sábado, 18 de outubro de 2008

TDT - Primeiras Emissões Já Estão No Ar!

(última actualização: 15/04/2009)

Segundo alguns relatos, começaram já as emissões teste da TDT portuguesa. Estas emissões são dirigidas à região de Lisboa e têm origem no emissor de Palmela, emitindo nos canais 67 e 69 em DVB-T MPEG4.

De acordo com a PTelecom, numa primeira fase, as emissões teste deverão extender-se a outros emissores que servem a região da Capital, como Monsanto, Estoril e Sintra. Mais tarde, em Janeiro/Fevereiro, deverão alargar-se ao resto do país.

Para receber estas emissões é necessário um televisor com receptor de TDT integrado e compatível com MPEG4, ou um receptor externo TDT compatível com MPEG4.

Quem tiver mais informações ou imagens sobre estas emissões, agradeço que as envie para o e-mail tdtportugal@gmail.com ou coloque nos comentários desta notícia.

Actualização 23/10/2008:
A emissão piloto tem transmitido um documentário sobre vida marinha em MPEG4 definição normal e em MPEG4 HD.

O leitor Edgar Silva enviou as seguintes fotos:



Actualização 27/10/2008:

O documentário foi substituido pela emissão dos 4 canais nacionais RTP1, RTP2, SIC e TVI. A potência de emissão parece ser razoável, pois é possível receber a emissão a +70Km.

Actualização 18/12/2008:

Novas imagens captadas em Lisboa por um leitor. Os bitrates utilizados actualmente para o video (2.9-3.1Mb/s) e o audio (192Kb/s) deverão baixar para cerca de 1.8Mb/s e 128Kb/s respectivamente, quando se iniciar a difusão do 5º Canal e do canal HD.


Actualização 12/01/2009:
Segundo informação não confirmada o sinal da TDT também já é recebido na zona de Torres Novas e Tomar. Aos residentes da zona que possam comprovar a recepção da (ou não) da TDT agradeço que entrem em contacto para o e-mail tdtportugal@gmail.com ou coloquem os resultados da sua experiência nos comentários desta notícia. *** NÃO CONFIRMADO ***

Actualização 5/03/2009:
A PTelecom instalou há algumas semanas, um pequeno emissor de TDT na cidade da Guarda,(na zona mais alta) que emite em regime experimental (como todos os outros). O alcance, segundo alguns relatos, é de 30-40Km.

Actualização 15/04/2009:
Trabalhos de substituição de antena uhf em Monsanto em preparação para a TDT. Clique aqui.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

TDT à portuguesa!

A pouco mais de seis meses para a data do arranque oficial da TDT em Portugal, instalou-se o silêncio! Silêncio das autoridades (governo e Anacom) e silêncio do concorrente vencedor dos concursos da TDT (PTelecom).

Repito, a seis meses da data anunciada para o arranque oficial das emissões (Abril de 2009) não foram ainda tornadas públicas as opções tecnológicas adoptadas. E como também nunca foi divulgado o conteúdo da oferta vencedora (nem da perdedora), no referente às opções tecnológicas a adoptar, também não é possível ao comércio, indústria e público em geral, o acesso a essa informação essencial.

Na ausência de informação oficial, cresce a especulação, instala-se a dúvida e a descrença. Ou seja, começámos mal e continuamos mal!

Se não são conhecidos os requisitos técnicos dos aparelhos (Tv’s e STB), como é que os fabricantes e comerciantes sabem que modelos devem produzir e comercializar em Portugal?

Mais uma vez, não sabemos adoptar as boas práticas de outros países, que têm gerido muito melhor o processo de transição da televisão analógica à digital. Veja-se o exemplo da Irlanda. O inicio oficial da TDT na Irlanda è Outubro de 2009. Pois bem, as autoridades Irlandesas já têm publicado desde Fevereiro de 2008 os requisitos técnicos dos aparelhos necessários para receber a TDT. Em absoluto contraste, a TDT portuguesa, que é suposto arrancar em Abril de 2009, e essa mesma informação contínua sem sair a público.

