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quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Rede TDT MFN tem +4 emissores

No seguimento de deficiências detectadas pela ANACOM na recepção do sinal TDT em várias zonas de Portugal, o regulador atribuiu uma licença temporária (mas que certamente passará a definitiva) para a activação de quatro novos emissores de TDT em rede MFN:
  • emissor do Mendro: canal 40;
  • emissor de Palmela: canal 45;
  • emissor de São Mamede: canal 47;
  • emissor da Marofa: canal 48.
A potência (PAR) máxima para cada uma das estações referidas é de 10 kW, à exceção do emissor de São Mamede, no sector 20º - 110º, cuja PAR máxima será de 100 W. Esta "solução" deverá ser implementada no prazo máximo de 5 dias úteis. 

A ANACOM determinou ainda à PTC a apresentação, no prazo de 10 dias úteis, de um plano para a instalação dos emissores principais necessários para a resolução dos problemas constatados nas zonas não abrangidas quer pela atual rede MFN (C42, C46, C49), quer pelos quatro emissores agora temporariamente licenciados. 

Já em 2012 foi necessário activar emissores "alternativos" em rede MFN (temporária) para remediar os graves (mas previsíveis) problemas de recepção que afectaram o litoral e, em 2013, foi decidida a migração da actual rede SFN para uma rede MFN de SFN's em 2017. Referindo inúmeras falhas na recepção do sinal TDT em vários pontos do país, o regulador está a antecipar essa migração, sendo de prever para breve a activação dos restantes emissores principais (C33, C34, C43).

Mas também os graves problemas financeiros que têm afectado a PT são públicos. Como é sabido, a empresa está em processo de fusão com a operadora brasileira Oi e, como o blogue TDT em Portugal destacou, já deu a entender não estar interessada em manter as emissões terrestres da TDT por muitos mais anos. Mesmo havendo protocolos assinados, é pois do interesse do Estado que a migração da rede TDT seja concretizada o mais rapidamente possível!

Recordo que o blogue TDT em Portugal vem desde há anos alertando para as deficiências da rede de TDT, inclusivamente através das várias consultas públicas já realizadas. Ainda recentemente, nas consultas sobre o futuro da TDT e definição das obrigações de cobertura terrestre (relatório ainda não publicado), o blogue TDT em Portugal voltou a criticar (referindo vários exemplos) a forma deficiente como a rede tem sido implementada. Estão documentados os inúmeros alertas e as criticas do blogue à forma como se estava a processar a migração para a TDT em Portugal, enquanto os principais meios de comunicação social (e certas entidades privadas) se limitaram a "vender" a posição do Governo e do regulador de que tudo estava e iria correr bem! 

A deliberação da ANACOM pode ser consultada aqui.

Actualização:
A zona servida pelo emissor em rede MFN da Serra da Lousã (C46) foi a primeira zona do país a iniciar a implementação de rede MFN de SFN's. Em Setembro foi activado o canal 46 também no emissor da Boa Viagem (Figueira da Foz).

8/10/2014:
Em consulta pública alertei a ANACOM em Maio (e novamente em Agosto) para a desactualização e incorrecção da informação relativa aos emissores TDT. Curiosamente, mais ninguém referiu essa situação insólita. Finalmente, ao fim de quatro meses após o meu alerta, a ANACOM lá actualizou e corrigiu a informação que estava desactualizada desde Dezembro de 2012!

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sexta-feira, 11 de julho de 2014

ANACOM estabelece novas obrigações de cobertura para a TDT

A ANACOM aprovou o sentido provável de decisão relativo à definição de novas obrigações de cobertura terrestre da TDT. O projecto de decisão a consulta estabelece níveis minimos de cobertura terrestre por freguesia e determina o fornecimento de elementos de informação fundamentais relativamente à cobertura do sinal terrestre e até agora em falta, nomeadamente:
  • Identificação detalhada da cobertura TDT/DTH (por satélite) atualmente disponibilizada, devendo ser indicados os pressupostos utilizados, nomeadamente, aqueles que determinam o nível de cobertura apresentado tais como o nível de C/I e as características assumidas na instalação de receção (por exemplo, em relação à altura e características das antenas).
  • Informação detalhada por freguesia da população efetivamente coberta por TDT e por DTH.
  • A obrigação de atualizar a informação junto da ANACOM sempre que haja alterações na cobertura geográfica da rede, nomeadamente na decorrência da instalação de novas estações.
Recordo que o blogue TDT em Portugal vem desde à muito tempo reclamando por uma maior qualidade e transparência da informação relativa à rede de difusão do sinal TDT. O autor deste blogue desde cedo e em várias ocasiões contactou, quer a ANACOM, quer o operador da rede TDT no sentido de melhorarem a informação prestada aos profissionais e ao público em geral, nomeadamente solicitando correcções e apresentando sugestões

Relativamente ao regulador, para além de contactos directos e de artigos publicados no blogue, tenho dirigido através das participações nas consultas públicas diversas críticas sobre a quantidade, a qualidade e a oportunidade da informação disponibilizada. Por exemplo, ainda recentemente, na consulta sobre a evolução da rede TDT, o blogue TDT em Portugal criticou a ausência do estabelecimento de parâmetros mínimos de qualidade para o sinal TDT, na recepção, lacuna implicitamente reconhecida pelo regulador em resposta ao blogue. E na consulta sobre o futuro da TDT (contributos ainda não publicados pelo regulador) precisamente a critica relativamente à desactualização da informação disponibilizada pelo regulador.

Esta deliberação da ANACOM é um passo para a supressão das falhas apontadas pelo blog TDT em Portugal.

Projecto de decisão ANACOM sobre obrigações de cobertura terrestre no âmbito da TDT

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quarta-feira, 7 de maio de 2014

Consulta pública preço do sinal TDT

A Anacom publicou hoje a sua decisão relativamente ao preço cobrado pela PTC às televisões pelo sinal da TDT. Esta decisão foi sujeita a consulta pública e vem no seguimento de pedido de intervenção efectuado pela RTP para mediação do regulador. O blogue TDT em Portugal enviou um contributo totalizando seis páginas abordando pontos essenciais da matéria em apreciação, nomeadamente: a reserva de capacidade de espectro no Mux A e sua utilização face às regras estabelecidas e a situação de monopólio na distribuição e emissão do sinal da TDT.

