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terça-feira, 27 de agosto de 2019

Alteracoes à rede de TDT começam em Janeiro de 2020

A alteração da rede de TDT, noticiada pelo blog TDT em Portugal em Junho e cujo inicio estava previsto para o Outono, foi adiada para Janeiro de 2020. O adiamento não constitui surpresa pois em Junho era já evidente o atraso do processo. Relativamente ao plano de migração (o designado roteiro nacional para a faixa dos 700Mhz), pode dizer-se que a ANACOM fez uma inversão de 180 graus!

Assim, a alteração da frequência dos emissores, que estava inicialmente planeada para começar de Norte para Sul irá agora decorrer de Sul para Norte. Segundo a ANACOM, o processo não terá qualquer impacto juntos dos utilizadores que já estão a sintonizar os canais 40, 42, 45, 46, 47 e 48. Os utilizadores que estão a sintonizar o canal 49, 54, 55 ou 56 terão de proceder à ressintonia dos seus equipamentos receptores, mas não será necessária a reorientação das respectivas antenas de recepção.

Mas a alteração mais significativa consiste na manutenção da rede MFN, a designada rede overlay! Recordo que o plano original previa o desaparecimento desta segunda rede. Isto é muito importante, pois como venho alertando desde 2013, a transformação da rede SFN nacional em redes SFN mais pequenas  (desaparecendo a rede MFN) não iria resolver todos os problemas de recepção.

«A solução adoptada para a rede TDT não é isenta de riscos
Alerta-se o regulador para o facto da decisão de transformação da rede SFN nacional em MFN’s de SFN’s não constituir solução para todos os problemas de recepção do sinal TDT. As dificuldades de recepção têm causas múltiplas já abordadas pelo blogue TDT em Portugal e não são apenas consequência de fenómenos de propagação. Devido ao tamanho das áreas MFN definidas e porque no seu interior continuam em operação redes SFN, continuam a impor-se especiais precauções quanto à potência dos emissores, diagramas de radiação e sincronismo (offset temporal). É essencial que as simulações de cobertura utilizem modelos de propagação adequados aos sites e respectivas áreas de serviço, salvaguardando todas as condições de propagação. A não observância destas precauções teria consequências nefastas pois desaparecerá a rede (alternativa) MFN “pura” e continuariam os problemas de recepção associados à utilização de rede SFN. » - Em Resposta ao Projecto de Decisão da Evolução da rede de TDT – Abril/2013

Felizmente a Altice chegou à mesma conclusão que eu e propôs a manutenção da rede overlay, tendo a ANACOM finalmente acabado por reconhecer que esta seria a melhor opção.

Ainda em Junho expliquei que a rede MFN actual utiliza poucos emissores na mesma frequência, limitando o potencial de auto-interferência e instabilidade da rede. E que se a ampliação da rede MFN não for cuidadosamente planeada (por exemplo ditada por critérios economicistas) poderiam voltar a ocorrer problemas de recepção, tal como acontece com a rede SFN. Ora, de acordo com o SPD da Anacom, a migração da rede SFN irá mesmo ser condicionada por critérios economicistas, constituindo a manutenção da rede overlay (MFN) uma importante rede de segurança.

O cronograma actual para a migração dos emissores é o seguinte:


As perguntas mais frequentes relacionadas com o processo de migração foram publicadas no post anterior, pelo recomendo a sua consulta levando em conta as alterações divulgadas neste post.
 
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segunda-feira, 10 de junho de 2019

Alterações à rede TDT começam no Outono

Uma nova alteração à rede de TDT está planeada para começar no quarto trimestre de 2019. A alteração consiste na alteração do canal utilizado para difundir o MUX A da Televisão Digital Terrestre em rede SFN (rede de frequência única).

Porquê alterar o canal de emissão?

Por disposição da União Europeia será necessário libertar as frequências acima de 700Mhz até Junho de 2020 (o chamado dividendo digital II). Tal significa que os emissores de TV que utilizem frequências acima de 700Mhz terão que migrar para um canal de emissão inferior aos 700Mhz.

Dos vários Muxes inicialmente previstos em 2008, o MUX A, o que difunde a RTP1, RTP2, RTP3, SIC, TVI, RTP Memória e ARTV, foi o único que viria a ser utilizado. O MUX A utiliza duas redes, uma (principal) de frequência única (SFN) que utiliza o canal 56 (frequência 754Mhz) em todo o território do Continente e uma rede "complementar" de frequências múltiplas (MFN).  

