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sábado, 20 de abril de 2024

Serviço Minimo: TDT está por um fio, rádio parou no tempo.

Caro leitor, após prolongado silêncio ditado pela ausência de novidades, não resisto a partilhar o meu desgosto sobre o estado da televisão e da rádio no nosso pequeno Portugal. É mais um desabafo de quem vê o país a andar para trás. Sei que não estou sozinho.

Comecemos pela televisão. Na vizinha Espanha em Fevereiro todos os canais nacionais ficaram disponíveis em Alta Definição na TDT. Também na TDT, a televisão pública TVE iniciou a emissão teste de dois canais em UHD 4K HDR! Por cá, a nossa TDT continua em SD e sem os prometidos dois novos canais. Nem privados, nem públicos. Nem mais canais nem HD. Canais em Alta Definição, só nos operadores de TV por subscrição!

Mas as coisas ainda podem piorar! A licença TDT do operador da rede foi renovada no final de 2022 por mais 7 anos, até 2030. No entanto e tal como havia previsto em 2013, os privados há anos veem reclamando do valor que pagam à Altice/MEO e já afirmam que não é viável continuarem na TDT até 2030, pretendendo a possibilidade de sair antes de terminar a licença!

«… Dada a pobreza da nossa TDT, não estranha por isso que o número de lares que recebem apenas TDT esteja em queda acentuada. Poderá já não estar longe o dia em que os operadores nacionais não estarão dispostos a suportar os custos com a sua emissão na TDT. Quando esse dia chegar os canais irão reivindicar uma de duas coisas: a redução brutal dos custos de emissão na TDT ou o abandono puro e simples da mesma…» in Blogue TDT em Portugal, 2/05/2013.

É oportuno recordar que estes privados foram contra a disponibilização de mais canais na TDT, o que foi determinante para o fracasso da Televisão Digital Terrestre. Os dois operadores privados e a RTP apostaram no modelo de TV por subscrição em detrimento da TDT. O interesse estrangeiro foi afastado. Os dois privados foram contra o aumento da oferta de canais mas continuam a pretender beneficiar da entrada da RTP3 e RTP Memória na TDT pagando menos na fatura que pagam à Altice/MEO argumentando que a mesma tem mais receitas devido à disponibilização dos mesmos na TDT. É preciso ter muita lata!

Os problemas na receção do sinal regressaram em força na minha zona, com micro-falhas quase constantes por vezes ao longo de várias horas, tanto no canal 44 como no 46. O canal 46 é emitido do Trevim (Serra da Lousã) e também da Serra da Boa Viagem, o que pode causar interferência em determinados locais e circunstâncias. A cereja no topo do bolo vai para a ANACOM que em Maio de 2023 deixou de divulgar a monitorização do sinal TDT sem qualquer explicação!

Na rádio as coisas não estão melhores. A rádio pública deixou "apodrecer" as antenas dos emissores e só com muita ginástica foi possível manter as emissões, tendo nalguns sido necessário reduzir a potência de emissão. Na Lousã as falhas de emissão em todas as rádios da RDP com duração de várias horas repetem-se. Nos privados, os problemas financeiros na TSF são públicos e a cobertura da Radio Observador continua fraquíssima.

Numa democracia Ocidental com 50 anos, como é possível existirem apenas três operadores de rádio FM de âmbito nacional?! Eles são a RDP(3), a Rádio Comercial(1) e o grupo Renascença(2). O grupo Renancença pertence à Igreja Católica e opera a Rádio Renascença e a RFM. O Estado tem o dever de ser neutro e no entanto atribuiu duas redes com cobertura nacional à Igreja Católica. No entanto a TSF nunca obteve uma rede nacional e a rádio Observador apenas chega a quatro cidades! Entretanto, por exemplo, em várias cidades a RFM pode ser recebida em três a cinco frequências diferentes!

Estamos a celebrar os 50 anos do 25 de Abril e continuamos com um sério défice democrático no que diz respeito à rádio. Em Portugal é o Estado e a Igreja Católica que dominam o Éter! Quem controla a informação tem poder e um Estado verdadeiramente democrático deve combater a concentração do poder!

Na TDT portuguesa não houve vontade de disponibilizar emissoras de rádio, nem públicas nem privadas. Na espanhola estão lá 26. Após o falhanço do DAB (rádio digital) em Portugal em 2011, aparentemente também não há qualquer sinal de  interesse no nosso país. No entanto outros países já avançaram com emissões em DAB+ com sucesso. É o caso do Reino Unido, Alemanha, Suíça, França e Espanha para citar apenas alguns.

O desinteresse nacional pelo DAB é lamentável e incompreensível porque ele permite emitir várias rádios a partir do mesmo emissor, o que constitui uma poupança enorme para as rádios e seria também uma excelente oportunidade de melhorar a oferta de rádio no nosso país e corrigir a desigualdade que apontei. É de lamentar que a ANACOM não tome a iniciativa de divulgar e promover a oportunidade que o DAB+ representa.

Infelizmente somos um país que não perde uma oportunidade de ficar parado! O problema é que os outros avançam...

Leitura adicional:

RTP aposta no streaming e desiste da TDT!
Para que tudo fique na mesma...
Portugal não é um país "normal"
TDT Portuguesa - Que futuro?
Trapalhada Digital Terrestre

terça-feira, 10 de julho de 2012

A RTP TRAIU OS PORTUGUESES!

Como é do conhecimento público o Governo pretende avançar com a privatização de um canal do serviço público de televisão até ao final do ano. O mesmo deverá suceder com a rádio, isto depois de, com base em “estudos” sustentados em informações erradas, em 2011 ter encerrado as emissões em Onda Curta da RDP Internacional, a voz de Portugal no Mundo. Como já afirmei no blogue TDT em Portugal, a privatização de um canal de televisão vai poupar muito pouco dinheiro ao Estado e vai comprometer ainda mais a qualidade do serviço público (ainda) prestado.

