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quarta-feira, 7 de maio de 2014

Consulta pública preço do sinal TDT

A Anacom publicou hoje a sua decisão relativamente ao preço cobrado pela PTC às televisões pelo sinal da TDT. Esta decisão foi sujeita a consulta pública e vem no seguimento de pedido de intervenção efectuado pela RTP para mediação do regulador. O blogue TDT em Portugal enviou um contributo totalizando seis páginas abordando pontos essenciais da matéria em apreciação, nomeadamente: a reserva de capacidade de espectro no Mux A e sua utilização face às regras estabelecidas e a situação de monopólio na distribuição e emissão do sinal da TDT.

Em resumo, o blogue afirmou o seguinte:
  • Os operadores televisivos têm encarado a TDT, não como uma oportunidade, mas como uma ameaça.
  • Os governantes nada têm feito para defender os interesses dos cidadãos. 
  • Os três operadores de televisão, apesar de reclamarem do valor pago pela distribuição e emissão do sinal digital, na realidade até pagam menos do que pagavam pelo antigo sinal analógico.
  • Em Portugal nem sequer a capacidade completa de um Mux foi reservada para programas em sinal aberto! Dos 19,91 Mbit/s de capacidade máxima do Mux A (no Continente), o regulador apenas exigiu ao operador da rede que reserva-se 15Mbit/s até 26/04/2012, capacidade que a partir dessa data baixaria para apenas 9.64Mbit/s, ficando a capacidade excedente à disposição do operador da rede. Ou seja, logo à partida os governantes colocaram a possibilidade do aumento da oferta de canais no Mux A dependente da boa vontade da PTC, empresa que comercializa um serviço de televisão concorrente!
  • A vantagem de se ter adoptado o MPEG-4 tem sido desaproveitada.
  •  Os programas (canais) desde há muito tempo têm vindo a ser difundidos com um bitrate superior ao normal.
  •  As posições que os três operadores têm tomado em matéria da Televisão Digital Terrestre, nomeadamente a falta de interesse que sempre demonstraram em disponibilizar mais programas (canais) seus, impede que o custo da multiplexagem, transporte e difusão do sinal por programa (canal) seja mais baixo.
  • Existe um conflito de interesses entre a actividade de broadcasting e a de operador de serviços televisão por subscrição. O blogue TDT em Portugal já defendeu em consulta pública o fim do monopólio da emissão de televisão por via terrestre e a revisão das opções que impedem o livre funcionamento do mercado.
  • A participação dos operadores televisivos na estrutura accionista da empresa responsável pela distribuição e emissão do sinal acautelaria melhor os seus interesses.
  • É essencial que seja dada prioridade à abertura de concursos internacionais para a utilização de novos Muxes de âmbito nacional, regional e local, para a ocupação de pelo menos alguns dos vários canais radioeléctricos libertados com o switch-off das emissões de televisão analógica. 
  • O aumento da oferta televisiva em sinal aberto, para além de beneficiar os telespectadores, beneficiará também os próprios operadores televisivos, pois tal permitirá baixar os custos com a distribuição e emissão do sinal. 

Contributo (completo) enviado pelo blogue TDT em Portugal (pdf).
Deliberação da Anacom (pdf).

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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Retransmissor da TVI de Vale de Cambra alimentado com sinal TDT

O retransmissor da TVI de Vale de Cambra que emite no canal 58 banda UHF e que serve boa parte do distrito de Aveiro deixou de ser alimentado a partir da rede de distribuição da RETI e é agora alimentado pelo sinal da rede de TDT. Infelizmente, esta alteração foi mal implementada e a qualidade de imagem baixou bastante pois os níveis de video não estão correctos. Também o som sofre interferências frequentes das redes de telemóvel. É certo que já falta pouco para o encerramento das emissões analógicas, mas isso não é desculpa para brindar os telespectadores com má qualidade de imagem.


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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Televisões criticam TDT portuguesa (act.)