Como a rede SFN utiliza uma frequência acima dos 700Mhz será necessário alterar o canal de emissão. Já a rede "complementar" que foi activada a partir de 2012 devido às graves deficiências da rede SFN, ao contrário da rede SFN, já utiliza canais com frequências abaixo dos 700Mhz.

Quando ocorrerá a migração?

O início da migração está previsto para o quarto trimestre de 2019 e deverá terminar em Maio de 2020. De notar que não está excluído um possível adiamento até 2022. Essa possibilidade é contemplada pela União Europeia e inclusivamente defendida pelo operador da rede de TDT. O mapa seguinte contém o cronograma da migração.


Espera-se que a ANACOM e/ou o operador da rede de TDT (MEO) divulgue atempadamente informação adequada. Nomeadamente o dia e a hora em que em cada região ou emissor se procederá à alteração do canal de emissão.

Quem será afectado pela migração?

Quem recebe a TDT através do canal 56 (frequência 754Mhz). Apesar de existir a emissão em rede complementar (MFN), esta rede ainda dispõe de poucos emissores e muitos espectadores ainda dependem da rede SFN (canal 56).

Como será feita a migração?

A migração ocorrerá de forma faseada por regiões e de Norte para Sul. Açores de Madeira serão as últimas regiões a migrar. No total a migração de frequência abrangerá cerca de 240 emissores.

A ANACOM optou pela opção com menos custos para o Estado, decidindo não impor um período de simulcast (ao contrário do que propus em consulta pública). Assim sendo, em cada região, a emissão no canal 56 será desligada até as alterações estarem concluídas. Isso implica que quem recebe a TDT através do canal 56 (C54 nos Açores e Madeira) ficará temporariamente sem sinal. Uma vez concluída a alteração do canal de emissão os emissores serão ligados no novo canal de emissão que será o canal da rede MFN atribuído à respectiva região e os telespectadores terão que efectuar uma pesquisa de canais para voltarem a receber os programas.

Na prática, trata-se da ampliação da rede MFN à custa da eliminação da rede SFN. No final passarão a existir várias SFN's de menor dimensão.

Quanto tempo durará a interrupção?

Nada a este respeito foi ainda esclarecido. No entanto é previsível que a interrupção da emissão (no pior cenário) possa durar até um par de horas enquanto os emissores são reconfigurados para a nova frequência. É igualmente previsível que posteriormente à alteração da nova frequência a emissão sofra pequenas interrupções para que se proceda a ajustes.

Será necessário comprar um receptor novo?

Não. Não haverá alteração das normas de emissão, continuando a utilizar-se o DVB-T MPEG-4 (H.264/AVC), pelo que os equipamentos actualmente utilizados estão aptos a receber a emissão na nova frequência devendo apenas ser necessário realizar uma pesquisa de canais.

Como receber a nova frequência?

Quem actualmente recebe a TDT através do canal 56 (frequência 754Mhz) deverá efectuar uma pesquisa de canais no canal atribuído à sua região de residência de acordo com o mapa e na data que vier a ser anunciada. 

Como infelizmente tem sido a norma, a ANACOM é parca em informações não fornecendo dados muito pertinentes quer para o público quer para os profissionais. Por exemplo, se as alterações aos emissores se ficam pela alteração da frequência ou poderão contemplar outras alterações, como a alteração da potência de emissão e/ou o diagrama de radiação de alguns emissores. É que se as alterações não se limitarem à alteração do canal de emissão nalgumas situações poderá ser necessário proceder à reorientação das antenas de recepção.

Espera-se que a ANACOM e/ou o operador da rede de TDT (MEO) divulgue atempadamente informação adequada. Nomeadamente o dia e a hora em que em cada região ou emissor se procederá à alteração do canal de emissão.

O sinal TDT vai melhorar?

Para quem recebe a TDT através do canal 56 (rede SFN) é previsível que o sinal melhore. No entanto, para quem actualmente sintoniza os canais da rede complementar (MFN), tal como alertei em consulta pública em 2013, a qualidade de emissão poderá piorar comparativamente à rede MFN actual: 

«A solução adoptada para a rede TDT não é isenta de riscos
Alerta-se o regulador para o facto da decisão de transformação da rede SFN nacional em MFN’s de SFN’s não constituir solução para todos os problemas de recepção do sinal TDT. As dificuldades de recepção têm causas múltiplas já abordadas pelo blogue TDT em Portugal e não são apenas consequência de fenómenos de propagação. Devido ao tamanho das áreas
MFN definidas e porque no seu interior continuam em operação redes SFN, continuam a impor-se especiais precauções quanto à potência dos emissores, diagramas de radiação e sincronismo (offset temporal). É essencial que as simulações de cobertura utilizem modelos de propagação adequados aos sites e respectivas áreas de serviço, salvaguardando todas as condições de propagação. A não observância destas precauções teria consequências nefastas pois desaparecerá a rede (alternativa) MFN “pura” e continuariam os problemas de recepção associados à utilização de rede SFN. » - Em Resposta ao Projecto de Decisão da Evolução da rede de TDT – Abril/2013

Isto porque a rede MFN actual ainda utiliza poucos emissores na mesma frequência, limitando o potencial de auto-interferência e instabilidade da rede. Se a ampliação da rede MFN não for cuidadosamente planeada (não ditada por critérios economicistas) poderão voltar a ocorrer problemas de recepção, tal como acontece com a rede SFN.

E os novos canais?

Estão há muito prometidos dois novos canais privados na TDT, um canal de desporto e outro de informação. Estes canais estão sujeitos a concursos que têm sido sucessivamente prometidos e adiados, situação que se arrasta desde 2016.

Mais do mesmo?

A migração para a TDT foi um escandaloso desastre. Os alertas (o blogue TDT em Portugal fez vários) foram ignorados e as evidências negadas. Uma vergonha nacional! Mal planeada e mal executada, a migração falhou em quase tudo. Falhou o sinal, falhou a oferta de canais (ainda se recordam do Canal HD às escuras?), falhou a certificação de equipamentos, falhou a divulgação e informação à população e falhou a subsidiação dos custos de migração. Tudo isto contribuiu para que muitos desistissem da TDT e encheu os bolsos dos operadores de TV por subscrição. 

Estamos a poucos meses da data planeada para se iniciar a nova migração e o regulador ainda não informou como a migração irá ser comunicada à população. É um mau presságio! 

Que futuro para a TDT?

Tal como tendo afirmando desde 2009, em Portugal a TDT foi sabotada. A plataforma foi deliberadamente enfraquecida e marginalizada desde o inicio. O operador público cedo esqueceu as suas obrigações e deixou na gaveta os seus planos para a melhoria da oferta de canais temáticos.

Só a pressão pública (liderada pelo blogue TDT em Portugal) conseguiu que a RTP 3 e a RTP Memória chegassem (muito tarde) à TDT. Os operadores privados já instalados não estão interessados no aumento da oferta de canais e apenas em pagar o menos possível pelo sinal (como previ em 2013) e o interesse de novos operadores esmorece perante os obstáculos criados. 

Não menos desencorajador é o facto de a ANACOM ter encomendado um estudo sobre a viabilidade do aumento da oferta de canais na TDT à empresa que audita os grupos donos da SIC e da TVI

Como também alertei em 2014, o próprio operador da rede de TDT (MEO) comunicou que não pretende continuar a prestar este serviço para além de 2023, ano em que termina a obrigação contratual. 

O futuro da TDT em Portugal está pois longe de estar assegurado.


DIALOGO DE SURDOS (actualização 27/07/2019)
Quando escrevi este texto (inicio de Junho) era já evidente que Anacom e a Altice (MEO) não estavam "sincronizadas" (para não variar) a respeito deste assunto. Cerca de um mês após ter publicado este post ocorreu a primeira reunião do grupo de trabalho para a migração da TDT. Agora, mais um mês passou e o desentendimento não só persiste como parece ter-se agravado.

A Altice afirma que os trabalhos para a migração de frequência estão atrasados, não acredita que o processo esteja a ser bem conduzido, que o prazo previsto é insuficiente e que deveria ter-se optado por um período de simulcast (como defendi em consulta pública). 

As críticas têm razão de ser pois já só faltam cerca de três meses para a suposto inicio das alterações e a Anacom ainda não deu a conhecer o plano detalhado ao público nem (mais grave) à Altice. Lamentavelmente, o regulador parece alheio ao facto de que o operador da rede necessita planear os trabalhos com antecedência, pois normalmente este tipo de operação envolve a contratação de técnicos e pode eventualmente também requerer a aquisição de equipamentos. Entretanto, afirmou que não será necessário os telespectadores reorientarem as antenas de recepção.

A trapalhada da TDT portuguesa continua. Como sempre, quem paga é o telespectador/consumidor.  

INVERSÃO DE 180º (actualização 27/08/2019)
A alteração da frequência dos emissores, que estava inicialmente planeada para começar de Norte para Sul irá agora decorrer de Sul para Norte e arranca em Janeiro de 2020. Não será necessária a reorientação das respectivas antenas de recepção e será mantida a rede MFN! Mais informação aqui.

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terça-feira, 22 de maio de 2012

TDT - Emissão em Frequências Alternativas

Nota: O titulo original deste post era "Nova alteração da frequência TDT em curso?". Uma vez que pouco tempo após a sua publicação foi conhecida informação oficial sobre a matéria, o titulo foi alterado para "TDT - Emissão em Frequências Alternativas". A informação actualizada está assinalada mais adiante.

Segundo vários relatos, estão no ar, em vários pontos do país, emissões TDT em novas frequências. As alegadas novas emissões do Mux A utilizam os canais 42 e 49 da banda UHF. A confirmar-se esta informação, poderá tratar-se de uma solução para ultrapassar algumas limitações da rede SFN (já abordadas pelo blogue TDT em Portugal) adoptada para a cobertura de Portugal Continental e Madeira ou, para reduzir o potencial de interferência com a rede 4G/LTE, que utiliza frequências próximas do canal 56 utilizado pelo Mux A, dentro da faixa UHF de televisão. 

A confirmar-se a informação, a rede poderá em breve deixar de ser exclusivamente SFN e passar a MFN ou (mais provável) mista. A utilização de mais de uma frequência de emissão permite utilizar maiores potências de emissão e diagramas de irradiação menos restritos em locais com cotas mais elevadas, como acontece com algumas serras do país, onde até ao fim das emissões analógicas se utilizavam emissores potentes. No entanto, poderemos estar apenas perante a preparação de uma nova alteração da frequência TDT a nível nacional. Essa alteração era aliás previsível a médio prazo pois, como o blogue TDT em Portugal divulgou, a ITU aprovou recentemente a atribuição de uma faixa adicional de frequências UHF, o que implica a alteração de todas as frequências TDT acima do canal 49 até 2015. Recordo que aquando da consulta sobre a alteração da frequência TDT, a PT favoreceu a adopção do canal 36 ou canal 40 em detrimento do canal 56, mas a ANACOM decidiu pelo canal 56. 

A confirmar-se a alteração na rede de emissão de SFN para MFN ou mista, estará a fazer-se o mesmo que outros países fizeram, mas logo de início! Por exemplo, a vizinha Espanha, utiliza sobretudo redes SFN nos muxes com cobertura nacional, mas utiliza também frequências alternativas nas emissões com desconexão regional e em vários locais. Como já comentei em post anterior, vários países com muitos mais canais analógicos (espectro mais saturado), conseguiram colocar no ar vários muxes SFN e MFN em coexistência com vários canais analógicos. 

Caso se confirme a alteração na rede TDT, os telespectadores afectados terão de resintonizar os seus televisores ou receptores TDT e eventualmente reorientar a antena de recepção. Importa referir que ainda não há qualquer informação sobre o assunto por da parte da PT ou da ANACOM.

CONFIRMADO: MUX A ESTÁ A SER EMITIDO EM VÁRIAS FREQUÊNCIAS


Em vários pontos do país o Mux A está a ser recebido em duas ou mais frequências para além da emissão oficial no canal 56. Na primeira imagem pode ver-se em simultâneo o sinal de três frequências TDT activas (C42, C46 e C56). Nas outras imagens pode ver-se a sintonia individual do canal 46 (674000 Khz) e do canal 42 (642000 Khz). A emissão nos canais 46 e 42 são uma cópia exacta do canal 56.

Tudo indica que a PT está a fazer ensaios para alterar a frequência de emissão em pelo menos alguns emissores a fim de melhorar a recepção em algumas zonas do país.

 (act.) ALTERAÇÃO É TEMPORÁRIA!

De acordo com informação da ANACOM há pouco divulgada, a activação de novas frequências destina-se a minorar os problemas de recepção detectados em alguns locais do país e é temporária. Os emissores ficarão activados durante 6 meses, enquanto a PT procede à "optimização" da rede SFN, durante a altura do ano mais afectada por fenómenos de propagação e abrange a faixa do Litoral, a mais susceptível a dificuldades de recepção por auto-interferência, como justamente referi no post de Dezembro. Esta aliás foi a solução adoptada por Espanha para minorar o mesmo tipo de problema na costa sul do país, mas em Espanha os emissores "alternativos" têm permanecido "no ar" durante todo o ano. Extracto da resolução da ANACOM:

«...» o ICP-ANACOM deliberou, a 18 de Maio de 2012, o seguinte:
1. Atribuir à PTC uma licença temporária de rede, pelo prazo de 180 dias, constituída por 3 estações, a qual deve estar implementada até ao próximo dia 25 de maio, nos seguintes termos:
a) Emissor de Monte da Virgem: canal 42 (638-646 MHz);
b) Emissor da Lousã: canal 46 (670-678 MHz);
c) Emissor de Montejunto: canal 49 (694-702 MHz).

2. Determinar que a máxima potência aparente radiada (PAR) de cada estação, referida no número anterior, deve ser de 10 kW.

3. Determinar à PTC a apresentação ao ICP-ANACOM, no prazo de 15 dias, os seguintes elementos relativos a cada estação:
a) Coordenadas geográficas (WGS84);
b) Altura da antena;
c) Diagrama de radiação da antena;
d) Indicação da PAR a utilizar.

4. Determinar à PTC a otimização das características técnicas da rede suportada no canal 56, tendo em vista uma diminuição efetiva das zonas de auto interferência, com carácter prioritário nas zonas não abrangidas pela cobertura da rede cujo licenciamento temporário é atribuído na presente decisão.

5. Determinar à PTC, para efeitos do número anterior, o envio mensal ao ICP-ANACOM de um relatório com indicação das alterações das características técnicas efetuadas na rede, tendo em vista a diminuição das potenciais zonas de auto interferência, indicando igualmente as zonas onde é garantido um incremento da relação Sinal/Ruído (S/N) face à situação anterior.

6. Determinar à PTC a concretização, o mais tardar até à data da efetiva implementação pela PTC da rede referida no n.º 1, dos procedimentos adequados a eliminar os custos em que os utilizadores incorram para fazer a adaptação à rede agora licenciada, os quais devem ser comunicados ao ICP-ANACOM.

7. Determinar à PTC a concretização, o mais tardar até à data da efetiva implementação pela PTC da rede referida no n.º 1, de um plano de comunicação aos utilizadores de TDT afetados, adequado a divulgar a informação necessária decorrente da entrada em funcionamento da rede agora licenciada, o qual deve ser comunicado ao ICP-ANACOM.

Ou seja, a ANACOM, acaba por reconhecer (tarde) as deficiências da rede TDT e deu um "puxão de orelhas" à PT! Esta situação é lamentável, pois é (em parte) o resultado da migração apressada e mal conduzida, como tenho referido em diversas ocasiões no blogue TDT em Portugal. Por exemplo, recordo os alertas que lancei na sequência dos desligamentos piloto de Alenquer e Cacém.

O comunicado da ANACOM pode ser lido aqui.

Recordo alguns alertas  que fiz já têm algum tempo a propósito deste assunto: 

«...as falhas de sinal podem ter várias causas, tanto no lado da recepção como no lado da emissão. A rede que vem sendo implementada tem-me suscitado algumas reservas, nomeadamente relativamente à localização escolhida e potência de alguns dos emissores, especialmente na faixa do Litoral entre a Figueira da Foz e o Porto, dado que é uma zona onde com alguma frequência (sobretudo no Verão) as condições de propagação podem mais que duplicar o alcance dos emissores, criando naturalmente interferências destrutivas que podem impossibilitar a recepção correcta do sinal.»
in Falhas na recepção da TDT têm origens múltiplas - blogue TDT em Portugal, 11 de Dezembro de 2011

«Essa situação é possível que ocorra em determinados locais do país. Eu próprio pude verificar o problema este verão, que até foi bem fraquinho em termos de propagação troposférica. Esse problema era previsível e é quase impossível de eliminar totalmente mas, infelizmente algumas das opções tomadas quanto à rede de emissores não foi a mais acertada. Embora já tenha deixado alguns alertas em posts e comentários anteriores, optei aguardar pelo término da implantação da cobertura TDT para fazer novas considerações.»
in TDT: Apagão deixa Aveiro e Coimbra sem sinal digital - blogue TDT em Portugal, 2 de Dezembro de 2010

28/05/2012:
Ao contrário da informação da ANACOM, tudo indica que o canal 46 não está a ser emitido apenas a partir da Lousã. Estou a receber do norte sinal com boa intensidade, embora mais baixo que o canal 56. Possivelmente a partir do emissor de Lourosa ou Vale de Cambra. Actualização: trata-se de uma reflexão de sinal proveniente do emissor da Lousã.

ATÉ AO MOMENTO NENHUMA INFORMAÇÃO À POPULAÇÃO SOBRE A EMISSÃO DA TDT EM FREQUÊNCIAS ALTERNATIVAS POR PARTE  DA PT, ANACOM OU CANAIS DE TV.

30/05/2012:
Os instaladores TDT habilitados estão a receber da PTC informação e instruções como proceder relativamente à reorientação de antenas e resintonização de equipamentos. Para obter a comparticipação dos custos, a população afectada deverá contactar um instalador habilitado que confirmará junto da PT se o local está abrangido. O instalador facturará o serviço e entregará ao consumidor um formulário que deverá ser preenchido e enviado para posterior reembolso por transferência bancária.

TDT - Frequências alternativas e reorientação de antena - Carta aos agentes instaladores
Formulário pedido de reembolso do custo de reorientação de antena e sintonização de receptor TDT

(Nota: documentos enviados por um leitor e disponibilizados pelo blogue TDT em Portugal exclusivamente a titulo informativo!)

Uma questão pertinente se coloca: Se as novas emissões são temporárias (180 dias), como é afirmado na autorização da ANACOM, muitos cidadãos terão que pedir a reorientação da antena duas vezes este ano! Uma agora e outra novamente daqui por 6 meses. Sendo que só é custeada uma alteração por habitação.

Não há ainda qualquer informação à população relativamente a este assunto, o que parece ir contra o ponto 7 do comunicado da ANACOM. Se continuar assim, sem qualquer publicidade, este "programa" de reembolso vai ter o mesmo insucesso que o programa de subsidiação à aquisição de receptores TDT. Com isso ganha a PT, evidentemente, pois não suporta os custos das alterações.

19/11/2012:
A ANACOM prorrogou a licença temporária concedida à PTC. As emissões em canais alternativos (C42 Monte da Virgem, C46 Trevim-Lousã e C49 Montejunto) continua assim por mais 6 meses.
 
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quinta-feira, 2 de junho de 2011

Testemunho - alteração da frequência TDT

Como o Blogue TDT em Portugal tem destacado, decorre actualmente a alteração do canal de emissão da TDT, do canal 67 para o canal 56 da banda de UHF. Esta alteração advém da necessidade de desocupar a faixa 790-862Mhz que será mais tarde utilizada para serviços de banda larga móvel.

Como informado anteriormente, a Anacom fixou a data limite de 31/07 para a conclusão das alterações mas, segundo o calendário das alterações disponibilizado, os trabalhos deverão ficar concluídos até 21/06.

Estranhamente (ou talvez não), nem Anacom, nem PTC, nem as televisões avisam sobre o que se está a passar e assim sendo, muitas pessoas deixando de receber televisão, julgam tratar-se de algum problema técnico com os emissores ou com o seu sistema de recepção. Tenho recebido várias queixas e pedidos de informação.

A alteração da frequência começou de sul para norte e boa parte do país já está a receber a TDT no canal 56 (754000Khz). Enquanto se procede às alterações de frequência é normal em muitos locais receber-se a emissão nos dois canais (C67 e C56), porque se capta mais do que um emissor e ainda não foram todos alterados para a nova frequência.

Por exemplo, em vários locais dos distritos de Aveiro e Coimbra, consoante a orientação da antena, é possível receber o canal 56 mas também ainda o 67, porque o emissor de Águeda (zona industrial) ainda está a emitir no canal 67. Mais a norte no distrito de Aveiro deverá ser possível receber outros emissores ainda a emitir no canal 67.

A alteração da frequência de emissão implica o desligamento temporário do emissor enquanto se procedem aos ajustes necessários. Nos distritos de Coimbra e Aveiro o processo tem sido rápido, menos de 1h30m.

Temporariamente, a TDT portuguesa emite pois em duas frequências (mas mesmo conteúdo). Sabe a pouco comparado com as 13 frequências (com dezenas de canais de TV e rádio) que chego a receber da Galiza em dias de boa propagação! Outro país, outro Governo, outra mentalidade…



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segunda-feira, 2 de maio de 2011

TDT: emissões no Canal 56 (act.)

Como informado anteriormente no blogue TDT em Portugal, a PTC irá proceder à alteração da frequência de emissão da TDT dos actuais 842000Khz (canal 67) para os 754000Khz (canal 56). Este processo irá decorrer até 21 de Junho e, como previsto, começou pelo emissor de Alenquer no passado dia 12 de Abril. Entretanto recebi já informação de que também Tavira já recebe a TDT portuguesa pelo canal 56 de UHF desde 30 de Abril.

Recordo que as alterações em curso afectam não só as emissões da Televisão Digital Terrestre mas também a emissão em analógico (principalmente da RTP2) em alguns emissores e retransmissores que emitem no canal 56 (e eventualmente no C55 e C57) sendo a respectiva frequência de emissão alterada a fim de permitir a utilização do canal 56 pela Televisão Digital Terrestre.

Como também informei, prevêem-se algumas perturbações nas emissões pois, enquanto se procede à alteração da frequência e aos necessários ajustes, os emissores serão desligados.

Emissões TDT já no canal 56 (754000Khz):
Abrantes
Águeda
Águeda - Zona Industrial
Alcobaça
Alenquer
Algueirão
Almada
Alto de São Bento (Évora)
Alvaiázere
Amarante
Arouca
Aveiro Centro
Avessadas
Avis
Azóia, Sintra
Barcarena
Batalha
Beja
Benfica, Lisboa
Bezerra
Boa Viagem
Bonfim, Porto
Braga
Braga - Centro
Bragança
Bufão (Ponte de Sôr)
Cacém
Caldas da Rainha
Caldas de Vizela
Candeeiros
Caparica
Cascais
Ceira (Coimbra)
Cerro da Águia (Albufeira)
Coimbra - Ceira
Coimbra-Observatório
Covilhã - Carpinteira
Covilhã - Reitoria
Cruz de Pau
Elvas
Estoril
Estremoz
Évora - Entrevinhas
Faro
Fátima
Foia
Foz (Porto)
Funchal (Madeira)
Gaia
Gaia - Castelo
Graça
Guarda
Guimarães - Centro
Guimarães - Penha
Janas
Junqueira
Lagos Centro
Leça
Leiria
Lisboa - Castelo
Lisboa - Estrela
Lisboa - Restelo
Lisboa - Xabregas
Loulé
Lourosa
Mangualde
Malveira
Mértola
Monsanto, Lisboa
Monte da Virgem, Porto
Monte do Facho
Monte Franqueira (Barcelos)
Montejunto
Mortágua
Nazaré Centro
Óbidos
Odemira
Odivelas
Odivelas - Centro
Olivais
Palmela
Palmeira de Faro
Pedra do Vento
Penacova
Penafiel
Penedo da Saudade, Coimbra
Penedo Gordo
Picota (Loulé)
Portalegre
Porto - Av. Brasil
Porto - Fernão Lopes
Porto - Pedro Escobar
Póvoa de Santo Adrião
Redondo
Reguengos de Monsaraz
Rio Arda
Santarém
Santiago do Cacém
Santo Tirso
São Bernardo
São Miguel (Faro)
Seixo-Alvo, Porto
Serpa
Sertã
Sesimbra
Silves
Silves Centro
Sines
Sintra
Sítio da Nazaré
Tavira
Tomar
Torres Vedras
Trancão - Torres Novas
Trevim, Lousã
Vale de Cambra
Vale Verde, Peniche
Valongo
Vila Viçosa
Viseu Centro
Viseu Sul
Volta da Pedra (Palmela)
Vouzela

Emissões no Canal 54 (Madeira):
Pico Arco Calheta
Pico Arco de São Jorge
Pico da Cruz
Pico do Facho
Pico do Galo
Pico do Silva
Porto Santo (Ilha da Madeira)

Nota: este post será actualizado à medida que ocorram alterações na frequência de emissão, pelo que agradeço o envio do vosso contributo para tdtportugal@gmail.com

Datas previstas para os trabalhos de alteração da frequência dos emissores:

 EMISSOR
DIA E HORA
 Cacém26-04-2011
 Cerro de Águia27-04-2011
 Silves27-04-2011
 Silves Centro 27-04-2011
 Faro 28-04-2011
 Loulé28-04-2011
 Picota28-04-2011
 Mértola29-04-2011
 São Miguel, Faro29-04-2011
 Tavira29-04-2011
 Foia 02-05-2011
 Lagos - Centro02-05-2011
 Sines02-05-2011
 Odemira02-05-2011
 Redondo03-05-2011
 Reguengos de Monsaraz03-05-2011
 Vila Viçosa03-05-2011
 Santiago do Cacém03-05-2011
 Elvas04-05-2011
 Estremoz04-05-2011
 Portalegre04-05-2011
 Serpa04-05-2011
 Avis05-05-2011
 Bufão05-05-2011
 Beja05-05-2011
 Cruz de Pau06-05-2011
 Palmela06-05-2011
 Volta da Pedra, Palmela06-05-2011
 Évora - Entre-Vinhas06-05-2011
 Almada09-05-2011
 Barcarena09-05-2011
 Lisboa - Restelo09-05-2011
 Alto de São Bento09-05-2011
 Bezerra10-05-2011
 Cascais10-05-2011
 Estoril10-05-2011
 Sesimbra10-05-2011
 Algueirão11-05-2011
 Azóia11-05-2011
 Sintra11-05-2011
 Caparica11-05-2011
 Benfica, Lisboa12-05-2011
 Monsanto, Lisboa12-05-2011
 Janas12-05-2011
 Graça13-05-2011
 Lisboa - Castelo13-05-2011
 Lisboa - Estrela13-05-2011
 Malveira13-05-2011
 Lisboa - Xabregas16-05-2011
 Olivais16-05-2011
 Póvoa Santo Adrião16-05-2011
 Montejunto16-05-2011
 Odivelas17-05-2011
 Odivelas - Centro17-05-2011
 Torres Vedras17-05-2011
 Trancão - Torres Novas17-05-2011
 Caldas da Rainha18-05-2011
 Óbidos18-05-2011
 Peniche18-05-2011
 Águeda18-05-2011
 Abrantes19-05-2011
 Santarém19-05-2011
 Leiria20-05-2011
 Nazaré Centro20-05-2011
 Sitio da Nazaré20-05-2011
 Alcobaça23-05-2011
 Batalha23-05-2011
 Candeeiros23-05-2011
 Monte Facho23-05-2011
 Fátima24-05-2011
 Sertã24-05-2011
 Tomar24-05-2011
 Alvaiázere24-05-2011
 Ceira25-05-2011
 Penedo da Saudade, Coimbra25-05-2011
 Coimbra-Observatório25-05-2011
 Trevim25-05-2011
 Aveiro Centro26-05-2011
 Boa Viagem 26-05-2011
 São Bernardo26-05-2011
 Vale de Cambra26-05-2011
 Mortágua27-05-2011
 Penacova27-05-2011
 Mangualde27-05-2011
 Tondela27-05-2011
 Águeda - Zona Industrial30-05-2011
 Viseu - Centro30-05-2011
 Viseu - Sul30-05-2011
 Vouzela30-05-2011
 Lourosa31-05-2011
 Rio Arda31-05-2011
 Seixo Alvo31-05-2011
 Arouca31-05-2011
 Gaia01-06-2011
 Gaia - Castelo01-06-2011
 Monte da Virgem, Porto01-06-2011
 Bonfim02-06-2011
 Porto - Fernão Lopes02-06-2011
 Porto - Pedro Escobar02-06-2011
 Foz03-06-2011
 Leça03-06-2011
 Porto - Av. Brasil03-06-2011
 Junqueira03-06-2011
 Avessadas06-06-2011
 Penafiel06-06-2011
 Valongo06-06-2011
 Santo Tirso06-06-2011
 Amarante07-06-2011
 Caldas de Vizela07-06-2011
 Guimarães - Centro07-06-2011
 Guimarães07-06-2011
 Braga - Centro08-06-2011
 Monte Franqueira - Barcelos08-06-2011
 Palmeira de Faro 08-06-2011
 Braga08-06-2011
 Alto do Galeão09-06-2011
 Ponte de Lima 09-06-2011
 Arcos de Valdevez09-06-2011
 Padrela13-06-2011
 Penouta13-06-2011
 Serra Alvão13-06-2011
 Monte Gois13-06-2011
 Lamego14-06-2011
 Resende14-06-2011
 São Domingos14-06-2011
 Valença14-06-2011
 Bragança 15-06-2011
 Lousa15-06-2011
 Vale de Mira15-06-2011
 Leiranco15-06-2011
 Marofa16-06-2011
 Surrinha16-06-2011
 Trancoso16-06-2011
 Bragança16-06-2011
 Guarda17-06-2011
 Pedra do Vento17-06-2011
 Bornes17-06-2011
 Carpinteira - Covilhã20-06-2011
 Covilhã - Reitoria20-06-2011
 Gardunha21-06-2011
 Penamacor21-06-2011
 Penedo Gordo21-06-2011
Nota: os trabalhos iniciam-se pelas 9:00

Informação facultada pela ARAT - Associação de Radioamadores do Alto Tâmega.
A ARAT informa que vai realizar nos próximos dias 10 e 11 de Junho a sua Feira da Rádio e terá uma sessão de esclarecimento sobre TDT no dia 10 pelas 14:30.

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