Este tema tem naturalmente gerado grande polémica, com apoiantes e defensores desta medida do Governo. A grande maioria dos que são a favor da privatização invocam os custos astronómicos que a RTP tem custado a todos os portugueses. E não lhes nego alguma razão! A RTP tem sido um sorvedouro de dinheiro, mas porque tem sido muito mal gerida ao longo de muitos anos. E todos os governos têm responsabilidade na matéria! Não faltam exemplos de despesismo. Ainda recentemente, apesar de ter uma dívida astronómica, a RTP avançou para a construção de vários estúdios ultra modernos. O serviço público melhorou? Não creio! Outro exemplo. Há muitos anos atrás, foram contratados sete (!) jornalistas só para assegurar o serviço de teletexto. Mas, apesar dos grandes investimentos, a verdade é que a RTP pouco evoluiu nos últimos 15 anos. E será que um serviço público de televisão de um país pequeno, pobre e falido, onde se cortam reformas acima de 600€, pode pagar dezenas de milhares de euros por mês a apresentadores? Não. É imoral! 

São gastos muitos milhões anualmente, mas não há dinheiro para melhorar a qualidade lastimável da emissão da RTP Internacional, a cara de Portugal no mundo?

A Televisão Digital Terrestre não pode ser esquecida. A RTP falhou completamente a sua missão de serviço público ao não apostar na TDT, ao contrário de todas as televisões de serviço público europeias. Falhou e em toda a linha: não aumentou a oferta de canais (que estava prevista antes do inicio da TDT), não disponibilizou os canais da RTP já existentes (RTP Memória, RTP Informação, RTP HD) e não utiliza os serviços acessíveis através do DVB-T, como a áudio-descrição. A RTP assumiu inclusivamente uma posição contra a disponibilização de mais canais em sinal aberto na TDT. Falhou também o dever de informar devidamente os telespectadores sobre a mudança para a TDT e ainda, a par com as outras estações, ocultou do público informação relevante sobre o desenrolar do processo. A forma como a TDT foi introduzida em Portugal foi escandalosa. Num país normal teriam sido apuradas responsabilidades, e haveriam consequências para os responsáveis, mas não em Portugal.

Entretanto a RTP1 é cada vez mais um canal de promoção à televisão por assinatura e aos operadores móveis. É vergonhosa a forma como a televisão pública é utilizada para promover operadores privados. A RTP1 é o tal canal “cavalo de Tróia” que a ZON “alegadamente” pretendeu lançar através da TDT para promover os seus canais pagos, mas que (felizmente) foi chumbado. Em breve arrancam os Jogos Olímpicos e a RTP, mais uma vez, será utilizada para vender assinaturas do MEO e da ZON através da promoção do novo canal RTP Olímpicos, em Alta Definição, mas como já vem sendo habitual apenas disponível através dos operadores de televisão por subscrição. Isto apesar de haver espaço suficiente para a sua emissão na TDT para todos os portugueses. A propósito de Alta Definição, recordo que quatro novos estúdios foram preparados para a Alta Definição e pagos com os impostos de todos os portugueses, mas na prática servem para promover a adesão aos operadores de televisão por subscrição, pois só através destes é possível assistir a emissões da RTP em HD. 

A RTP é pois também vítima da deturpação da sua missão de serviço público. Vejamos o caso da RTP1. É uma mixórdia de conteúdos, sem programação e horários estáveis e acaba por alienar muitos telespectadores. E muito pior irá ficar o serviço público após a privatização de um canal, como já vaticinei algum tempo atrás. 

A RTP não deve concorrer com a SIC ou a TVI! O negócio da SIC e da TVI é vender publicidade. A missão da RTP é servir todos portugueses! Mas a RTP concorre com a SIC e a TVI, porque os governos (todos) querem ter um canal de televisão ao seu serviço que, naturalmente tem que ter audiências altas para lhes ser útil. Isso vai naturalmente fazer com que o único canal público que restar irá continuar a apostar em programas popularuchos iguais ou semelhantes aos que os privados oferecem para manter audiências. Adeus serviço público… 

É por estes e outros motivos que muitos pedem a extinção pura e simples da RTP. Mas o que realmente deveriam pedir era a responsabilização e demissão de todos os políticos que permitem ou incentivam estas práticas de gestão que desvirtuam e levarão à destruição do serviço público de rádio e televisão. A sabotagem descarada da TDT em Portugal, que ainda continua, um episódio vergonhoso, na qual a televisão pública alinhou e teve a “bênção” do governo actual e anterior, tem agora como consequência o avivar das chamas da fogueira inquisitória pelo número crescente daqueles que, empurrados para a televisão por assinatura, para a qual verdadeiramente não têm posses, não estão dispostos a continuar a suportar a taxa de contribuição audiovisual e o desgoverno da RTP através dos seus impostos. A RTP traiu os portugueses que a suportaram ao longo dos anos e agora, muitos portugueses viram-lhe as costas

Desde há alguns anos que assisto a mais cinema português através da RAI3 do que através da RTP. Oiço musica portuguesa através da RNE3 que não oiço através da RDP. Na prática, a contra-gosto, sigo o conselho dos nossos governantes e “emigro”. E não estou só!

11/07/2012:
De acordo com notícia de hoje, a RTP não está a renovar contratos com as produtoras responsáveis pela grelha de programas da RTP2 para 2013. Isso poderá ser um claro indício do tipo de programação adoptada para o único canal do serviço público que ficará acessível em sinal aberto após a privatização de um canal, presumivelmente a RTP1. Ou seja, ficaremos com um canal generalista cuja grelha de programação será definida essencialmente com base nas audiências. Adeus RTP2...

3/08/2012:
No inicio de Julho foi noticiado na comunicação social a criação de um manifesto contra a privatização da RTP. O referido manifesto terá sido assinado por 30 personalidades e publicado em exclusivo no jornal semanário Expresso (edição em papel). Tal como a maioria dos portugueses, não tive acesso ao texto do manifesto, pois não sou leitor do Expresso. Não deixa de ser irónico que um manifesto que se diz ser contra a privatização do serviço público de rádio e televisão tenha ele próprio sido "privatizado" pelos seus autores pois, aparentemente e até agora, apenas os leitores da edição em papel do Expresso tiveram acesso ao texto do referido manifesto.

É também sem surpresa que constato a relativa falta de criticas da sociedade à privatização da RTP. À boa maneira portuguesa, deixa-se andar para ver no que vai dar e, na Hora H, quando o processo já for irreversível, todos criticam. Muitos só irão dar valor ao serviço público quando um dia ligarem o televisor ou o rádio e já não existir a  RTP2 e a Antena 3. Alguns, como já vem sendo hábito, abraçam determinadas causas apenas em busca de protagonismo, para se promoverem. Aguardam de forma cínica que a comunicação social dei-a maior destaque ao assunto, para depois darem entrevistas onde se dizem defensores do serviço público. Foi o que aconteceu com a TDT e tudo indica é o que irá acontecer com a privatização da RTP. Quem não os conhece que os compre...