Em resumo, o blogue afirmou o seguinte:
  • Os operadores televisivos têm encarado a TDT, não como uma oportunidade, mas como uma ameaça.
  • Os governantes nada têm feito para defender os interesses dos cidadãos. 
  • Os três operadores de televisão, apesar de reclamarem do valor pago pela distribuição e emissão do sinal digital, na realidade até pagam menos do que pagavam pelo antigo sinal analógico.
  • Em Portugal nem sequer a capacidade completa de um Mux foi reservada para programas em sinal aberto! Dos 19,91 Mbit/s de capacidade máxima do Mux A (no Continente), o regulador apenas exigiu ao operador da rede que reserva-se 15Mbit/s até 26/04/2012, capacidade que a partir dessa data baixaria para apenas 9.64Mbit/s, ficando a capacidade excedente à disposição do operador da rede. Ou seja, logo à partida os governantes colocaram a possibilidade do aumento da oferta de canais no Mux A dependente da boa vontade da PTC, empresa que comercializa um serviço de televisão concorrente!
  • A vantagem de se ter adoptado o MPEG-4 tem sido desaproveitada.
  •  Os programas (canais) desde há muito tempo têm vindo a ser difundidos com um bitrate superior ao normal.
  •  As posições que os três operadores têm tomado em matéria da Televisão Digital Terrestre, nomeadamente a falta de interesse que sempre demonstraram em disponibilizar mais programas (canais) seus, impede que o custo da multiplexagem, transporte e difusão do sinal por programa (canal) seja mais baixo.
  • Existe um conflito de interesses entre a actividade de broadcasting e a de operador de serviços televisão por subscrição. O blogue TDT em Portugal já defendeu em consulta pública o fim do monopólio da emissão de televisão por via terrestre e a revisão das opções que impedem o livre funcionamento do mercado.
  • A participação dos operadores televisivos na estrutura accionista da empresa responsável pela distribuição e emissão do sinal acautelaria melhor os seus interesses.
  • É essencial que seja dada prioridade à abertura de concursos internacionais para a utilização de novos Muxes de âmbito nacional, regional e local, para a ocupação de pelo menos alguns dos vários canais radioeléctricos libertados com o switch-off das emissões de televisão analógica. 
  • O aumento da oferta televisiva em sinal aberto, para além de beneficiar os telespectadores, beneficiará também os próprios operadores televisivos, pois tal permitirá baixar os custos com a distribuição e emissão do sinal. 

Contributo (completo) enviado pelo blogue TDT em Portugal (pdf).
Deliberação da Anacom (pdf).

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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Rede temporária TDT vai manter-se por mais 6 meses

A ANACOM anunciou a renovação por mais 180 dias da licença que permite à PTC utilizar três frequências adicionais para a difusão do sinal TDT no Continente. Como o blogue TDT em Portugal informou em Maio, havia sido concedida autorização para a emissão temporária e simultânea do sinal TDT por 180 dias a partir do emissor do Monte da Virgem, Lousã e Montejunto. Esta rede deverá portanto manter-se em funcionamento até Maio de 2013. No entanto, parece ser desejo da PTC manter em funcionamento permanente a rede MFN o que implicará a emissão de uma licença definitiva.

A rede temporária MFN (multi-frequência), recordo, foi activada em Maio como alternativa temporária à rede principal devido a deficiências detectadas na cobertura do sinal. Deficiências essas detectadas tardiamente (pelo operador e pelo regulador), devido à forma como decorreu o processo de migração e switch-off, com a esmagadora maioria da população a fazer a migração praticamente em cima das datas limite, o que naturalmente não permitiu a detecção e correcção atempada de muitas situações de dificuldade de recepção antes do switch-off, como por diversas ocasiões alertei iria suceder. O período de simulcast, destinado precisamente a detectar e retificar estas situações, foi essêncialmente desperdiçado!

Segundo a PTC foram efectuados vários procedimentos de optimização da rede SFN:
  • "Atrasos de lançamento" em algumas estações;
  • Instalação de 12 novos emissores;
  • Abaixamento do diagrama de radiação vertical em 11 emissores;
  • Transformação de 9 gap-fillers em emissores;
  • Modificação do diagrama de radiação horizontal de 3 estações.
Por "atrasos de lançamento" a PTC possivelmente refere-se ao "acerto" do sincronismo dos emissores! Para além destes procedimentos, apesar de não o referir, a PTC procedeu também à alteração da potência de emissão de vários emissores. Segundo estimativas da ANACOM, estes procedimentos permitiram aumentar a cobertura da rede TDT (C56) no Continente em cerca de 30.000 pessoas. Informa também que estão em fase de estudo e planeamento acções de intervenção para o Baixo Alentejo e Algarve.

Parece evidente que a PTC não irá optimizar muito mais a rede SFN. Mas a utilização dos três emissores em rede MFN complementar (Monte da Virgem, Lousã e Montejunto) é apenas a solução mais económica para minorar as deficiências de cobertura. No entanto a orografia do país poderia ser melhor aproveitada para melhorar em muito a cobertura e também praticamente eliminar os problemas causados por fenómenos de propagação anormal do sinal. Os problemas de recepção no litoral aquando da presença de fenómenos de propagação devem-se fundamentalmente à quase ausência de barreiras naturais à propagação do sinal (terreno relativamente plano), o que em muitos locais pode permitir a recepção de vários emissores distantes. A localização dos emissores actuais nesta zona (utilizando o canal 56) obriga em muitos casos a uma orientação das antenas de recepção praticamente paralela à costa, o que favorece a captação de emissões indesejadas. Utilizando-se sites adicionais e localizados a cotas mais elevadas (mas utilizando diagramas de radiação com restrições) seria possível diminuir o número de "zonas de sombra" e praticamente evitar totalmente os problemas da auto-interferência entre emissores, pois dessa forma, nas zonas problemáticas a orientação das antenas de recepção poderia ser feita de forma perpendicular à costa, o que iria bloquear a recepção da maioria das emissões interferentes. Creio que a PTC não adoptou esta solução por motivos económicos. A solução de rede temporária adoptada acaba por ser mais económica e provavelmente a PTC até vai conseguir a utilização do espectro dos canais 42,46 e 49 sem pagar por ele.

A propósito de rede TDT, tenho monitorizado o sinal (na região de Aveiro) e confirmo a melhoria das condições de recepção, nomeadamente a estabilidade do sinal. Tenho visitado também vários sites de emissão e também com base em inúmeras fotos recebidas de vários pontos do país, excluindo a ausência de utilização de tilt nas antenas (que parece ter sido esquecida aquando do planeamento da rede), posso assegurar que foram de facto tomadas algumas precauções básicas relativamente a alguns sites “sensíveis”. É o caso do emissor da Serra da Boa Viagem (Figueira da Foz). Neste emissor são utilizados dois grupos de 3 painéis (ao contrário da mais habitual configuração de grupos de 4 painéis), orientados de forma a que a “face” sem painéis fica voltada para o litoral norte. Ao contrário do que alguns poderão pensar, apesar de não existirem painéis emissores numa direcção há sempre alguma radiação de sinal nessa direcção, embora fortemente atenuada. É o que acontece com este emissor. A cobertura a partir do emissor da Boa Viagem, junto à costa norte só é possível nas localidades muito próximas, mas melhora substancialmente à medida que nos afastamos do mar. Isto é tecnicamente correcto face ao que tenho referido a propósito das condições de propagação junto à costa.