Como se provas faltassem que a introdução da Televisão Digital Terrestre em Portugal é uma das maiores trapalhadas de que há memória, RTP, SIC e TVI comprovaram ontem, mais uma vez, que o Estado não pode e não deve continuar a assumir uma atitude passiva em matéria de TDT.

Durante o 21.º congresso promovido pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações, as televisões criticaram o modelo da Televisão Digital Terrestre portuguesa. Creio que se a hipocrisia dos responsáveis das televisões pagasse imposto, boa parte do défice público ficava saldado! Senão veja-se:

Relativamente ao Canal HD, Francisco Pinto Balsemão (dono da SIC), que foi quem propôs o canal(!), considera que “tal canal é difícil de concretizar”. E o representante da televisão pública disse que o canal não tem modelo de negócio! O dono da SIC afirmou ainda que a entrada da TDT, actualmente, "faz menos sentido", quando se assiste à expansão da televisão paga!

Ou seja, oferece-se aos portugueses uma televisão digital terrestre das mais pobres do mundo, sem praticamente qualquer atractivo e depois critica-se a introduçao da TDT por a televisão paga estar em expansão, "roubando" telespectadores à televisão em canal aberto!

Miguel Pais do Amaral, presidente da Media Capital (dona da TVI), afirmou que a introdução da TDT em Portugal foi “uma oportunidade perdida” para as televisões generalistas, que podiam ter aumentado a oferta com o lançamento de outros canais em aberto ou com estações pagas!

Ora estes senhores através de posição conjunta da CPMCS ainda há poucos meses atrás afirmaram duvidar da viabilidade de mais canais em sinal aberto na TDT!

Como todos podem comprovar, os “donos” das televisões portuguesas mudam de opinião com muita facilidade. Consoante sopra o vento!

O presidente da Media Capital disse ainda que “existe um total conflito de interesses em entregar a Televisão Digital Terrestre a uma empresa que é a última interessada em garantir conteúdos interessantes no serviço, porque tem uma plataforma concorrente, que é o Meo”.

É evidente há muito tempo que é do interesse da PT que a TDT não tenha sucesso. Mas a origem do problema remonta à fase dos concursos TDT, quando a PT "eliminou" possíveis concorrentes (entre os quais esteve a Media Capital) sem qualquer intervenção das autoridades reguladoras. Mesmo assim, a introdução da TDT em Portugal poderia ter corrido satisfatoriamente, caso tivéssemos uma entidade verdadeiramente reguladora que tivesse acautelado devidamente os interesses do país. O que todos podem comprovar é que a entidade supostamente reguladora basicamente não tem feito outra coisa senão defender os interesses da PT, tendo inclusivamente recuado relativamente a deliberações suas. Veja-se, por exemplo, a questão da TDT paga, do cumprimento do plano de cobertura ou a ausência de divulgação e informação sobre TDT nas lojas da PT. E veja-se também a prestação do presidente da ANACOM na audição Parlamentar de 20/09/2011. A PT ter ficado com a exploração da TDT não foi propriamente um erro em si mesmo. O grande problema deve-se ao facto das entidades oficiais terem abdicado da sua função reguladora, mais parecendo que recebem ordens da PT.

Continua-se a falar em Alta Definição e nas grandes superfícies metade dos receptores TDT à venda não a suporta, como tenho vindo a alertar. O regulador reuniu com os responsáveis das grandes superfícies mas, aparentemente, apenas para os convencer a terem as prateleiras cheias de equipamentos! Será que vamos assistir à repetição do que se passou relativamente ao MPEG-4, em que o regulador demorou longos meses a “avisar” o público (através de uma mensagem no seu site) para a questão da incompatibilidade?

Continua portanto a gincana verbal. Fala-se, fala-se e não se diz nada de substancial, de construtivo. Não se regula, nem se tomam medidas para dar ao país uma Televisão Digital Terrestre (que já foi designada Televisão Digital para Todos), digna de um país europeu, moderno e civilizado. As televisões têm estado a jogar um jogo arriscado, e daqui a poucos meses a parada pode subir. O problema dos jogos é que para uns ganharem outros têm que perder.