9/08/2012:
Como informado anteriormente no blogue TDT em Portugal, o Governo pretende vender um canal de televisão.  Alguma comunicação social afirma que será privatizada a licença de utilização da frequência da RTP1. Esta informação é INCORRECTA. Com o encerramento da televisão analógica não há mais sentido falar em frequências de canais televisivos, pois todos os canais televisivos são emitidos no mesmo canal radioelectrico, neste caso o Multiplex A. Não existem portanto frequencias autónomas para RTP1 e RTP2 (e SIC e TVI), e como tal é incorrecto referir a venda da frequência a RTP1. O que poderá ser vendido será sim, o espaço (espectro) da RTP1 ou da RTP2 no Multiplex A.

24/08/2012:
Segundo notícias publicadas em vários jornais, o Governo terá já decidido encerrar a RTP2 e afigura-se como provável a concessão do serviço público da RTP1 a privados. Este assunto tem continuação no post Liquidação Total! - RTP2 acaba e RTP1 concessionada.

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quarta-feira, 21 de março de 2012

16:9 vs. 4:3 - Canais resistem à mudança

A mudança para a Televisão Digital Terrestre era suposto introduzir um conjunto de melhorias na televisão portuguesa: mais canais, melhor qualidade de imagem e som, alta definição e guia de programação electrónica. Mas, aproxima-se a data do “apagão” final das emissões analógicas e quase tudo ficou por cumprir. Em 2009 defendi que a emissão dos canais em formato panorâmico 16:9 seria um incentivo maior à migração voluntária para a TDT do que o canal de Alta Definição (Canal HD). O Canal HD, como todos sabem, nunca funcionou como previsto e está sem emitir desde o arranque da TDT em 2009. É também certo que as emissões já não irão ser retomadas, pois o seu funcionamento está previsto durar apenas durante a fase de transição (simulcast) da TDT, que termina já a 26 de Abril próximo.

Em 1994, Portugal até foi um dos países europeus pioneiros das emissões de televisão em formato panorâmico 16:9, utilizando o padrão PALplus (PAL+). A TVI terá emitido alguma programação, mas abandonou o padrão passado pouco tempo. A partir de 1997, graças a financiamento da União Europeia, a RTP passou também a emitir alguma programação em PAL+, o que ainda acontece esporadicamente. No entanto, o PAL+ é uma extensão do sistema analógico PAL e não é possível desfrutar dos benefícios das emissões PAL+ na TDT. Como tenho escrito, já praticamente todas as principais estações de televisão europeias “migraram” para o 16:9. Acho incompreensível que, em 2012, as televisões portuguesas continuem a emitir no “velho” formato 4:3 quando praticamente toda a programação está disponível no formato 16:9. A emissão em HD, naturalmente, utiliza o formato 16:9, mas parece pouco provável que venha a ser adoptada para a TDT, apesar de já ter sido equacionada a possibilidade. Por dois motivos: falta de espectro (no Mux A) e os altos custos associados. Como já referi em posts anteriores, a emissão em Alta Definição necessita de muito mais espectro, espectro esse que é pago pelos canais que o utilizam. Ora, RTP, SIC e TVI estão interessadas em baixar os custos com a emissão e não em suportar custos (muito) superiores.   

Com a migração para a TDT muitas famílias substituíram os seus televisores por aparelhos novos com ecrã 16:9 e, naturalmente, é um “desperdício” de área de ecrã e uma desilusão assistir a emissões no antigo formato 4:3 num televisor com ecrã 16:9. Se a emissão utiliza o formato 4:3 (nativo ou adaptado), para respeitar o formato da imagem, há que aceitar as barras laterais negras. A alternativa é seleccionar no televisor (ou no receptor TDT) um modo de adaptação, o que implica o corte de parte superior e inferior da imagem ou a distorção da imagem. Normalmente os aparelhos vêm programados para “esticar” automaticamentea a imagem na horizontal, o que leva alguns a comentar que os televisores modernos “engordam” as pessoas.

Mas não se trata apenas de um “incómodo” visual. Os principais fabricantes de televisores alertam para o facto do visionamento de emissões 4:3 (com as barras negras laterais) em ecrãs 16:9, de forma prolongada, provoca danos nos painéis!

Será que após 26 de Abril, com o fim das emissões analógicas, os canais portugueses irão finalmente adoptar o formato 16:9? Ou será necessário ser assinante de televisão paga, receber a TDT espanhola ou televisão via satélite de outros países para poder desfrutar de emissões em formato panorâmico? Os jogos Olímpicos estão quase a chegar, será que quem só recebe a TDT portuguesa não vai poder assistir às competições e cerimónias em 16:9? Até quando vai a RTP HD continuar a ser exclusivo da televisão por subscrição? Se depender dos lobbies que “de facto” governam Portugal, acredito que será ainda por algum tempo…

Emissão do jogo Sporting - Manchester City em formato panorâmico 16:9 (ITV4)


Emissão do jogo Sporting - Manchester City em formato tradicional 4:3 (SIC)


Os fabricantes avisam: visionar programas em formato 4:3 por períodos prolongados danifica os ecrãs!


28/12/2012:
A RTP2 está desde 27/04/2012 a emitir em formato panorâmico16:9. Mas, o formato original dos programas não está a ser respeitado! Alguma programação em formato 4:3 é simplesmente adaptada pela RTP ao 16:9 "esticando" a imagem, o que já podia ser feito pelos telespectadores se assim quisessem. Aos pouquinhos, parece que a RTP está finalmente a apanhar o comboio do 16:9. Esperemos que a situação evolua favoravelmente.

7/05/2012 - RTP2 em 16:9 a partir de 14 de Maio
Comunicado da RTP:

A RTP2 é o primeiro canal de televisão em sinal aberto a difundir a sua emissão, na íntegra, no formato 16:9 já a partir do próximo dia 14 de maio.

A emissão em 16:9 apresenta uma maior amplitude de imagem, mais informação disponível, uma imagem mais adaptada à visão humana. Com este novo formato pode disfrutar de imagens num ecrã panorâmico, com mais 1/3 da imagem.