Já para a emissão no canal 56 a partir do emissor da Lousã (Trevim) não encontro explicação. Este emissor está localizado a uma cota de 1190m, utiliza 750W de PAR e, pelo que pude apurar, emite para todos (ou praticamente todos) os quadrantes! Mesmo que seja utilizado tilt nas antenas, parece-me pouco credível que seja possível evitar a degradação do sinal em determinadas zonas mais afastadas. Aliás, os problemas de recepção do sinal durante o passado verão na zona de Estarreja, reportados na comunicação social, bem poderão ter sido motivados, pelo menos em parte, por interferência a partir deste emissor que teoricamente chega a esta zona já fora do chamado Intervalo de Guarda (esta situação poderá entretanto já ter sido corrigida). Não encontro explicação para o emissor da Lousã permanecer no ar com esta configuração sobretudo se a emissão no canal 46 passar a definitiva.

O ditado é antigo: “não há omelete sem ovos”. Se em 2010 a PT tivesse avançado com a sua oferta de TV por subscrição através da TDT não duvido que a qualidade de cobertura seria superior à actual. Parece-me que se pretende culpar os "fenómenos naturais" (que qualquer técnico envolvido no planeamento de redes de radiocomunicações deverá ter em conta), pelas deficiências da rede TDT. A PTC apresentou nos concursos um plano técnico de cobertura que na prática parece não assegurar os níveis de qualidade do serviço que a mesma estaria obrigada a prestar. A rede temporária, portanto, provavelmente irá passar a definitiva. Resta também saber se a PTC irá pagar pela utilização do espectro adicional (como seria normal) e se vai repercutir esse custo no valor que cobra aos canais. Se a utilização do espectro adicional lhe for concedida de forma gratuita ficará ainda mais desacreditada a desculpa da não emissão na TDT dos canais de interesse público RTP Memória e RTP Informação, pois terão que explicar aos portugueses porque motivo o espectro necessário para emitir esses canais não pode também ser cedido gratuitamente pelo Estado.

21/01/2013:
Na sequência dos problemas identificados na rede TDT e amplamente abordados no blogue TDT em Portugal, a ANACOM abre agora uma consulta pública sobre os cenários de evolução da actual rede de televisão digital terrestre. Em "discussão" estão cinco cenários:
  • Eliminação da rede em overlay (rede temporária) e operação exclusiva da rede SFN no canal 56;
  • Manutenção da rede em overlay;
  • Eliminação dos três emissores do canal 56 co-localizados com os emissores da rede em overlay;
  • Alteração do canal de emissão dos emissores da rede SFN, localizados no interior das zonas de cobertura dos emissores da rede overlay do Monte da Virgem e da Lousã;
  • Alteração da configuração para uma rede MFN (MFN de SFN’s).
A consulta decorre pelo período de 10 dias úteis, terminando a 1 de Fevereiro, devendo os contributos ser enviados, preferencialmente por correio electrónico, para o endereço evolucao.TDT@anacom.pt. O prazo parece-me demasiado curto dada a complexidade técnica do assunto em "discussão".

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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Captura

Seis meses após o apagão final da televisão analógica, os portugueses estão a colher os frutos da má semente que foi semeada. Infelizmente muitos "acordaram" tarde. Como já disse praticamente tudo o que havia a dizer sobre a TDT "Made in PT", deixou-vos com três pequenas "memórias" do passado, para reflexão.

A propósito da desistência da PT aos Muxes B-F:
«Esta decisão da PT representa um rude golpe na TDT portuguesa, mas também na credibilidade e imagem da Portugal Telecom e da autoridade reguladora! Se o processo de transição para a TDT já se antevia difícil, agora será ainda mais complicado.» Blogue TDT em Portugal, 22/01/2010.

Ou, a propósito do (na minha opinião) não cumprimento da data limite para a conclusão da cobertura do sinal, após um responsável da ANACOM ter afirmado que as obrigações de cobertura da totalidade do território tinham ficado concluídas em Dezembro de 2010:
«A última coisa que a TDT portuguesa necessitava era um regulador desacreditado, mas creio que agora não restam dúvidas que (no mínimo) a verdade tem sido distorcida. Claro que isto levanta questões muito sérias que outras pessoas ou entidades responsáveis poderão desenvolver nas instâncias próprias. Haja interesse e coragem». Blogue TDT em Portugal, 3/05/2011.

Ou, as “incompreensíveis ” explicações do presidente da ANACOM no Parlamento a propósito da aceitação da revogação das licenças da TDT paga:
«Disse o presidente da ANACOM que a PT lançou o MEO devido ao atraso do concurso da TDT (paga) devido às complicações legais (recurso da Airplus). Ora, a PT lançou o MEO (em Cabo, IPTV e satélite) em 2 de Abril de 2008, dois meses antes de serem conhecidos os resultados dos concursos da TDT! Mais, em Janeiro de 2008 (antes do inicio da data de apresentação de candidaturas aos concursos TDT) a PT já havia informado que iria lançar o serviço MEO Satélite em Abril. Parece-me que só a ANACOM aceitou as justificações da PTC, o que é, digamos… “estranho”.» Blogue TDT em Portugal, 24/09/2011.

Em Janeiro de 2010 partilhei o meu entendimento sobre o motivo para a desistência da TDT paga:
«...Depois de ter lutado para afastar o seu único concorrente (AirPlus) e ter repetidamente garantido que o avanço do seu projecto de TDT paga não estaria em causa, a PT solicitou à Anacom a revogação das licenças relativas aos Mux's da TDT paga!
Penso que fica agora claro quais foram as alegadas alterações de mercado. É que a PT avançou para a massificação do serviço Meo através do Meo Satélite (com sucesso), na mesma altura em que concorria às licenças da TDT. Á luz dos mais recentes desenvolvimentos, é legítimo considerar que a candidatura às licenças da TDT paga, não passou de uma estratégia para eliminar a concorrência.
Julgo também, ter ficado claro que, desde muito cedo a PT terá desistido da TDT. Recordo que já em Abril de 2009 (curiosamente apenas alguns dias após a AirPlus ter anunciado a sua desistência de continuar a "lutar" nos tribunais e da extinção da sua filial em Portugal), o presidente executivo da PT tinha falado em «alteração de circunstâncias de mercado» e que em Maio do mesmo ano alertei que a TDT paga tinha sido aparentemente "esquecida" pela PT nos testes de compatibilidade dos equipamentos. Mas, já na fase de consultas dos concursos, a PT considerava a TDT como «uma plataforma de televisão digital alternativa às existentes, designadamente cabo e satélite»....» Blogue TDT em Portugal, 22/01/2010

"Sinais" creio que não faltaram. Pergunto: se o regulador depende do Governo (laranja, rosa, azul ou outro), se existe "captura" do regulador, a captura não será antes do próprio Governo?