Nota: peço desculpa pelo uso excessivo de pontos de exclamação, mas não há como evitar.

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sábado, 28 de maio de 2011

TDT: adiamento do fim da televisão analógica no horizonte (actual.)

Em Dezembro de 2010 comentei que, devido à baixíssima adesão à TDT, a tão pouco tempo das datas definidas para o switch-off analógico, o adiamento do encerramento das emissões analógicas seria inevitável. Pois bem, agora praticamente em Junho de 2011, há novos factos, que a meu ver tornarão o adiamento quase certo.

A situação pouco evoluiu desde o inicio do ano quando se soube que apenas 1,1% dos portugueses sem serviços de televisão paga tinha aderido à TDT. Esta situação era perfeitamente previsível, dadas as opções que vêem sendo tomadas e que tenho insistentemente criticado desde a primeira hora. Como afirmei em Dezembro de 2010, será impensável que tanto aos canais de TV (RTP, SIC e TVI) fiquem sem boa parte dos seus telespectadores, como que os telespectadores fiquem sem acesso aos seus canais de TV. O custo político seria enorme e nenhum Governo com o mínimo de bom senso permitiria que tal acontece-se!

Vaticinei o adiamento do fim das emissões analógicas ainda antes de ser conhecido o adiamento dos encerramentos piloto. Desde então novos desenvolvimentos tornam o adiamento do desligamento dos principais emissores cada vez mais provável.

De acordo com o plano para a cessação das emissões analógicas, um emissor não poderá ser desligado sem que a população abrangida seja servida há mais de um ano por emissões de televisão digital terrestre. Como o Blogue TDT em Portugal tem informado, a rede de emissores, que deveria ter ficado completa até 31/12/2010, ainda não está terminada. Só este facto justifica um adiamento de pelo menos 6 meses na data do desligamento dos emissores analógicos. Talvez por esse motivo o administrador da Anacom responsável pela TDT tenha afirmado que a rede TDT ficou pronta em 2010, quando o Blogue TDT em Portugal tem demonstrado que não ficou.

Recordo que a CPMCS (que agrega os operadores de TV) também já teceu criticas quanto ao andamento da TDT. Mas talvez o mais preocupante é o facto da TVI (Media Capital) estar aparentemente a assumir uma posição de ruptura com o regulador (e o Governo). Tanto assim que a publicidade à TDT não passa na TVI!

Mais, a Media Capital ainda detém uso de uma rede própria de emissores de televisão analógica (RETI), apesar de ter negociado a sua alienação à PT pouco antes de abrirem os concursos para a TDT. A rede de emissores é gerida pela PT, mas continua propriedade da Media Capital (dona da TVI) e só após o desligamento analógico passará a ser propriedade da PT. Não conhecendo os termos exactos do negócio, não é de excluir a possibilidade da TVI ter acautelado a sua posição e decidir boicotar o desligamento analógico, continuando a emissão em analógico, caso entenda que não estejam reunidas todas as condições para o encerramento das emissões em analógico. Embora remota, a possibilidade do negócio não se concretizar está prevista no contrato. Se a TVI decidir boicotar os desligamentos, SIC e RTP iriam atrás. Seria o mais claro sinal do fracasso da “estratégia” de implementação da televisão digital terrestre em Portugal.

Tal como já comentei, recordo que ao contrário do que alguns responsáveis pretendem fazer crer, não existe obrigação de Portugal encerrar as emissões de televisão analógica em 2012. Existe apenas uma recomendação da Comunidade Europeia. E, apesar da maioria dos países europeus ter decidido encerrar as emissões de televisão analógica até 2012, nem todos o irão fazer. Como já comentei, a Polónia decidiu só encerrar as emissões analógicas até 31/07/2013. Só em Junho de 2015 desaparece a protecção às emissões analógicas, ou seja, as emissões analógicas, se necessário, poderiam prolongar-se até 2015. Claro que isso não irá acontecer pois o Estado tem pressa em libertar espectro para leiloar e os operadores de telecomunicações têm pressa em utilizá-lo para ganhar dinheiro. Só não houve pressa em arrancar a sério com a TDT oferecendo de facto alguma coisa em troca ao consumidor!