É um passo decisivo na difusão de conteúdos utilizando as mais recentes tecnologias.

Notas técnicas:
Dia 14 terão início as emissões da RTP2 em formato 16:9, sendo enviada a respetiva sinalização para os aparelhos recetores. Este novo formato de imagem abrange quase toda a emissão à exceção dos programas originalmente produzidos em 4:3, sendo que o número destes programas será progressivamente cada vez mais residual.

Os telespetadores que tenham televisores com ecrã 16:9 podem procurar nas configurações de ecrã, ou de imagem, dos seus equipamentos o modo automático. Desta forma o televisor adaptar-se-á sempre à imagem que estiver a ser transmitida.

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sábado, 15 de janeiro de 2011

TDT HD em Portugal: realidade ou ilusão?

Quando a PTC anunciou a desistência da TDT paga, imediatamente saíram noticias nos jornais de que a PTC pretendia disponibilizar o espectro deixado livre para a RTP, SIC e TVI lançarem canais em alta definição. Na altura e em diversas ocasiões afirmei que tal não passava de uma ilusão. Continuo a pensar o mesmo.

Como disse então, essa suposta solução é a que interessa ao operador da rede, pois assim garante que não surgirá (pelo menos a curto/médio prazo) uma oferta de canais capaz de tornar a TDT suficientemente atraente e, consequentemente, um potencial concorrente do seu serviço de televisão paga. Como também já havia dito, está provado que os telespectadores dão mais importância à quantidade de canais e à qualidade dos conteúdos do que à qualidade técnica das emissões. Isso mesmo ficou também demonstrado um inquérito online no blogue TDT em Portugal em que 89% dos leitores favoreceram uma maior oferta de canais contra os apenas 11% que favoreceram canais em HD. Só quem não está interessado no sucesso da TDT pode ignorar a opinião pública.

Continuo pois convencido que a informação que tem vindo a público de que a PTC e os operadores televisivos estão em conversações para chegar a uma solução, não passa disso mesmo: conversa. Como também já havia dito, os operadores só estarão eventualmente interessados no espectro livre (Muxs B-F) se a utilização do mesmo lhes for concedida a preço de saldo! Tal como esperava, um ano passou e nada aconteceu. Mais, antes de 2012 não é de esperar novidades!

Na minha opinião, tudo não passa de mais uma manobra dilatória para impedir outra solução e atrasar ainda mais a TDT. Uma ilusão, portanto. Acredito sim, que os operadores de televisão estão apenas a seguir a estratégia da empresa que ganhou os concursos TDT. O Governo ou caiu no engodo ou faz de conta que não está a par da “jogada”!

De acordo com a posição da CPMCS*, os operadores RTP, SIC e TVI, para já, apenas “querem” emitir em alta definição os seus actuais canais (RTP1, RTP2, SIC e TVI). Para isso pedem a reconfiguração do actual Mux A, a fim de aí emitirem os mesmos actuais 4 canais em HD. Ora, o pedido não deixa de ser insólito e porventura revelador de ignorância sobre alguns dos mais básicos aspectos técnicos das emissões DVB-T.

A rede de emissores TDT foi planeada com base em determinados parâmetros técnicos predefinidos. A maioria desses parâmetros não pode agora ser alterada, sob pena de custos altíssimos e de voltar quase tudo à estaca zero! Para ser possível emitir 4 canais em Full HD 1080i com um mínimo de qualidade, a capacidade do Mux A teria de ser aumentada dos actuais 19.91Mbit/s para 26.13Mbit/s por via da alteração do FEC, dos actuais 2/3 para 7/8. Mas a alteração do FEC para 7/8 iria diminuir drasticamente a robustez do sinal TDT! A opção HD 720p seria possível com a alteração do FEC para 3/4, mas iria também afectar substancialmente a robustez do sinal TDT. Alterar a rede para DVB-T2, nesta fase, está fora de questão.

Os operadores de televisão pedem também que esta solução (alteração do Mux A) esteja já disponível, pelo menos, aquando dos primeiros desligamentos "piloto". Mais uma vez, o pedido demonstra desconhecimento técnico. A rede TDT actual funciona como "um todo", não é possível ter emissores a emitir com determinados parâmetros e outros com parâmetros diferentes. À data do primeiro piloto (espera-se) já todos os emissores deverão estar a emitir na nova frequência TDT (Canal 60 no Continente). Não será portanto possível ter "no ar" duas emissões diferentes na mesma frequência. A alteração, é técnicamente possível mas, a ser feita, terá de o ser para toda a rede e em simultâneo.

Como disse, considero a opção proposta pelas televisões a opção errada. Na verdade, as televisões estão a defender os seus interesses que, neste caso, são diferentes dos interesses dos telespectadores. As televisões ao defenderem a emissao dos 4 canais em HD no Mux A, o que pretendem na prática é impedir a entrada de novos canais no Mux A. Mas não só!  

Dizem também os operadores de televisão que terão que efectuar investimentos significativos para se apetrecharem para a mudança. Ora, os investimentos são ao nível de equipamentos de estúdio, decorrem da evolução normal da tecnologia e serão sempre necessários, qualquer que seja a plataforma de distribuição do sinal. Os programas dos operadores de televisão também são difundidos nas plataformas de televisão paga. Não estarão as televisões a reclamar pela possibilidade de emitir em HD na TDT para justificarem o recebimento de ajudas públicas a fim de financiarem os seus investimentos em alta definição?

Será legítimo às televisões reclamarem subsídios do Estado quando se recusam a chegar a entendimento para emitir o que quer que seja no Canal HD da plataforma pública TDT? Não creio!

Mais, a RTP, SIC e TVI têm emitido programação HD, em exclusivo, nas plataformas de televisão paga. Essa programação em HD tem sido utilizada para angariar clientes para essas plataformas de televisão paga em detrimento da TDT. É portanto das receitas obtidas dos operadores de Pay TV que deve advir uma eventual compensação financeira, não do Estado. Ignorar estes factos é brincar com o dinheiro e a inteligência dos contribuintes portugueses.

Mas, dito isto, não me surpreendia se a vontade das televisões acaba-se satisfeita. É que, como o Governo ou não consegue ou não quer impor a disponibilização da RTP Memória e da RTPN, ou de outros canais no âmbito do serviço público, na TDT à RTP, o HD é a última e única (suposta) tábua de salvação para tentar convencer os consumidores a trocar de televisor.

