Um novo ano começa e com ele renasce a esperança de que a televisão digital terrestre se torne finalmente acessível a todos os portugueses. Muitos aguardavam que 2009 fosse o ano da TDT em Portugal. Contudo, mais de um ano após o inicio das primeiras emissões, a introdução da televisão digital terrestre tem passado ao lado da maioria dos portugueses.
O que tem corrido mal? Na minha opinião, quase tudo!
Divulgação
É caso para dizer - Qual divulgação? Apesar do sinal oficialmente já estar disponível para mais de 65% da população (deverá nos próximos dias ser anunciada a cobertura de +80% da população), com excepção da internet e algumas notícias nos jornais, a divulgação da nova televisão ainda não começou verdadeiramente.
É caso para dizer - Qual divulgação? Apesar do sinal oficialmente já estar disponível para mais de 65% da população (deverá nos próximos dias ser anunciada a cobertura de +80% da população), com excepção da internet e algumas notícias nos jornais, a divulgação da nova televisão ainda não começou verdadeiramente.
Oferta de canais gratuitos
A oferta de canais de acesso livre prometia pouco, mas ainda assim conseguiu desapontar! O canal em Alta Definição com programação dos canais públicos e privados (RTP, SIC e TVI) continua no papel. O avanço do Quinto Canal de televisão generalista continua bloqueado por disputas legais.
A oferta de canais de acesso livre prometia pouco, mas ainda assim conseguiu desapontar! O canal em Alta Definição com programação dos canais públicos e privados (RTP, SIC e TVI) continua no papel. O avanço do Quinto Canal de televisão generalista continua bloqueado por disputas legais.
Oferta de canais a pagar
Depois de um concurso polémico, que a PT venceu, está contratualmente previsto que as emissões arranquem até 31 de Janeiro próximo. No entanto, ainda praticamente nada se sabe sobre a oferta paga (Meo DT) e os moldes em que irá funcionar. Prevê-se pois que, a disponibilização dos canais codificados na TDT, esteja ainda distante.
Depois de um concurso polémico, que a PT venceu, está contratualmente previsto que as emissões arranquem até 31 de Janeiro próximo. No entanto, ainda praticamente nada se sabe sobre a oferta paga (Meo DT) e os moldes em que irá funcionar. Prevê-se pois que, a disponibilização dos canais codificados na TDT, esteja ainda distante.
É que a PT, vem desde Abril de 2009, falando numa suposta alteração de circunstâncias de mercado, tendo recentemente informado que está em conversações com o regulador. Teme-se que se avizinhem novos e polémicos desenvolvimentos!
Equipamentos
Anunciado e apresentado ao público pela PT, há praticamente um ano, continua hoje a ser impossível adquirir o necessário receptor de TDT ao preço anunciado de 50€. A PT, recorde-se, colocou em algumas das suas lojas uma quantidade reduzidíssima de equipamentos, à venda por um preço mínimo de 99€! Devido ao preço elevado dos adaptadores, e à reduzida oferta de canais, antevê-se que em 2010 a maioria dos consumidores terá acesso à TDT através da troca do televisor.
Anunciado e apresentado ao público pela PT, há praticamente um ano, continua hoje a ser impossível adquirir o necessário receptor de TDT ao preço anunciado de 50€. A PT, recorde-se, colocou em algumas das suas lojas uma quantidade reduzidíssima de equipamentos, à venda por um preço mínimo de 99€! Devido ao preço elevado dos adaptadores, e à reduzida oferta de canais, antevê-se que em 2010 a maioria dos consumidores terá acesso à TDT através da troca do televisor.
Conclusão
Se considerarmos que nos concursos públicos, o regulador atribuiu à rápida massificação da TDT a maior importância, a conclusão é inevitável – a introdução da TDT em Portugal está, até à data, a ser um fracasso! Aliás, seria muito interessante que a Anacom divulgasse quantos lares já recebem a TDT e quantos receptores de TDT (compatíveis) foram vendidos. Ainda vamos a tempo! Mas, a manter-se esta situação, e se não se contrariar a tradição portuguesa de adiar tudo para o último dia, é de prevêr que a adesão à TDT seja(?) feita, à pressa, quando o sinal analógico estiver na iminência de ser desligado.
Se considerarmos que nos concursos públicos, o regulador atribuiu à rápida massificação da TDT a maior importância, a conclusão é inevitável – a introdução da TDT em Portugal está, até à data, a ser um fracasso! Aliás, seria muito interessante que a Anacom divulgasse quantos lares já recebem a TDT e quantos receptores de TDT (compatíveis) foram vendidos. Ainda vamos a tempo! Mas, a manter-se esta situação, e se não se contrariar a tradição portuguesa de adiar tudo para o último dia, é de prevêr que a adesão à TDT seja(?) feita, à pressa, quando o sinal analógico estiver na iminência de ser desligado.
Estado, operador da rede e canais de televisão, são responsáveis. Está claro que as opções tomadas não foram as melhores para o consumidor:
- Cedo disse que utilizar MPEG-4 na TDT gratuita era incompatível com a rápida massificação da TDT. O mercado tem comprovado isso mesmo. Quase dois anos após a data de apresentação das candidaturas aos concursos da TDT, o preço dos adaptadores TDT MPEG-4 continua demasiado alto para permitir uma adopção em larga escala.
- O Canal HD revelou-se uma utopia. Os canais não se entendem e ninguém parece importar-se com isso. Faltou coragem e determinação para enfrentar lobbies e, finalmente, disponibilizar RTP Memória e RTPN em sinal aberto.
- A divulgação e promoção da TDT não deveriam estar exclusivamente entregues a uma entidade privada (Fórum TDT, i.e. operador de rede e canais), como até aqui, correndo-se o risco da TDT ficar refém de uma agenda de interesses conflituantes.
Esperemos que em 2010 as entidades competentes assumam as suas responsabilidades e tomem as medidas necessárias para que, desde já, a televisão digital terrestre possa ser adoptada por todos os lares portugueses.
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