos excepcionais.

Sistemas de antena colectiva

Muitos dos leitores que informam não conseguir receber a TDT reside em edifícios que utilizam sistemas de recepção colectiva ainda não adaptados para a TDT. Nesse caso para receber o sinal através do sistema colectivo deverão solicitar uma verificação do sistema de recepção colectivo.

Não co-localização de emissores

Muitos emissores de TDT estão a ser colocados junto a antenas da TMN e não junto aos “antigos” emissores analógicos. Esta situação não é novidade, tendo sido abordada anteriormente aqui no Blog. Deve-se ao facto de a nossa TDT utilizar o tipo de rede SFN (rede de frequência única). Se o emissor de TDT não ficar em linha com o actual emissor analógico, poderá ser necessário reorientar a antena (poderá piorar ou perder o sinal analógico) ou instalar uma segunda antena.

Antenas incompatíveis

As antenas utilizadas deverão ser compatíveis com a TDT. Isto não significa necessariamente que a antena terá de ser trocada por uma nova. Muitas das antenas em uso há vários anos servem perfeitamente, desde que estejam em boas condições. Contudo deverão ser de banda larga, isto é, capazes de receber bem todas as frequências UHF, do canal 21 ao canal 69*. É aconselhável que tenham um ganho não inferior a 14dBi. A imagem seguinte ilustra os tipos de antena que com mais frequência se encontram à venda. As antenas 1 e 2 são exteriores. As antenas 4 e 5 são antenas interiores. A antena 3 é uma antena especial para caravanas, mas que também pode ser utilizada no exterior de edifícios, em zonas de boa cobertura. A antena 1 é uma antena VHF e não é compatível com as actuais emissões de TDT.


Antenas Log-Periódicas ou "rabo-de-bacalhau"

Estas antenas normalmente apresentam um poder de captação de sinal relativamente baixo e baixa directividade devendo a sua utilização ser evitada em zonas onde o nível de sinal recebido é baixo ou é afectado por reflexões.  

Qualidade da instalação

Para além da antena, é também muito importante que o cabo coaxial e todos os conectores (fichas) sejam de boa qualidade.


* Na prática a antena deverá ter um ganho adequado na frequência utilizada pelo emissor TDT, que no Continente é actualmente o canal 56 de UHF. Referem-se as antenas de banda larga porque estas, em principio, asseguram um ganho satisfatório em todos os canais UHF, o que salvaguarda eventuais alterações na televisão digital terrestre, como a alteração da frequência (como já ocorreu) ou a utilização futura de novas frequências. Se a antena em utilização tem um ganho adequado na(s) frequência(s) TDT e está em boas condições, não há necessidade de trocar, como é evidente.

Importa também lembrar que, como a PT não divulgou a lista de todos os locais onde serão colocados emissores de TDT e sua respectiva área de cobertura e, como em muitas localidades será possível receber sinal de dois ou mais emissores, não é ainda possível determinar qual será o emissor mais indicado para essas zonas e qual a orientação definitiva a dar à antena.


Televisores e receptores

Para desfrutar das emissões da TDT portuguesa é necessário que o televisor ou receptor TDT suporte as normas de compressão MPEG-4 (video) e AAC (áudio). Nos receptores tipo placa sintonizadora ou Pen USB (para computador) o processamento do sinal é realizado pelo computador. Para receber as emissões basta que os codecs H.264 e AAC estejam instalados e à entrada de antena chegue sinal suficientemente forte. Na eventualidade do televisor ou receptor de TDT não ser compatível com a TDT portuguesa será possível sintonizar a emissão, mas não será possível ver/ouvir os programas.


Problemas de recepção da TDT portuguesa em zonas vizinhas de Espanha:

Em instalações em que a antena de recepção fica orientada para Espanha ou se faz a mistura de sinal de duas antenas (sem filtragem) é possível que, em determinadas condições, emissões provenientes de Espanha no canal 56 afectem a recepção da TDT portuguesa.

A solução para este tipo de problema depende das particularidades de cada caso.


Parte 2: Como melhorar o sinal da TDT

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terça-feira, 12 de maio de 2009

PTelecom “descuida” TDT paga nos testes de verificação de compatibilidade

No próprio dia em que a PTelecom divulgou a informação sobre o processo de verificação de compatibilidade de televisores e set-top box’s (receptores ou adaptadores), deixei aqui o alerta. Não há qualquer referência à necessidade da presença da CI (Common Interface) nos aparelhos para os mesmos obterem a certificação de compatibilidade.