19/11/2012:
Segundo notícias recentes, a ANACOM irá realizar dois estudos sobre a TDT. Um sobre que supostamente pretende recolher informação sobre o processo de migração na "óptica do consumidor". O outro, que decorrerá em 2013, visará a qualidade de recepção do sinal TDT e será levado a cabo por "especialistas da área". 

Sendo conhecida a contradição flagrante entre o discurso oficial do regulador (para quem essencialmente tudo correu bem) e a dos consumidores, não seria recomendável que estes estudos fossem efectuados por empresas independentes, não portuguesas e seleccionadas através de concurso público? 
 
Quem ainda não está familiarizado com o frágil "ecosistema" da TDT portuguesa pode encontrar mais "material de estudo" na coluna à direita ;) 

quinta-feira, 19 de julho de 2012

PT Faz Correcções na Rede de Emissores TDT

Como tem sido noticiado na comunicação social, algumas localidades do país têm enfrentado problemas na recepção do sinal da TDT. Como tenho afirmado, os problemas têm várias causas e não é correcto responsabilizar apenas a empresa responsável pela rede emissora. Como tenho desde há muito alertado através do blogue TDT em Portugal, a Televisão Digital Terrestre é muito mais exigente do que a televisão analógica relativamente aos sistemas de antena e de distribuição do sinal e nem todos têm noção dessa particularidade. Muitos dos problemas de recepção têm origem em deficiências do sistema de recepção (antena, cablagem, etc) que se podem manifestar a qualquer momento. 

Dito isto, há de facto indícios de haver zonas onde existem dificuldades de recepção do sinal devido ao deficiente planeamento da rede e/ou à deficiente instalação dos equipamentos emissores. Ao longo de quase 3 anos testemunhei e tomei conhecimento de várias situações através de testemunhos credíveis, que me levaram a ter afirmado que a rede de emissores TDT foi implementada de forma "trapalhona". As provas de que o planeamento e/ou a execução da rede de difusão do sinal da TDT foram deficientes avolumam-se. 

Após determinação recente da ANACOM, a PTC tem finalmente vindo a introduzir correcções na rede no sentido de eliminar ou minorar alguns dos problemas de recepção que ocorrem em alguns locais. Como referi em post de Dezembro de 2011, a localização, potência e diagrama de irradiação das antenas dos emissores têm que ser muito bem calculados para reduzir ao mínimo o potencial de interferência, uma vez que no Continente e na Madeira é utilizada rede de frequência única (SFN). O alcance dos emissores é deliberadamente limitado de forma a não chegarem sinais demasiado desfasados no tempo (fora do chamado intervalo de guarda) o que provocaria interferência destrutiva no sinal e a impossibilidade de receber as emissões sem falhas. Daí ter escrito há muito que tinha algumas reservas relativamente à localização e potência de alguns emissores que servem a faixa litoral Centro - Norte, nalguns casos instalados praticamente “em cima” do mar e com potências superiores a 1Kw. E tudo indica que não foram mesmo tomados todos os cuidados necessários. 

Um exemplo chega-nos de Viana do Castelo. Tanto na cidade como no Alto do Galeão (Darque) foram introduzidas alterações nas antenas dos respectivos emissores de forma a limitar o alcance dos sinais para Sul. Concretamente foi recentemente aplicado Tilt (inclinação) e reduzida a potência de emissão nos painéis orientados a sul. Isso pode ser constatado nas imagens enviadas pelo leitor Abílio Azevedo, instalador e residente na zona. Como se pode verificar na imagem acima, os emissores de Viana do Castelo têm o potencial de causar interferências destrutivas no sinal recebido em algumas localidades distantes junto à costa, pois a maioria do trajecto do sinal é sobre o mar, o que com frequência permite excelentes condições de propagação e um maior alcance dos sinais. 

Aplicar um ângulo de inclinação nos painéis emissores, permite reduzir o cone de sombra da antena, aumentando a intensidade do sinal nas proximidades do emissor e, mais importante, limitar o alcance do emissor a uma distância inferior à chamada “linha de vista”. Isso permite reduzir a possibilidade do emissor alcançar distâncias muito superiores ao alcance para o qual o mesmo foi calculado aquando da presença de fenómenos de propagação já referidos em post anterior e frequentes na costa portuguesa, sobretudo por altura do Verão, o que causaria interferências destrutivas no sinal recebido em várias localidades distantes a sul, para além da linha de vista, sobretudo ao longo da costa. 

É perfeitamente possível utilizar redes de frequência única (SFN) a nível nacional, basta planear e implementar correctamente. A PT sabe isso certamente. Este é apenas um exemplo onde aparentemente houve falha no planeamento e/ou execução da instalação da cobertura de uma zona específica mas que, devido a se tratar de rede SFN, tem impacto negativo em zonas afastadas. Isso leva a supor que mais casos semelhantes existirão e infelizmente, apesar de os emissores terem sido instalados há muitos meses, ainda se anda a corrigir a rede.

14/08/2012:
A ANACOM anunciou o prolongamento do prazo para requerer os apoios e comparticipação à aquisição de receptores TDT para a recepção terrestre e DTH (satélite). O prazo limite foi prolongado até 31/12/2012. Já anteriormente o prazo havia sido prolongado até 31/08/2012. A razão para mais este prolongamento deverá estar na reduzida adesão à modalidade DTH (TDT Complementar), já referida no blogue TDT em Portugal, em locais considerados oficialmente sem cobertura terrestre ou com reduzida probabilidade de cobertura. A data 31/12/2012 ocorre cerca de um mês após o fim previsto das emissões temporárias em frequências alternativas.

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quarta-feira, 9 de maio de 2012

Fim da televisão analógica originou sofrimento e exclusão

A forma como a Televisão Digital Terrestre foi introduzida em Portugal não permitia esperar outro resultado. Os cidadãos em geral e as populações mais desfavorecidas em particular foram altamente lesados com a migração para a TDT. O processo de migração português foi concebido e implementado com quase total desrespeito pelos cidadãos, ignorando por completo as experiências de outros países, as recomendações de especialistas e as graves dificuldades económicas da maioria da população. 

Em Dezembro de 2010 alertei que já não seria possível implementar um processo de switch-off que decorre-se de forma tranquila. Os factos deram-me razão, em Portugal não tivemos uma verdadeira migração, mas sim uma expropriação. Tratou-se de uma verdadeira agressão à população, perpetrada por políticos sem escrúpulos ao serviço do lobby da televisão paga. A mudança foi imposta a todo o custo, sem estarem reunidas as condições, com grandes benefícios para alguns poucos, mas com uma factura pesada e sem contrapartidas relevantes para a população. 