É fundamental saber qual a norma utilizada na compressão do sinal. O caderno de encargos favorecia o MPEG4, mas qual será adoptado? O MPEG4, o MPEG2 ou ambos? No inicio de Abril deste ano, e mesmo antes de ser conhecido o resultado dos concursos, um porta voz da RTP dizia que os canais pagos iriam utilizar o MPEG4. Ou seja, por omissão, poderia deduzir-se que a norma de compressão a utilizar nos canais gratuitos (MUX A) seria o MPEG2.

Agora, há quem afirme que os canais gratuitos também irão utilizar compressão MPEG4. E também se especula que a TDT portuguesa irá adoptar o novíssimo DVB-T2 em vez do DVB-T. O DVB-T2 é ainda, e apenas, utilizado em emissões experimentais e ainda não existem sequer receptores DVB-T2 à venda.

Se o MPEG4 for adoptado para todos os MUX’s qual a consequência? Apenas e só que em 99,99% dos televisores com TDT integrada ela simplesmente não funcionará! Ou seja, se se confirmar que todos os MUX’s irão utilizar o MPEG4 será necessário comprar um receptor externo ou um transcodificador MPEG4/MPEG2 porque quase todos os televisores já vendidos e à venda em Portugal são apenas MPEG2!

Mais, os receptores compatíveis com MPEG4 são ainda muito recentes e significativamente mais caros que os comuns receptores MPEG2. Ora, não estou a ver a PT a subsidiar receptores MPEG4 só para receber canais livres. Economicamente, apenas fará sentido, oferecer o receptor a um preço reduzido a quem subscrever os canais a pagar, como aliás já acontece com o serviço MEO satélite cujo receptor custa 79€.

Ou seja, quem quiser a TDT apenas para ver os canais gratuitos, arrisca-se a ter que gastar uma importância elevada no receptor. Neste caso o custo da TDT acabará por ser idêntico ao do satélite ficando a perder na oferta de canais.

Mas como está previsto que os canais a pagar arranquem só em Outubro de 2009, é razoável deduzir que não haverá receptor oficial antes dessa data. E também não é de excluir a possibilidade do arranque oficial ser adiado para a mesma data.

É minha convicção que caso o MPEG4 seja adoptado para todos os MUX’s, o objectivo da massificação da TDT estará comprometido, pelo menos a médio prazo.

Utilizando a solução DVB-T MPEG2 é perfeitamente possível transmitir no MUX A, 5 canais em definição SD (720x576), inclusivamente em 16:9, com muito boa qualidade de imagem e som. A alta definição em TDT por questões de economia de espectro poderá aguardar pelo MPEG4 em DVB-T ou DVB-T2.
Actualização:
Segundo informação recebida todos os MUX's da TDT vão utilizar o MPEG4 (vêr noticia de 29/10).

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

TDT DX: A Galiza aqui tão perto...

Enquanto a TDT portuguesa não dá sinais de vida, tem sido interessante acompanhar a TDT espanhola durante os períodos de propagação troposférica favorável a partir da Galiza.

Estas propagações anormalmente favoráveis também conhecidas por tropos, permitem a recepção de emissões muito para além da zona de cobertura dos emissores e normalmente ocorrem com maior frequência e intensidade durante os meses de verão. Em 30 de Junho, noticiei aqui uma dessas propagações com algumas fotos e um vídeo.

Agora que o verão acabou e a actividade tropo acalmou, aqui ficam mais algumas fotos da TDT oriunda da Galicia (Pontevedra) feitas em Julho e Agosto. A grande novidade (em digital) foi a recepção do Mux 66 (SET, TeleDeporte, etc). Em analógico foi possivel receber emissões desde Coruña - Ares, a mais de 330 Km.