Como já tinha informado, em Janeiro de 2010 estimei que (em grande medida devido à norma escolhida) apenas cerca de 5% dos televisores em utilização tinham capacidade de receber a TDT portuguesa. Sete meses depois a DECO veio confirmar essa realidade, dizendo que a maioria dos televisores adquiridos antes de 2009 não são compatíveis com a nossa TDT. Hoje esse número não deverá ter melhorado substancialmente.

Como explicar então à maioria da população, uma parte substancial da qual a passar por grandes dificuldades económicas, a necessidade de gastar uma quantia apreciável de dinheiro para poder continuar a receber os mesmos quatro canais de sempre?

Na cabeça de alguns, é simples! Com o argumento da alta definição “empurra-se” o consumidor para a compra antecipada de um novo televisor já compatível com a nossa “fabulosa” TDT HD. Problema resolvido! O facto da qualidade de imagem oferecida pela alta definição só ser plenamente perceptível em ecrãs de grande dimensão parece ser um pormenor sem importância!

É normal que os operadores de televisão e o operador da rede defendam os seus interesses. Mas cabe ao Governo e aos reguladores zelarem pelos interesses e direitos dos cidadãos. O interesse do país e dos consumidores deve prevalecer sobre interesses privados. Será pedir demasiado?  

* Confederação Portuguesa de Meios de Comunicação Social


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terça-feira, 21 de setembro de 2010

TDT HD Espanhola em Portugal

Enquanto por cá se aguarda que os nossos políticos decidam o que fazer com a TDT, em Espanha a TDT soma e segue, imparável. Como já noticiei anteriormente, a TDT espanhola, que conquista cada vez mais adeptos entre os portugueses, já oferece programação em alta definição. A emissão de novos canais, incluindo canais em alta definição, recordo, vem sendo progressivamente alargada a todo o território espanhol. Agora, para além do canal TVE HD é também já possível receber as emissões do canal TeleCinco HD, e que é emitido com dois streams áudio, o que permite ouvir os programas em espanhol e na versão áudio original. Estes canais estão em fase de emissão teste e emitem em Full HD com excelente qualidade de imagem e som, aguardando-se para muito em breve o arranque das emissões normais.

Na TDT portuguesa, como é sabido, é "emitido" no único Mux activo (Mux A), um mal-amanhado Canal HD “fantasma” há praticamente ano e meio. Em absoluto contraste, em algumas zonas de Portugal, são já 15 (QUINZE!) as frequências TDT que se recebem desde Espanha, no meu caso particular desde a Galiza.

Ainda a propósito das emissões HD espanholas, importa referir que o canal TVE HD emite o seu som em Dolby Digital Plus também conhecido como E-AC3, o que impossibilita muitos equipamentos de receberem o som sem antes sofrerem uma actualização de firmware. Esta situação serve de alerta para os cuidados que convém ter antes de comprar equipamentos para receber a TDT (espanhola ou portuguesa), pois nem todos os equipamentos podem ser actualizados e nem todas as marcas disponibilizam a necessária actualização!

Mas as novidades não se ficam pela TeleCinco HD, novos Muxs têm entrado em funcionamento como é o caso do segundo Mux do Grupo La Sexta que está em testes no Canal 46 desde Domaio, Galiza. Neste mux estão para já dois novos canais: LaSexta2 e LaSexta3. Neste mesmo mux estão ainda previstos, pelo menos, mais dois programas. Deixo aqui algumas capturas que realizei das emissões dos canais TVE HDTeleCinco HD, MTV, LaSexta2 e LaSexta3:

Captura do CanalSur HD realizada por um leitor do blog:


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terça-feira, 17 de novembro de 2009

Canal HD "mexe" de novo! (act.)

O Canal HD voltou a dar sinais de vida!

O multiplexer A sofreu nova alteração e agora transmite novamente o Canal HD (em Full HD, 1920x1080), mas sem qualquer emissão, nem imagem nem som! Ao que tudo indica, portanto, teremos novidades antes do Natal.

Será que voltará a emissão "experimental" de Abril, que para muitos não passou de promoção ao Meo? Ou será algo diferente?

Consulte este espaço para ficar a par dos últimos desenvolvimentos!

Actualização:
O Canal HD aparece com o número 7, o que pode indiciar que estejam previstos mais dois canais no Mux A.

Para além dos 3,5 Mbps actualmente "utilizados" pelo Canal HD, o bitrate dos restantes canais foi reduzido, estando actualmente 6,2 Mbps sem utilização!

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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

TDT - Alta (in)definição...

Muitas pessoas têm-me perguntado pelo canal de alta definição na TDT. O que aconteceu? Deixou de emitir?! Sim!

Uma das apostas da TDT é (ou seria) a oferta de programação em HD (alta definição) em canal aberto, através de um canal partilhado por todos os operadores (RTP, SIC e TVI), onde alternadamente seriam emitidos programas dos vários canais livres. Alegadamente, devido à falta de entendimento entre os operadores, este canal nunca saiu do papel!

Aproximando-se a data do arranque oficial da TDT (29 de Abril último), e perante a falta de acordo entre os operadores, a PT colocou no ar ("para a fotografia", digo eu..) uma emissão em alta definição com programação dos seus canais HD do Meo. Durante esta emissão, que durou apenas alguns (poucos) dias, os espectadores são informados em rodapé de que se tratava de uma emissão experimental. Desde então, o canal foi retirado e mais nenhuma informação saiu a público sobre o seu futuro.

Agora, pergunto. Porque não mantém a PT no ar uma emissão teste (sem programação do Meo) do canal HD? Ou, pelo menos, uma mira técnica? Será necessária autorização da Anacom? Terá também sido necessária autorização da Anacom para a PT colocar no ar programação dos seus canais em Abril?

Sem uma emissão HD, como podem os espectadores interessados comprovar o correcto funcionamento (em HD) dos receptores que compram?

Será que os planos do canal em alta definição foram definitivamente abandonados? Se sim, que destino será dado ao espaço livre no multiplex?

Estarão RTP Memória e RTPN mais próximos da emissão em canal aberto na TDT?

Não perca os próximos capítulos!