ANACOM e responsáveis políticos decidiram que um ano bastaria para vários milhões de portugueses se prepararem e fazerem a mudança para a TDT. Apesar dos avisos e das inúmeras evidências em contrário, para eles foi um sucesso, pois avaliação diferente poria em causa os seus juízos e a sua competência. 

Aos olhos dos políticos o processo correu tão bem que o administrador da ANACOM com a responsabilidade da TDT (o mesmo que em Fevereiro de 2011 afirmou que a instalação de emissores tinha ficado concluída no final de 2010), foi “premiado” com novos pelouros. Entre outras atribuições, será responsabilidade deste Sr. coordenar e decidir a gestão e fiscalização do espectro radio-eléctrico. Já todos podem imaginar o que poderá vir a acontecer e qual será o futuro que espera a TDT portuguesa… 

Segundo a ANACOM, após as três fases de desligamento, terão sido recebidos no total 4.065 telefonemas para a linha de apoio da TDT por parte de pessoas que ficaram sem TV. A mesma considera estes números “pouco expressivos” e eu concordo. Os números são de facto pouco expressivos porque não expressam a realidade! A maioria das pessoas que liga para a linha de apoio sabe porque ficou sem televisão, simplesmente não tem disponibilidade financeira para fazer a mudança porque, ao contrário do que é afirmado na publicidade que passou na TV, na maioria dos casos não basta comprar um “descodificador” e ligar ao televisor.  

Como já referi neste blogue, o programa de subsidiação dos equipamentos TDT foi um fracasso, a verba utilizada ficou substancialmente abaixo dos valores apresentados pela PTC na fase de concursos. Ou seja, tudo indica que a PT acabou por poupar muito dinheiro com o programa de subsidiação! Terá sido porque os portugueses são ricos, ou devido à falta de divulgação e todas as burocracias necessárias para obter a comparticipação? Não há responsáveis?  

A contrapor ao sucesso apregoado pelos políticos e pelos responsáveis da ANACOM, há verdadeiros dramas de famílias e pessoas isoladas que ficaram sem televisão, a sua única fonte de distracção ou companhia. Eis o extracto de uma mensagem recebida pelo Blogue TDT em Portugal de uma funcionária da linha de apoio TDT que chega a atender várias dezenas de pessoas por dia:
Sou trabalhadora da linha de atendimento da TDT (a serviço da PT) há 7 meses. Lido diariamente com casos de telespectadores indignados que me deixam igualmente indignada e perplexa. Enquanto trabalhadora esforço-me ao máximo por ser imparcial, pessoalmente não consigo ficar indiferente aos problemas que este novo sistema está causar não a dezenas, nem a centenas, mas a milhares de cidadãos portugueses. Todos os dias regresso a casa com o sentimento de que estou a compactuar com o demónio. Raramente temos soluções gratuitas a baixo custo para oferecer aos telespectadores. Oiço pessoas a chorar, a gritar, a conformarem-se devido a esta situação. Estamos a falar da televisão, um bem adquirido pelos portugueses há 55 anos, o meio de informação das massas, o único meio de entretenimento ou a única companhia de alguns. «…» Existem direitos civis básicos que estão a ser violentados pelas entidades responsáveis da TDT. 

Segundo a ANACOM, terão sido 4.065 telefonemas, mas quantos mais milhares ficaram sem televisão e não telefonaram pelas mais variadas razões? Afinal, a experiência diz que quando um reclama muitos mais ficam em silêncio. 

O processo de migração para a Televisão Digital Terrestre, pela forma como decorreu, ficará registado como um marco negro, não só na história da televisão portuguesa, mas também na história da nossa democracia. Infelizmente, a maioria da população achará que se tratou apenas de mais um “assalto” ao bolso dos cidadãos, mas quem seguiu o processo com atenção e tem alguma experiência de vida, sabe que se tratou de algo bem mais grave. Ficou bem evidente que a nossa democracia está doente e certos políticos não passam de serviçais do poder económico, neste caso a PT, que é quem de facto "governa" as telecomunicações e a televisão em Portugal. 

Os dias que correm fazem recordar tempos anteriores ao 25 de Abril de 1974, quando uma ditadura mentia e oprimia a população em benefício de meia dúzia de capitalistas. Parece que em vez de avançar recuamos no tempo! 

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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Televisão perde mais frequências

A ITU (International Telecommunications Unino) decidiu atribuir uma faixa adicional de frequências para comunicações electrónicas, actualmente utilizadas para emissões de televisão. A libertação desta nova faixa (694-790Mhz) é já apelidada de Dividendo Digital 2 e deverá ser aplicado em 2015. O primeiro dividendo digital , recorde-se, atribuiu a faixa 790-862Mhz também para comunicações electrónicas (redes 4G/LTE) e obrigou à alteração da frequência utilizada pela TDT portuguesa. No inicio do mês o Parlamento Europeu aprovou a  proposta que obriga os estados membros a autorizar a utilização da faixa 790-862Mhz para comunicações electrónicas até 1 de Janeiro de 2013. Em Portugal estas frequências já foram leiloadas prevendo-se para breve a sua utilização pelos operadores móveis TMN, Vodafone e Optimus.
Até 2015, será portanto necessário alterar novamente a frequência de emissão da TDT para todos os emissores do Continente e Madeira e alguns dos Açores. Isto porque a TDT utiliza canais que estão dentro da faixa de frequências que será "libertada". Recorde-se que aquando da fase de consulta à alteração do canal da TDT (numa altura que a proposta de atribuição dos 694-790Mhz já era conhecida), a Anacom não aceitou a proposta favorecida pela PT, que alertou para esta eventualidade e propunha utilizar-se o canal 40 (622-630Mhz), o que tornaria uma segunda alteração de frequências desnecessária.
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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Cobertura da TDT portuguesa por Concelho

A ANACOM divulgou as taxas de cobertura da Televisão Digital Terrestre (TDT) por Concelho. Trata-se, segundo a mesma, de estimativas de cobertura fornecidas pela PT Comunicações, de acordo com a rede implementada pela mesma até 13 fevereiro de 2012. No entanto não é informado qual a metodologia utilizada para apurar os valores, nem os pressupostos técnicos. Normalmente estes valores são apurados recorrendo a simulações por software. Por exemplo, os níveis de cobertura podem variar substâncialmente consoante a capacidade de captação da antena receptora e a altura a que está instalada. Como informei anteriormente, é prática comum calcular (e medir) os valores de cobertura com antena exterior para recepção a 10 metros do solo com antena de ganho igual a 14 dBi.

Cobertura da Televisão Digital Terrestre Portuguesa

Concelho

Nível de cobertura

Via Terrestre

Via Satélite
Abrantes100%90%10%
Águeda100%90%10%
Aguiar da Beira100%71%29%
Alandroal100%87%13%
Albergaria-a-Velha100%95%5%
Albufeira100%100%0%
Alcácer do Sal100%85%15%
Alcanena100%49%51%
Alcobaça100%97%3%
Alcochete100%97%3%
Alcoutim100%40%60%
Alenquer100%82%18%
Alfândega da Fé100%84%16%
Alijó100%80%20%
Aljezur100%84%16%
Aljustrel100%87%13%
Almada100%100%0%
Almeida100%61%39%
Almeirim100%96%4%
Almodôvar100%19%81%
Alpiarça100%100%0%
Alter do Chão100%75%25%
Alvaiázere100%91%9%
Alvito100%77%23%
Amadora100%99%1%
Amarante100%89%11%
Amares100%98%2%
Anadia100%90%10%
Angra do Heroísmo100%97%3%
Ansião100%67%33%
Arcos de Valdevez100%83%17%
Arganil100%61%39%
Armamar100%96%4%
Arouca100%83%17%
Arraiolos100%73%27%
Arronches100%53%47%
Arruda dos Vinhos100%34%66%
Aveiro100%97%3%
Avis100%76%24%
Azambuja100%88%12%
Baião100%76%24%
Barcelos100%99%1%
Barrancos100%55%45%
Barreiro100%100%0%
Batalha100%100%0%
Beja100%96%4%
Belmonte100%94%6%
Benavente100%99%1%
Bombarral100%98%2%
Borba100%99%1%
Boticas100%85%15%
Braga100%100%0%
Bragança100%86%14%
Cabeceiras de Basto100%92%8%
Cadaval100%86%14%
Caldas da Rainha100%88%12%
Calheta100%91%9%
Calheta100%68%32%
Câmara de Lobos100%92%8%
Caminha100%59%41%
Campo Maior100%37%63%
Cantanhede100%95%5%
Carrazeda de Ansiães100%86%14%
Carregal do Sal100%93%7%
Cartaxo100%84%16%
Cascais100%100%0%
Castanheira de Pera100%89%11%
Castelo Branco100%97%3%
Castelo de Paiva100%92%8%
Castelo de Vide100%55%45%
Castro Daire100%51%49%
Castro Marim100%39%61%
Castro Verde100%89%11%
Celorico da Beira100%92%8%
Celorico de Basto100%82%18%
Chamusca100%71%29%
Chaves100%93%7%
Cinfães100%77%23%
Coimbra100%96%4%
Condeixa-a-Nova100%81%19%
Constância100%100%0%
Coruche100%74%26%
Corvo100%0%100%
Covilhã100%90%10%
Crato100%95%5%
Cuba100%89%11%
Elvas100%95%5%
Entroncamento100%100%0%
Espinho100%99%1%
Esposende100%98%2%
Estarreja100%100%0%
Estremoz100%96%4%
Évora100%98%2%
Fafe100%96%4%
Faro100%100%0%
Felgueiras100%97%3%
Ferreira do Alentejo100%43%57%
Ferreira do Zêzere100%85%15%
Figueira da Foz100%97%3%
Figueira de Castelo Rodrigo100%92%8%
Figueiró dos Vinhos100%64%36%
Fornos de Algodres100%81%19%
Freixo de Espada à Cinta100%31%69%
Fronteira100%96%4%
Funchal100%98%2%
Fundão100%87%13%
Gavião100%67%33%
Góis100%51%49%
Golegã100%89%11%
Gondomar100%100%0%
Gouveia100%84%16%
Grândola100%74%26%
Guarda100%92%8%
Guimarães100%100%0%
Horta100%84%16%
Idanha-a-Nova100%83%17%
Ílhavo100%98%2%
Lagoa100%98%2%
Lagoa100%99%1%
Lagos100%92%8%
Lajes das Flores100%0%100%
Lajes do Pico100%99%1%
Lamego100%94%6%
Leiria100%94%6%
Lisboa100%100%0%
Loulé100%94%6%
Loures100%97%3%
Lourinhã100%95%5%
Lousã100%95%5%
Lousada100%98%2%
Mação100%45%55%
Macedo de Cavaleiros100%86%14%
Machico100%93%7%
Madalena100%92%8%
Mafra100%96%4%
Maia100%100%0%
Mangualde100%93%7%
Manteigas100%13%87%
Marco de Canaveses100%90%10%
Marinha Grande100%99%1%
Marvão100%80%20%
Matosinhos100%100%0%
Mealhada100%90%10%
Mêda100%85%15%
Melgaço100%53%47%
Mértola100%49%51%
Mesão frio100%98%2%
Mira100%51%49%
Miranda do Corvo100%72%28%
Miranda do Douro100%68%32%
Mirandela100%90%10%
Mogadouro100%66%34%
Moimenta da Beira100%91%9%
Moita100%100%0%
Monção100%79%21%
Monchique100%87%13%
Moncorvo100%94%6%
Mondim de Basto100%92%8%
Monforte100%89%11%
Montalegre100%32%68%
Montemor-o-Novo100%80%20%
Montemor-o-Velho100%96%4%
Montijo100%100%0%
Mora100%51%49%
Mortágua100%85%15%
Moura100%72%28%
Mourão100%85%15%
Mourça100%72%28%
Murtosa100%100%0%
Nazaré100%99%1%
Nelas100%96%4%
Nisa100%90%10%
Nordeste100%23%77%
Óbidos100%97%3%
Odemira100%62%38%
Odivelas100%100%0%
Oeiras100%100%0%
Oleiros100%21%79%
Olhão100%100%0%
Oliveira de Azeméis100%98%2%
Oliveira de Frades100%63%37%
Oliveira do Bairro100%88%12%
Oliveira do Hospital100%78%22%
Ourém100%83%17%
Ourique100%61%39%
Ovar100%99%1%
Paços de Ferreira100%98%2%
Palmela100%100%0%
Pampilhosa da Serra100%31%69%
Paredes100%97%3%
Paredes de Coura100%40%60%
Pedrogão Grande100%78%22%
Penacova100%76%24%
Penafiel100%97%3%
Penalva do Castelo100%90%10%
Penamacor100%87%13%
Penedono100%89%11%
Penela100%67%33%
Peniche100%97%3%
Peso da Régua100%96%4%
Pinhel100%87%13%
Pombal100%85%15%
Ponta Delgada100%95%5%
Ponta do Sol100%88%12%
Ponte da Barca100%85%15%
Ponte de Lima100%97%3%
Ponte de Sor100%87%13%
Portalegre100%88%12%
Portel100%37%63%
Portimão100%100%0%
Porto100%100%0%
Porto de Mós100%74%26%
Porto Moniz100%72%28%
Porto Santo100%88%12%
Póvoa de Lanhoso100%99%1%
Póvoa de Varzim100%100%0%
Povoação100%69%31%
Praia da Vitória100%39%61%
Proença-a-Nova100%87%13%
Redondo100%94%6%
Reguengos de Monsaraz100%96%4%
Resende100%87%13%
Ribeira Brava100%57%43%
Ribeira de Pena100%90%10%
Ribeira Grande100%95%5%
Rio Maior100%91%9%
Sabrosa100%79%21%
Sabugal100%68%32%
Salvaterra de Magos100%98%2%
Santa Comba Dão100%93%7%
Santa Cruz100%94%6%
Santa Cruz da Graciosa100%92%8%
Santa Cruz das Flores100%0%100%
Santa Maria da Feira100%98%2%
Santa Marta de Penaguião100%92%8%
Santana100%76%24%
Santarém100%86%14%
Santiago do Cacém100%90%10%
Santo Tirso100%99%1%
São Brás de Alportel100%81%19%
São João da Madeira100%100%0%
São João da Pesqueira100%83%17%
São Pedro do Sul100%83%17%
São Roque do Pico100%100%0%
São Vicente100%45%55%
Sardoal100%61%39%
Sátão100%83%17%
Seia100%67%33%
Seixal100%100%0%
Sernancelhe100%85%15%
Serpa100%68%32%
Sertã100%91%9%
Sesimbra100%100%0%
Setúbal100%97%3%
Sever do Vouga100%69%31%
Silves100%80%20%
Sines100%96%4%
Sintra100%99%1%
Sobral de Monte Agraço100%96%4%
Soure100%89%11%
Sousel100%41%59%
Tábua100%95%5%
Tabuaço100%84%16%
Tarouca100%82%18%
Tavira100%88%12%
Terras de Bouro100%30%70%
Tomar100%89%11%
Tondela100%93%7%
Torres Novas100%97%3%
Torres Vedras100%83%17%
Trancoso100%90%10%
Trofa100%100%0%
Vagos100%64%36%
Vale de Cambra100%88%12%
Valença100%100%0%
Valongo100%100%0%
Valpaços100%88%12%
Velas100%99%1%
Vendas Novas100%92%8%
Viana do Alentejo100%97%3%
Viana do Castelo100%90%10%
Vidigueira100%95%5%
Vieira do Minho100%54%46%
Vila de Rei100%69%31%
Vila do Bispo100%74%26%
Vila do Conde100%100%0%
Vila do Porto100%94%6%
Vila Flor100%81%19%
Vila Franca de Xira100%92%8%
Vila Franca do Campo100%99%1%
Vila Nova da Barquinha100%95%5%
Vila Nova de Cerveira100%92%8%
Vila Nova de Famalicão100%100%0%
Vila Nova de Foz Côa100%94%6%
Vila Nova de Gaia100%99%1%
Vila Nova de Paiva100%63%37%
Vila Nova de Poiares100%88%12%
Vila Pouca de Aguiar100%86%14%
Vila Real100%94%6%
Vila Real de Santo António100%44%56%
Vila Velha de Rodão100%87%13%
Vila Verde100%93%7%
Vila Viçosa100%100%0%
Vimioso100%58%42%
Vinhais100%64%36%
Viseu100%94%6%
Vizela100%100%0%
Vouzela100%65%35%
Fonte: ANACOM, PT Comunicações