Do visionamento de algumas destas emissões não posso deixar de especular sobre a qualidade técnica da futura TDT portuguesa. É que o digital não faz milagres. A TDT permite difundir imagem e som de grande qualidade mas há que salvaguardar duas condições fundamentais:
  1. Disponibilidade de débito (bitrate) suficiente para o tipo de emissão em questão. Infelizmente a tendência parece ser a de tentar “meter” o maior número de canais possível dentro dos mux’s à custa da qualidade de imagem.
  2. Qualidade vídeo do material a emitir. A compressão digital origina perda de qualidade. Esta perda de qualidade torna-se inaceitável quando o material original a emitir já foi sujeito a um nível de compressão elevado.

Em Portugal, um mau exemplo de utilização de compressão digital pode ser visto durante o programa Portugal em Directo da RTP1. A falta de resolução é evidente e olhando com atenção podem ser detectados artefactos de compressão. Se esta emissão for introduzida, tal como está, num mux digital, sujeita a mais uma etapa de compressão, a qualidade final será ainda pior!

Vamos pois esperar que todos os canais disponibilizem à PTelecom um sinal de alta qualidade, pois só assim será possível desfrutar devidamente a TDT.

Algumas fotos da TDT tiradas durante as tropos:


Notícias relacionadas:
TDT Espanhola recebida a +270Km
TDT Espanhola recebida a +200Km

terça-feira, 16 de setembro de 2008

A Má Imagem da TVI

Apesar de ser líder de audiências a TVI parece estar-se nas tintas para grande parte dos seus telespectadores. Que outra explicação pode haver para a continuada deficiente qualidade de imagem do emissor da Lousã? Onde estão os serviços técnicos da RETI? Onde está a fiscalização da Anacom?

Mas esta situação não é de agora. De facto remonta ao inicio das emissões da TVI! A TVI aproveitou a infra-estrutura existente da rede de emissores FM e criou a sua própria rede de emissores de TV (a RETI). A RTP e a SIC são distribuídas pela PTelecom que anteriormente tinha adquirido a rede de emissores da RTP. Resultado: em muitos locais o sinal da RTP1, RTP2 e SIC é bom, mas o sinal da TVI é deficiente (fraco e/ou com interferências).

Teoricamente o emissor da Lousã da TVI, canal 32 deveria ter 540Kw P.A.R. (o mesmo que RTP2 e SIC), mas o seu sinal sempre foi significativamente mais fraco que os restantes canais em UHF (RTP2 C26 e SIC C29). Mas a Lousã não é caso isolado, algo de semelhante acontece, pelo menos, com o emissor do Monte da Virgem (C44) e do Muro (C30). Em todos estes locais o nível de sinal do emissor da TVI é significativamente mais baixo.

Talvez o melhor exemplo da disparidade de nível de sinal entre os canais UHF seja o caso do Monte da Virgem (Porto). Enquanto a 70Km de distância, é possível receber um sinal razoável da RTP2 (C41) e SIC (C52), o sinal da TVI (C44) é notoriamente fraco. Para esta situação não será alheio o facto de RTP e SIC serem emitidas a partir da torre de emissão da PTelecom com 177 metros de altura! O sinal da TVI é tão mais fraco que, nalguns dias de verão chega a ser “abafado” pelo emissor da TV Galicia de Tui, mesmo a poucos Km do Monte da Virgem!

Talvez consciente de todas estas situações (e outras) a TVI desistiu de ter uma rede própria de distribuição e emissão de sinal, tendo-a recentemente vendido à PTelecom. É que criar e manter uma rede de distribuição e emissão de Televisão (analógica ou digital) custa muito dinheiro!

Agora que a PTelecom é responsável pela rede de emissores da TVI, serão estes problemas finalmente solucionados? Vou aguardar sentado…


Aqui fica um pequeno video feito durante uma das frequentes interferências ao sinal da TVI C44, Monte da Virgem.