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segunda-feira, 13 de julho de 2009

Programa "A Voz do Cidadão" sobre a TDT

No sábado, o programa do Provedor do Telespectador da RTP “A Voz do Cidadão” abordou o tema Televisão Digital Terrestre (TDT). Como o próprio Provedor (Paquete de Oliveira) reconheceu, foi o número elevado de solicitações dos telespectadores que levou a que fosse dedicado um programa a este tema. Alguns do cidadãos que participaram são assíduos participantes do Blog TDT-Portugal.

Embora várias questões tivessem ficado sem resposta, no geral considero positiva a emissão do programa. Afinal, foi dada voz ao cidadão comum, e a própria ausência de respostas convincentes a algumas das observações mais “contundentes”, na minha opinião, põem em xeque perante o grande público o erro de algumas das opções tomadas e acaba por validar as críticas dos cidadãos. O programa teve ainda o mérito de alertar a grande maioria do público que ainda está alheio da temática da TDT para questões importantes que, mais cedo ou mais tarde, serão do seu interesse.

Sem surpresa, constatei que muitas das pessoas entrevistadas no inquérito de rua ainda desconhecem o que é a TDT, o que confirma estudos publicados e a necessidade de avançar com campanhas de informação e sensibilização de maior alcance (leia-se televisão). De realçar ainda, uma grande confusão e a associação da TDT com as plataformas de pay-TV (cabo, fibra, satélite). Mas, seria de esperar outra coisa, quando a TDT é patrocinada por um dos serviços de pay-TV, e quando a relação de Mux’s codificados e sinal aberto é de 5 para 1? Infelizmente, parece-me a nossa TDT foi “pensada” para que os canais de acesso gratuito fossem apenas um apêndice da TDT. O mínimo dos mínimos, nada mais!

Também alguns dos aspectos mais técnicos da TDT são mal interpretados por muitos. A questão dos Multiplexers (ou Mux’s), apesar de estar documentada foi mal representada no programa. Vejamos, até ao encerramento das emissões analógicas é sabido que existirão 6 Mux’s: A, B, C, D, E e F. Dos seis, apenas o Mux A está destinado à difusão de programas em canal aberto. Os Mux’s B a F destinam-se à difusão de programação codificada (Meo DT). Dos seis Mux’s apenas o A, o B e o C está previsto que tenham cobertura nacional (pelo menos inicialmente). Os Mux’s D, E e F, devido à saturação do espectro radioeléctrico, apenas irão cobrir parte do litoral (até aprox. 80Km da fronteira).

Outro ponto que considero foi mal abordado diz respeito aos canais regionais e locais. Ao contrário do que foi dito, não foram atribuidos Mux's de cobertura regional ou local. Só após o encerramento das emissões analógicas existe a possibilidade de atribuição de 3 novas coberturas de âmbito nacional em MFN e 1 cobertura de âmbito distrital em MFN, essas sim vocacionadas para canais nacionais, regionais e locais. O que está previsto, e foi anunciado pela PT, é a emissão de dois canais regionais nos mux's já atribuidos. Estas matérias, no meu entender, deveriam ter sido explicadas no programa por alguém da ANACOM, que é a entidade responsável.

De realçar a convicção (talvez em em tom de aviso/alerta) do director de engenharia e tecnologias da RTP acerca da evolução da TDT em Portugal. Será um aviso de que em breve se espera que o sistema DVB-T será substituído pelo mais recente e eficiente DVB-T2? Quero acreditar que assim não seja.

Os meus parabéns a todos os leitores que participaram no programa!

O programa está disponível para consulta: no site da RTP ou para download aqui mesmo.

Recordo que está disponível online a Petição pela emissão da RTPN e RTP Memória em canal aberto.

Notícias relacionadas:
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RTPN e RTP Memória na TDT, já!
TDT Portuguesa: incertezas e contrariedades

terça-feira, 16 de junho de 2009

RTPN e RTP Memória na TDT, já!

Está à vista de todos que a oferta minimalista da TDT portuguesa, previsivelmente, não está a despertar grande interesse nos portugueses. Depois do aparente abandono das emissões partilhadas no Canal HD (nunca chegaram a concretizar-se) e da incerteza quanto ao 5º Canal generalista, a oferta da TDT gratuita resume-se a RTP1, RTP2, SIC e TVI (mais a RTP Açores e RTP Madeira nos arquipélagos). Ou seja, em termos de oferta televisiva a TDT não está a oferecer nada de novo aos portugueses, nem se perspectiva uma alteração desta situação a curto prazo.

Como se não basta-se, a somar à paupérrima oferta de canais, a nossa TDT tem ainda contra si o preço elevado dos adaptadores necessários, resultado da escolha da norma MPEG-4/H.264, tema amplamente discutido no blog.

No caso português, é caso para dizer que nunca uma nova tecnologia ofereceu tão pouco em troca de tanto dinheiro. Pelo andar da carruagem, vai mudar alguma coisa para que tudo fique na mesma.

Em 2004, aquando do lançamento dos canais RTPN e RTP Memória, foi dada como justificação para a sua não difusão na rede analógica de televisão a falta de espectro (espaço) radioeléctrico. Os canais, apesar de classificados de interesse público, foram directamente para as plataformas de canais pagos (cabo e satélite).

A RTP gastou recentemente bastante dinheiro com a sua restruturação e mudança da imagem corporativa, tendo-se nitidamente "inspirado" na BBC e na RTVE. Pena que não tenha também seguido o exemplo desses operadores públicos e salvaguardado espaço na TDT para disponibilizar novos canais.

Agora que a TDT oferece o espaço necessário para a emissão desses canais, muitos portugueses recordam o que foi dito na altura e reclamam a inclusão da RTPN e RTP Memória na oferta gratuita da televisão digital terrestre. E com razão!

Tomando o exemplo da RTP Memória. Como se justifica que este canal, em que quase toda a programação tem origem no arquivo da RTP que ao longo de décadas foi pago pelos contribuintes portugueses através da taxa de televisão e dos impostos, seja um exclusivo da televisão por assinatura?

A própria RTP parece pouco interessada em alterar esta situação ou discutir este assunto. Tão pouco é possível encontrar informação contabilística que discrimine de forma autónoma os custos e proveitos dos canais RTPN/RTP Memória. No entanto no Relatório e Contas da RTP de 2007, está escrito:

«Face ao impacto na população portuguesa e as obrigações de serviço público que Ihe estão cometidas, a RTP, enquanto operador de serviço público, pretende ter um papel activo neste processo de evolução tecnológica e de alargamento da capacidade de oferta de serviços do sector audiovisual de forma a ser possível desenvolver uma verdadeira plataforma multimédia na TDT em Portugal.

A exemplo de outros países e das experiências mais recentes de TDT na Europa, 0 papel do Serviço Publico de Televisão (e concretamente as exigências em matéria de inovação e de cobertura universal de Portugal) pode ser decisivo para um switch-off mais rápido, quer através da qualidade e diversidade dos serviços de programas oferecidos, quer ainda pelo desenvolvimento de novos serviços ligados ao desenvolvimento da Sociedade da informação (informação, educação, etc.).»


Como é reconhecido pela RTP, pelo Governo e por vários estudiosos destas matérias, a oferta de novos programas na TDT é um factor muito importante, senão mesmo crucial para uma rápida adesão à plataforma e o seu sucesso. Em toda a Europa, a TDT portuguesa, que é das últimas a serem implantadas, tendo portanto um dos períodos de transição/adaptação mais curtos, é também das que têm uma oferta de canais gratuitos mais reduzida!

O Blog TDT-Portugal cedo apontou a difusão da RTPN e RTP Memória em canal aberto como solução para o impasse na TDT. Muitos leitores têm manifestado a mesma opinião nos vários comentários recebidos.

Para além de participarem no inquérito que está a decorrer no blog, cujos resultados demonstram de forma inequívoca o apoio a esta solução, os leitores podem fazer chegar a sua opinião directamente a várias entidades e aos partidos políticos. Sugestões:

Ministro dos Assuntos Parlamentares (Augusto Santos Silva):

Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações (Mário Lino): gmoptc@moptc.gov.pt

Bloco de Esquerda: bloco.esquerda@bloco.org


Partido Social Democrata: psd@psd.pt

CDS - Partido Popular: cds-pp@cds.pt

Novo!
Foi criada uma petição para a emissão da RTPN e RTP Memória na TDT em canal aberto. Clique aqui para assinar!

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Emissão definitiva da TDT disponível para teste

O sinal da TDT ainda não chegou ao seu local de residência? Gostaria de apreciar a qualidade das emissões da TDT?

A Portugal Telecom disponibilizou há poucos dias um ficheiro com uma amostra do stream definitivo da TDT. Trata-se de uma gravação de uma emissão da TDT, para que os fabricantes de equipamentos TDT interessados possam comprovar a compatibilidade dos seus aparelhos com a TDT portuguesa. O ficheiro em questão tem a duração de apenas alguns segundos, no entanto é o bastante para o fim a que se destina.

Para visualizar o ficheiro pode utilizar o conhecido programa VLC, um media player gratuito. Após abrir o ficheiro, e como a duração do video é muito curta, é aconselhável colocar o ficheiro em loop. Isto faz-se acedendo a Lista de reprodução/Show Playlist.

Ao abrir o ficheiro será exibido apenas um canal. No entanto, o ficheiro contém o Mux A completo! Ou seja, toda a informação transmitida: 5 canais de TV, o guia de programação e outra informação. Para “mudar de canal”, basta aceder a Playback/Program e seleccionar o programa pretendido.




Se o seu televisor tiver entrada HDMI (ou DVI), pode ligar a saída digital (DVI ou HDMI) da placa gráfica do computador ao televisor e dessa forma apreciar melhor a qualidade de emissão. Para os melhores resultados regule a resolução da placa gráfica para a mesma resolução do televisor. Por exemplo, se o seu LCD suporta 1360x768, regule a resolução da placa gráfica para esse valor.

Nesta emissão particular, como poderão comprovar, o canal de alta definição transmite uma vulgar emissão em resolução standard (4:3 - 720x578) da TVI, que foi transformada em HD (16:9 - 1280x720). Neste caso concreto, não se trata portanto de verdadeira alta definição (não é HD nativo).


A tabela seguinte contém a repartição do bitrate do video desta emissão, por programa. Como a multiplexagem é estatística, o bitrate utilizado por cada um dos programas não é fixo, antes varia no tempo.

Relativamente ao audio, o mesmo sofreu alteração relativamente ao primeiro ficheiro disponibilizado. Agora é utilizada a compressão MPEG-4/AAC com um bitrate médio aproximado de 100Kbps (no stream amostra pelo menos).

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

PTelecom autorizada a emitir a TDT a nível nacional

A Anacom emitiu com data de 9 de Dezembro, o título de atribuição do direito de utilização de frequências para a prestação do serviço de Televisão Digital Terrestre, a que está associado o multiplexer A (canais de acesso livre). A PT Comunicações pode assim iniciar a emissão do Mux A a nível nacional.

Os parâmetros da emissão serão os seguintes:


A capacidade a reservar para a emissão dos programas sofreu uma redução, de 11 Mbits/s para 9,6 Mbits/s para os programas em definição standard e um aumento de 3,8 Mbits/s para 5,3 Mbits/s para a emissão em alta definição. Estes são os valores mínimos passíveis de reforço quando a capacidade reservada para determinadas funcionalidades não estiver a ser utilizada. O bitrate utilizado actualmente nos canais SD (2.9-3.0 Mbits/s) deverá baixar para 1.8-1.9 Mbits/s quando arrancar o 5º Canal.

Irão ser emitidos 5 canais em definição standard (RTP1, RTP2, SIC, TVI e 5º Canal) e um canal em alta definição com elementos de programação dos 5 canais (em simultâneo com um dos canais em definição standard).

Recorde-se que, segundo a PTelecom, a cobertura de Lisboa deverá estar concluída até ao final de 2008, devendo depois avançar em Janeiro/Fevereiro para o resto do país (zona do Litoral) afim de assegurar o arranque oficial em Abril de 2009. O direito de utilização de frequências agora atribuído prevê o compromisso de iniciar a exploração dos serviços até 31 de Agosto de 2009.

Actualização 10/12/2008 13:00
Segundo noticia publicada no portal Sapo (empresa do grupo PT):
«A PT planeia um investimento de 120 milhões de euros para a TDT. Em termos de canais, a oferta de acesso gratuito é composta por cinco canais no continente e 6 nas regiões autónomas. No que se refere aos serviços a empresa promete canais temáticos, Guia Tv, áudio-descrição e legendagem, video-on-demand, etc. Do investimento previsto pela PT, 15 milhões servirão para subsidiar equipamentos e tornar mais fácil o acesso de pensionistas com baixos rendimentos, famílias beneficiárias do rendimento social de inserção ou instituições de carácter social à TDT. Os preços dos serviços e das boxes não foram revelados pela PT, que sublinhou a importãncia das condições do mercado na altura de lançamento do serviço para definir este factor.»