Dado o baixíssimo nível de adesão à TDT, ou o futuro Governo trata de aumentar a oferta de canais (como tenho reclamado e já deveria ter acontecido há anos), ou ver-se-á obrigado a custear a 100% o custo dos adaptadores TDT. De qualquer forma, o adiamento do desligamento das emissões analógicas em pelo menos 6 meses parece ser um dado adquirido.

27/07/2011:
Confirma-se a recusa da TVI em participar na campanha de "publicidade" da TDT, tal como referi em 28 de Maio.
Agora é o jornal Correio da Manhã que noticia o facto da TVI não ter participado na primeira campanha publicitária que se iniciou em Março. O jornal afirma ainda que, segundo a ANACOM, apenas a RTP aceitou participar em futuras campanhas. A campanha de publicidade à TDT nas TV's foi planeada para duas fases, estando previsto que a segunda fase arranque em Setembro ou Outubro. A mensagem desta segunda fase será a obrigatoriedade da mudança.

3/10/2011:
A ANACOM ou o Governo terão conseguido convencer a TVI e a SIC a passar a segunda campanha de publicidade à TDT nos seus canais. Os spots publicitários estão a passar (pelo menos) na RTP1, SIC e TVI.

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terça-feira, 16 de setembro de 2008

A Má Imagem da TVI

Apesar de ser líder de audiências a TVI parece estar-se nas tintas para grande parte dos seus telespectadores. Que outra explicação pode haver para a continuada deficiente qualidade de imagem do emissor da Lousã? Onde estão os serviços técnicos da RETI? Onde está a fiscalização da Anacom?

Mas esta situação não é de agora. De facto remonta ao inicio das emissões da TVI! A TVI aproveitou a infra-estrutura existente da rede de emissores FM e criou a sua própria rede de emissores de TV (a RETI). A RTP e a SIC são distribuídas pela PTelecom que anteriormente tinha adquirido a rede de emissores da RTP. Resultado: em muitos locais o sinal da RTP1, RTP2 e SIC é bom, mas o sinal da TVI é deficiente (fraco e/ou com interferências).

Teoricamente o emissor da Lousã da TVI, canal 32 deveria ter 540Kw P.A.R. (o mesmo que RTP2 e SIC), mas o seu sinal sempre foi significativamente mais fraco que os restantes canais em UHF (RTP2 C26 e SIC C29). Mas a Lousã não é caso isolado, algo de semelhante acontece, pelo menos, com o emissor do Monte da Virgem (C44) e do Muro (C30). Em todos estes locais o nível de sinal do emissor da TVI é significativamente mais baixo.

Talvez o melhor exemplo da disparidade de nível de sinal entre os canais UHF seja o caso do Monte da Virgem (Porto). Enquanto a 70Km de distância, é possível receber um sinal razoável da RTP2 (C41) e SIC (C52), o sinal da TVI (C44) é notoriamente fraco. Para esta situação não será alheio o facto de RTP e SIC serem emitidas a partir da torre de emissão da PTelecom com 177 metros de altura! O sinal da TVI é tão mais fraco que, nalguns dias de verão chega a ser “abafado” pelo emissor da TV Galicia de Tui, mesmo a poucos Km do Monte da Virgem!

Talvez consciente de todas estas situações (e outras) a TVI desistiu de ter uma rede própria de distribuição e emissão de sinal, tendo-a recentemente vendido à PTelecom. É que criar e manter uma rede de distribuição e emissão de Televisão (analógica ou digital) custa muito dinheiro!

Agora que a PTelecom é responsável pela rede de emissores da TVI, serão estes problemas finalmente solucionados? Vou aguardar sentado…


Aqui fica um pequeno video feito durante uma das frequentes interferências ao sinal da TVI C44, Monte da Virgem.