Como é referido, trata-se de estimativas fornecidas pela empresa responsável pela implementação da rede de TDT, logo parte interessada. Uma vez que a PTC está obrigada contratualmente a garantir determinados níveis de cobertura terrestre (90,12% da população), a bem da transparência, deveria ser realizado um estudo da cobertura TDT, a nível nacional, por uma entidade independente e com divulgação da metodologia utilizada e os resultados obtidos em vários pontos do país afím de aferir a cobertura real da rede de televisão digital terrestre.

21/05/2012:
Uma actualização dos dados de cobertura está disponível aqui.

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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

PT vai reforçar cobertura TDT em sedes de concelho

A Portugal Telecom informou que vai reforçar a cobertura do sinal de TDT nas sedes de concelho com menor cobertura, sempre que haja viabilidade técnica e que a complexidade do sistema o permita. Segundo a mesma, este reforço será gradual e de acordo com o calendário do switch-off, passando a cobertura dos cerca de 90% actuais (segundo a mesma) para 93/94%. Tal como o blogue TDT em Portugal informou, ainda no final da semana passada entrou em funcionamento um emissor TDT na cidade de Ourique.

Como habitual, a operadora deixa os consumidores em “suspense” pois não divulga os locais onde esse reforço irá ocorrer. Isto é mau (como já critiquei em diversas ocasiões) porque os cidadãos arriscam-se a gastar mais dinheiro do que o necessário. Nalguns casos, com o reforço da cobertura poderá já não ser necessário trocar a antena ou nos casos mais complicados pode já não ser necessário recorrer à recepção via satélite (compra do kit TDT Complementar). Os portugueses que tantas vezes são criticados por deixarem tudo para a última hora, infelizmente, no caso da TDT, têm muitas razões para adiarem a migração. Muitas famílias poderão já ter gasto dinheiro desnecessariamente. E não se divulgando as localidades onde o reforço de sinal irá ter lugar, poderá muito bem acontecer que com este anúncio muitas pessoas adiem ainda mais a migração para a TDT.

Está pois a verificar-se a situação para a qual alertei em Junho de 2010:

«Tal como a Anacom reconhece, Portugal vai ter um dos menores períodos de simulcast. Este período, em que as emissões digitais e analógicas coexistem, é fundamental para dar tempo, não só para os telespectadores prepararem as suas instalações para o sinal TDT, mas também para o operador de rede proceder a correcções na cobertura! Por muitas medições no terreno que sejam realizadas, só após uma adesão significativa da população serão detectados muitos problemas na recepção da televisão digital terrestre! E acreditem, em muitos locais do país vão existir problemas de cobertura que será necessário solucionar. Se não há ninguém a captar o sinal, os problemas, naturalmente, passam despercebidos.»

Só agora, a poucas semanas ou meses dos desligamentos e com uma adesão minimamente significativa da população, muitas das dificuldades de recepção do sinal estão a ser detectadas. Dificuldades essas que levam tempo a solucionar. Esta situação era previsível, pois em Portugal e ao contrário de praticamente todos os países, a TDT está a ser imposta à população que, naturalmente, adiou o mais possível a migração o que vai tornar os desligamentos tudo menos “tranquilos”.

Recordo mais uma vez que a PT garantiu em diversas ocasiões que estaria em condições de antecipar o switch-off em 12 meses (para Janeiro de 2011) e que Portugal seria exemplar no switch-off. As palavras são do CEO da PT:

«em 1 de Janeiro de 2011 Portugal estará na linha da frente de tudo o que de melhor vai acontecer na Europa»
«o nosso país vai ser exemplar no switch-off e uma referência a nível europeu»

A realidade, como sabemos, é bem diferente! A novela da TDT à portuguesa continua…

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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Falhas na recepção da TDT têm origens múltiplas

Desde que arrancaram as emissões de Televisão Digital Terrestre, as questões relacionadas com a recepção do sinal têm motivado um interesse crescente, o que é compreensível. A tecnologia utilizada é bastante mais exigente quanto à qualidade das instalações de recepção e coloca novos desafios aos técnicos instaladores. Embora o blogue TDT em Portugal não seja um consultório técnico, tenho dedicado vários posts aos assuntos mais técnicos tentando utilizar uma linguagem o mais acessível possível. Muitos leitores e instaladores têm partilhado experiências, muitas vezes queixando-se de problemas na recepção do sinal. Muitos mostram-se decepcionados, pois dizem que, “afinal não é só ligar e já está, como diz a publicidade”.

Como tenho escrito, as causas dos problemas podem ser de vária ordem e muitas vezes não têm origem na emissão de TDT mas sim nos sistemas de recepção que não estão devidamente adaptados ao novo sinal. Muitas antenas são simplesmente instaladas “a olho”, orientadas para o emissor mais próximo quando em muitos casos o emissor mais próximo não é a melhor opção. Noutros casos simplesmente não há condições para se obter uma recepção fiável e a solução é a recepção da TDT por satélite. No entanto, de facto, algumas falhas na recepção do sinal TDT têm origem na rede de distribuição/emissão do sinal. Estas falhas traduzem-se em pixelizações e congelamento da imagem(*) ou até à interrupção momentânea da emissão. Importa dizer que não existe uma rede perfeita, as falhas fazem parte da equação.

A rede de TDT utilizada em Portugal é operada e propriedade da PT Comunicações. No Continente e na Madeira foi adoptada a tipologia SFN (rede de frequência única), o que significa que todos os emissores utilizam a mesma frequência (canal 56 no Continente e canal 54 na Madeira). Este facto apresenta vantagens mas também algumas desvantagens importantes! A vantagem principal reside no facto de se poupar imenso espectro, pois apenas se utiliza um único canal de emissão. No entanto, para que todos os emissores utilizem a mesma frequência são necessários cuidados extremos no planeamento e execução da rede para que se garanta a máxima disponibilidade possível do sinal, ou seja, para se conseguir uma recepção com o menor número possível de falhas. Para que todos os emissores possam utilizar a mesma frequência, o sinal é emitido obedecendo a um parâmetro chamado “Intervalo de Guarda”, que permite a sobreposição de sinais provenientes de vários emissores desde respeitem uma distância máxima entre si, que no Continente é de aprox. 67Km.

Como disse, as falhas de sinal podem ter várias causas, tanto no lado da recepção como no lado da emissão. A rede que vem sendo implementada tem-me suscitado algumas reservas, nomeadamente relativamente à localização escolhida e potência de alguns dos emissores, especialmente na faixa do Litoral entre a Figueira da Foz e o Porto, dado que é uma zona onde com alguma frequência (sobretudo no Verão) as condições de propagação podem mais que duplicar o alcance dos emissores, criando naturalmente interferências destrutivas que podem impossibilitar a recepção correcta do sinal.

Já disse que na minha opinião esta rede teve por base essencialmente critérios economicistas. Tenho guardado a maioria dessas reservas para mim mesmo uma vez que a rede ainda não estava completa, o que parece ser agora o caso. Recordo que a rede TDT obedece a um plano técnico apresentado pela PTC na fase de concursos. A PTC deve cumprir esse plano e, caso pretenda introduzir alterações, tem que as submeter à aprovação da ANACOM. Ora, curiosamente, as potências de emissão dos emissores TDT divulgadas pela ANACOM sofreram recentemente em muitos casos aumentos significativos sem que haja conhecimento de algum pedido nesse sentido e respectiva autorização por parte da ANACOM. Como já comentei, isso não quer dizer que as potências tenham de facto aumentado, pois pode dar-se o caso das potências anteriormente divulgadas estarem erradas. Aliás, recebo vários emissores e não notei variação na potência de emissão, embora isso também não seja garantia absoluta que ela não tenha ocorrido. Caso tenham de facto ocorrido os aumentos de potência relativamente ao plano inicial, sem que tenham sido adoptadas outras alterações, isso terá forçosamente um impacto significativo no comportamento da rede, especialmente tendo em conta o que escrevi mais acima. Mas, como escrevi há muito tempo atrás, tão importante como conhecer a localização e potência de emissão dos emissores é conhecer o seu diagrama de irradiação, um dado que quer a PTC quer a ANACOM não facultam.

Do lado da emissão as falhas podem ter várias origens: na cabeça de rede (em Monsanto), na rede de distribuição e nos emissores. Falhas com origem na cabeça de rede serão necessariamente propagadas por toda a rede e serão reproduzidas em todos os equipamentos de recepção. Falhas na rede de distribuição afectam a parte da rede imediatamente a seguir ao local da falha. Uma falha num emissor afecta a zona servida por esse emissor mas, consoante o tipo de problema, pode afectar também outras zonas que o seu sinal alcance.

É convicção minha que muitos dos problemas de recepção têm origem em falhas na rede de distribuição do sinal. Os emissores são alimentados por rede de fibra óptica ou rádio frequência, consoante a disponibilidade no site. Todos os emissores têm, num dado momento, de emitir exactamente o mesmo conteúdo, bit por bit. Caso isso não aconteça em algum emissor devido a uma falha momentânea na rede de distribuição, perante a rede SFN o sinal desse emissor comporta-se como sinal interferente, com efeito destrutivo, podendo naturalmente afectar a recepção do sinal TDT em zonas abrangidas por outros emissores, mesmo que elas ainda estejam dentro do intervalo de guarda! Uma discrepância na configuração de um emissor pode também causar efeitos semelhantes.

Naturalmente, são situações que requerem uma investigação meticulosa e deveriam merecer a atenção da PTC e da ANACOM o que aparentamente não tem acontecido. Dada a forma "trapalhona" como a rede tem sido implementada não me surpreendia se não existisse qualquer tipo de monitorização das emissões.

É aliás um problema que não afecta só as emissões TDT. A distribuição do sinal de rádio da RDP é também da responsabilidade da PTC e tem sofrido problemas semelhantes (embora parte da rede seja diferente) que duram há vários anos, tendo eu também escrito a esse respeito. Neste caso a RDP atira as responsabilidades para a PTC e a PTC atira as responsabilidades para a RDP!

Volto a frisar que muitos dos problemas de recepção da TDT devem-se a deficiências nas instalações de recepção dos telespectadores e podem ser facilmente corrigidos. Apesar das falhas ocasionais, a qualidade de imagem dos quatro canais (RTP1, RTP2, SIC e TVI) através da recepção da TDT por antena terrestre é actualmente superior à qualidade de imagem desses canais obtida através dos serviços de televisão via satélite.

* estas falhas são muitas vezes causadas por interferências causadas ao sinal no local de recepção.

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