O facto de não ser exigida a presença da CI nos televisores e receptores TDT para os mesmos obterem a certificação de compatibilidade com a TDT portuguesa terá como consequência inevitável que alguns dos equipamentos certificados não permitam a recepção da TDT paga, com lançamento aguardado para dentro de alguns meses. A recepção da TDT gratuita não será afectada.

Isto porque é a CI que permite dotar os aparelhos com o módulo de descodificação apropriado para ver os canais da futura tdt paga (alguns receptores já vêm preparados de raiz para um determinado sistema de codificação). Recorde-se que também não é ainda do conhecimento público qual o sistema de codificação a utilizar pelo serviço.

Nos televisores, como na altura expliquei, o problema não deverá ser grave, pois quase todos já vêm equipados com a CI. Mas, nos receptores que a não possuam, isso vai impossibilitar a sua utilização (legal) com a tdt paga. Há modelos de receptores TDT à venda em Portugal que não possuem a CI e não permitirão a sua utilização com a TDT paga!

Na minha opinião o logotipo de compatibilidade deveria fazer essa distinção ou alertar para esse facto. De contrário, os consumidores podem ser induzidos em erro porque, devido à presença do logotipo, julgam que estão a comprar algo 100% compatível, o que pode não ser o caso.

Quando o Meo DT for lançado, certamente que finalmente irão aparecer receptores a preços mais “atractivos”, ou sob a forma de aluguer, mas certamente também com a contrapartida de um contrato de fidelização de um ou dois anos, com aliás já acontece com o serviço satélite.

Do ponto de vista comercial, a PTelecom parece não ter interesse em garantir a compatibilidade de equipamentos fornecidos por outras empresas com a TDT paga, “talvez” porque ela própria será fornecedora desses equipamentos.

A própria adopção do MPEG-4 para além da tão apregoada economia de espectro radioeléctrico, dadas as condições (previsíveis) do mercado, permitirá colocar a PTelecom numa situação de quase monopólio como fornecedor dos receptores TDT, pelo menos a curto/médio prazo.

Parece-me pois, que estamos na presença de um caso nítido de conflito de interesses em que o consumidor menos informado, mais uma vez, poderá vir a ser prejudicado.

Actualização 13/05/2009:
Desde o inicio deste Blog tenho citado a Irlanda como um bom exemplo a seguir no que ao processo de introdução da TDT diz respeito. Na Irlanda o arranque oficial da TDT está previsto para este Outono. Desde Fevereiro de 2008 que estão divulgados os requisitos técnicos dos televisores e receptores TDT. No documento seguinte são claramente distinguidos os requisitos mínimos, os recomendados e os opcionais.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Símbolo de compatibilidade com TDT portuguesa

A PT, através do fórum TDT, tornou hoje públicos os requisitos mínimos que televisores e set-top box's (receptores ou adaptadores) devem ter para assegurar a sua compatibilidade com a TDT portuguesa. Os fabricantes dos modelos aprovados nos testes de verificação, a realizar a pedido dos mesmos, poderão então exibir o seguinte símbolo de compatibilidade:
Recorde-se que a TDT portuguesa irá utilizar a norma de compressão MPEG-4/H.264 que ainda não é suportada pela grande maioria dos televisores e receptores de TDT à venda.

Pode fazer o download directo dos documentos aqui:


Nota:
Após a leitura dos documentos relativos aos procedimentos de teste dos televisores apercebi-me de que não há qualquer menção à CI (Common Interface), tanto para os televisores como para as set-top box. Ora, se o televisor não tiver CI, é incompatível com a TDT paga! Porque, para visualizar os canais de TDT pagos será necessário um módulo de acesso condicional (CAM), que é inserido na CI, e um cartão de acesso! Se é verdade que a maioria dos televisores recentes vem equipada com a Common Interface, muitos televisores de pequeno ecran (<=20 polegadas) não estão equipados. Idem para as set-top box, sem CI não será possível utilizar esse equipamento para vêr a tdt paga quando ela ficar disponível.

Links: