segunda-feira, 13 de julho de 2009

Programa "A Voz do Cidadão" sobre a TDT

No sábado, o programa do Provedor do Telespectador da RTP “A Voz do Cidadão” abordou o tema Televisão Digital Terrestre (TDT). Como o próprio Provedor (Paquete de Oliveira) reconheceu, foi o número elevado de solicitações dos telespectadores que levou a que fosse dedicado um programa a este tema. Alguns do cidadãos que participaram são assíduos participantes do Blog TDT-Portugal.

Embora várias questões tivessem ficado sem resposta, no geral considero positiva a emissão do programa. Afinal, foi dada voz ao cidadão comum, e a própria ausência de respostas convincentes a algumas das observações mais “contundentes”, na minha opinião, põem em xeque perante o grande público o erro de algumas das opções tomadas e acaba por validar as críticas dos cidadãos. O programa teve ainda o mérito de alertar a grande maioria do público que ainda está alheio da temática da TDT para questões importantes que, mais cedo ou mais tarde, serão do seu interesse.

Sem surpresa, constatei que muitas das pessoas entrevistadas no inquérito de rua ainda desconhecem o que é a TDT, o que confirma estudos publicados e a necessidade de avançar com campanhas de informação e sensibilização de maior alcance (leia-se televisão). De realçar ainda, uma grande confusão e a associação da TDT com as plataformas de pay-TV (cabo, fibra, satélite). Mas, seria de esperar outra coisa, quando a TDT é patrocinada por um dos serviços de pay-TV, e quando a relação de Mux’s codificados e sinal aberto é de 5 para 1? Infelizmente, parece-me a nossa TDT foi “pensada” para que os canais de acesso gratuito fossem apenas um apêndice da TDT. O mínimo dos mínimos, nada mais!

Também alguns dos aspectos mais técnicos da TDT são mal interpretados por muitos. A questão dos Multiplexers (ou Mux’s), apesar de estar documentada foi mal representada no programa. Vejamos, até ao encerramento das emissões analógicas é sabido que existirão 6 Mux’s: A, B, C, D, E e F. Dos seis, apenas o Mux A está destinado à difusão de programas em canal aberto. Os Mux’s B a F destinam-se à difusão de programação codificada (Meo DT). Dos seis Mux’s apenas o A, o B e o C está previsto que tenham cobertura nacional (pelo menos inicialmente). Os Mux’s D, E e F, devido à saturação do espectro radioeléctrico, apenas irão cobrir parte do litoral (até aprox. 80Km da fronteira).

Outro ponto que considero foi mal abordado diz respeito aos canais regionais e locais. Ao contrário do que foi dito, não foram atribuidos Mux's de cobertura regional ou local. Só após o encerramento das emissões analógicas existe a possibilidade de atribuição de 3 novas coberturas de âmbito nacional em MFN e 1 cobertura de âmbito distrital em MFN, essas sim vocacionadas para canais nacionais, regionais e locais. O que está previsto, e foi anunciado pela PT, é a emissão de dois canais regionais nos mux's já atribuidos. Estas matérias, no meu entender, deveriam ter sido explicadas no programa por alguém da ANACOM, que é a entidade responsável.

De realçar a convicção (talvez em em tom de aviso/alerta) do director de engenharia e tecnologias da RTP acerca da evolução da TDT em Portugal. Será um aviso de que em breve se espera que o sistema DVB-T será substituído pelo mais recente e eficiente DVB-T2? Quero acreditar que assim não seja.

Os meus parabéns a todos os leitores que participaram no programa!

O programa está disponível para consulta: no site da RTP ou para download aqui mesmo.

Recordo que está disponível online a Petição pela emissão da RTPN e RTP Memória em canal aberto.

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quarta-feira, 24 de junho de 2009

A TDT está a chegar a Aveiro (act.)

Hoje, durante uma deslocação a Aveiro pude observar que foi instalada uma antena emissora da Televisão Digital Terrestre (TDT) em Aveiro. A antena está situada na torre de feixes hertzianos da PT Comunicações na localidade de São Bernardo, Aveiro. A antena aparenta ser idêntica às utilizadas pelo emissor de Coimbra (Penedo da Saudade) e Caldas da Rainha. Isto significa que a TDT deve estar prestes a chegar à cidade de Aveiro e localidades mais próximas. O emissor ainda não está em funcionamento.

Actualização 3/07/2009:
A TDT chegou a Aveiro! O emissor de São Bernardo já foi activado!

Actualização 6/07/2009:
O emissor de Águeda também já está em funcionamento!

Actualização 13/07/2009:
Emissor de S. Bernado/Aveiro:Vários leitores de Aveiro informam não receber sinal proveniente do emissor , mesmo na próximidade do mesmo! Tudo indica portanto que o emissor está desligado.

Actualização 24/07/2009:
Emissor de S. Bernardo/Aveiro em funcionamento!

Actualização 04/08/2009:
Durante uma deslocação a Aveiro pude finalmente verificar in loco o funcionamento do emissor de São Bernardo. A fim de simular uma recepção com equipamento portátil, testei a recepção do sinal em vários pontos. Para o efeito utilizei um computador portátil, uma placa TDT USB (com boa sensibilidade) e uma vulgar antena vertical de 1/4 de onda com base magnética. Apesar de não estar à espera de encontrar um sinal forte, os resultados ficaram muito aquém do esperado. Com este equipamento apenas consegui uma recepção satisfatória até aprox. 3Km do emissor. A 5Km do emissor o sinal desapareceu completamente. Todas as "medições" foram realizadas em campo aberto. Tudo indica, portanto, que o emissor está a utilizar uma potência muito reduzida. A intensidade do sinal ainda não permite uma recepção fiável sem recurso a antena exterior adequada, mesmo a poucos Km do emissor.

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segunda-feira, 22 de junho de 2009

TDT paga já tem luz verde

De acordo com a ANACOM, foram emitidos os títulos que conferem os direitos de utilização de frequências, para a oferta de serviços de radiodifusão televisiva digital terrestre (TDT), relativos aos Multiplexers B a F (MUX B a F). Os Multiplexers B,C, D, E e F serão utilizados na emissão da oferta paga da TDT (Meo DT).

Segundo o caderno de encargos, dos 5 Multiplexers, apenas o B e o C terão cobertura de âmbito nacional. Os Multiplexers D, E e F apenas poderão ser recebidos (pelo menos numa 1ª fase) em parte do litoral.

Recorde-se que em Abril, na sequência do atraso na concessão das licenças para a TDT paga, e do fracasso do concurso ao quinto canal de televisão generalista a PT afirmou que iria repensar o projecto. Então, o presidente executivo da PT, Zeinal Bava, comentou que, «após nove meses deste processo, passou muito tempo, há uma alteração de circunstâncias que temos de analisar». Aguardemos então para saber se haverá alterações em relação ao projecto inicial.

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sexta-feira, 19 de junho de 2009

Petição: Pela emissão da RTPN e RTP Memória na TDT em canal aberto

Como é do conhecimento dos leitores, actualmente não há grande incentivo para aderir à TDT.

Afím de inverter esta situação, tem sido sugerida como solução, a emissão dos canais RTPN e RTP Memória no espaço livre do Mux A.

Para além do envio de mensagens a várias entidades, sugeridas no post anterior, foi agora criada uma petição online para que todos os interessados possam assinar, dando assim apoio a esta solução.

Petição Pela emissão da RTPN e RTP Memória na TDT em canal aberto

Exmo. Sr. Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações

Os signatários vêm solicitar a sua atenção para os seguintes factos:

1. A 29 de Abril do corrente ano arrancaram em Portugal as primeiras emissões oficiais de televisão digital terrestre (TDT).

2. Portugal é dos últimos países europeus a iniciar o processo de transição do sistema de televisão analógica para o sistema de televisão digital terrestre.

3. Segundo recomendação da Comunidade Europeia e já regulado pelo Governo, o encerramento das emissões de televisão analógica será em Abril de 2012.

4. O concurso que atribuiu a licença de exploração do Mux A ou seja, da TDT de acesso não condicionado livre (canais gratuitos), salvaguardou espaço para a difusão de um canal em alta definição e de um 5º canal generalista em definição standard.

5. O concurso para a atribuição da licença do 5º canal terminou sem vencedor. Aliás, os dois únicos candidatos foram chumbados pela ERC.

6. O canal em alta definição, que deveria transmitir programação dos canais públicos e privados nunca se materializou devido à falta de acordo entre os canais.

7. Como foi reconhecido por responsáveis do Governo, a existência de uma oferta televisiva para além dos quatro canais actuais seria um factor extremamente importante para assegurar o sucesso da televisão digital terrestre e um apoio muito significativo na fase de transição. Esta, aliás, tem sido a estratégia seguida por vários outros países em que, por exemplo, os operadores públicos disponibilizaram novos canais temáticos na plataforma de TDT.

8. Não se perspectiva a breve prazo uma alteração da situação de impasse em que o 5º canal e o canal de alta definição se encontram.

9. Em 2004, aquando do lançamento dos canais RTPN e RTP Memória, foi dada como justificação para a sua não difusão na rede analógica de televisão a falta de espectro (espaço) radioeléctrico. Os canais ficaram disponíveis apenas nasplataformas de canais pagos.

10. Actualmente existe espectro (espaço) livre no Mux A para a difusão de, pelo menos, mais dois canais em definição standard.

Pelo exposto, vimos solicitar:

A difusão dos canais RTPN e RTP Memória em sinal aberto no espaço livre do Mux A da TDT.

Lisboa, 17 de Junho de 2009

Ajude a divulgar esta petição!

Sugestões:
- Envie um email a todos os seus contactos e peça-lhes que o reencaminhem.
- Divulgue a petição em fóruns e blogues colocando um link para a petição: http://www.peticao.com.pt/tdt-canal-aberto
- Espalhe a palavra.

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