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Televisores compatíveis com a TDT portuguesa

Depois da Anacom ter finalmente divulgado em 27-11 passado as características técnicas necessárias dos aparelhos (televisores e receptores) para receber a TDT portuguesa, os fabricantes começam também agora a informar os consumidores. É o caso da Sony, o fabricante líder em televisores, que também já disponibiliza no seu site alguma informação sobre a TDT portuguesa e os (seus) modelos de televisores já compatíveis.

Isto demostra bem a necessidade e urgência da oficialização e divulgação das normas técnicas a utilizar na TDT, insistentemente pedida, aqui neste Blog. Se a Anacom (ou outra entidade oficial) tivesse divulgado à mais tempo essa informação (do seu conhecimento desde Fevereiro), mais fabricantes estariam já em condições de oferecer mais modelos de televisores compatíveis com a nossa TDT. Mas, possivelmente, este "atraso" foi conveniente para alguém.

Segundo o fabricante os aparelhos identificados com os logótipos HD TV e HD TV 1080p contém sintonizador MPEG-4 AVC e são portanto compatíveis com a TDT portuguesa.

Todas as iniciativas que permitam o esclarecimento dos consumidores, como é o caso, são de aplaudir. No entanto muito há ainda por fazer para esclarecer o público. Deveria já estar em marcha uma campanha televisiva sobre a TDT. E apesar de se aproximar a data do lançamento oficial (Abril/2009) ainda não é sequer conhecido o logotipo oficial que permitirá identificar facilmente os equipamentos compatíveis.


quarta-feira, 5 de novembro de 2008

TDT: solução MPEG4 HD para televisores MPEG2

Com a adopção pela PTelecom do sistema de compressão mpeg4 para a TDT Portuguesa, o sintonizador tdt de quase todos os aparelhos (mesmo recentes), já vendidos tornou-se obsoleto, pois apenas permite a recepção do mpeg2 (vêr noticias anteriores neste blog).

Para quem não pretende adquirir mais uma caixa para ligar ao televisor, com todos os inconvenientes que isso acarreta (ocupa espaço, é necessário utilizar 2 telecomandos, consumo de energia em standby), há a esperança de uma solução na forma de um pequeno acessório.

Trata-se de uma placa pcmcia a inserir na respectiva ranhura do televisor e que permite a recepção dos canais em MPEG4 SD (definição standard) e HD (alta definição). Os circuitos dentro da placa processam o sinal que é depois encaminhado através de cabo para uma entrada hdmi no televisor. Não confundir com outra placa do mesmo fabricante, já á venda, mas que não permite a recepção do MPEG4 HD!


Mas, atenção, este dispositivo ainda não está à venda e se chegar a ser comercializado, só em 2009. Seria interessante a PTelecom testar este produto e eventualmente acordar com o fabricante a comercialização do mesmo em portugal, pois certamente para muitos esta solução seria a ideal.

Quem pretender mais informações deverá contactar o fabricante. É possível inscrever-se numa lista de e-mail e quando houver novidades a respeito deste produto, o fabricante compromete-se a informar.

sábado, 1 de novembro de 2008

Quinto canal: Concurso já abriu

O concurso público para o licenciamento do quinto canal de televisão abriu ontém, 31 de Outubro com a publicação em D.R. da portaria 1239/2008. Entre os interessados deverão estar a Zon Multimédia, Cofina e Controlinveste. O vencedor deverá ser conhecido em meados de Abril.

O quinto canal, recorde-se, será um canal generalista de acesso gratuito e de âmbito nacional, a emitir na plataforma TDT e em alta definição (segundo o Governo).

Fonte: Diário Digital

Link: Portaria 1239/2008 de 31 de Outubro

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

TDT Portuguesa em MPEG4 ! (act)

É oficial. Todos os canais da TDT portuguesa serão transmitidos em MPEG-4. Confirmam-se assim os rumores que circulavam. Resta saber quantos portugueses estarão em condições de assistir ao arranque da TDT em portugal, pois quase todos os equipamentos já vendidos e à venda em Portugal são apenas MPEG-2 e portanto incapazes de receber a TDT portuguesa.

De momento os equipamentos (televisores e receptores) aptos a receber as emissões são ainda em número reduzido e de preço relativamente elevado, devendo demorar algum tempo até os preços baixarem o suficiente de modo a permitir a massificação da TDT. Enquanto um receptor TDT MPEG-2 pode custar apenas 30 Euros, um adaptador MPEG-4 HD básico, adequado para receber a nossa TDT custa cerca de 190 Euros. Como muitos lares têm mais que um televisor, é necessário multiplicar este valor pelo número de aparelhos a adaptar. Parece ser um preço demasiado alto a pagar para receber 5 canais de televisão (os gratuitos).

Enquanto a PTelecom não divulga qual o equipamento que vai disponibilizar e em que modalidades (compra/aluguer) e a que preço, penso que a opção mais sensata, será mesmo esperar para vêr. Para ajudar à confusão, não esquecer que mais cedo ou mais tarde o sinal da TDT irá também ser distribuido por satélite. O satélite será a única opção para alguns, pois o sinal da TDT não vai chegar a todo o lado (vêr noticia de 28/05/2008), mas para quem pode instalar uma antena parabólica, poderá ser mesmo a opção mais interessante.

Uma alternativa económica para vêr a TDT é o uso de uma placa sintonizadora de TDT para computador. Existem vários modelos: internas (instaladas dentro do computador) e externas (ligadas por USB ou PCMCIA). Os preços variam entre os 20 - 100 euros.

Actualização 5/11/2008:

Uma nova alternativa poderá surgir brevemente no mercado. Trata-se de uma placa pcmcia MPEG-4 HD. Vêr a notícia de 5/11/2008.

Links:
A TDT irá cobrir inicialmente apenas o litoral do país
RTP Alerta para o preço elevado das «set top box»
Apresentação da proposta da PT para a TDT
Caderno de encargos do concurso do MUX A (canais em aberto)
Caderno de encargos do concurso dos MUXs B a F (canais a pagar)