terça-feira, 10 de julho de 2012

A RTP TRAIU OS PORTUGUESES!

Como é do conhecimento público o Governo pretende avançar com a privatização de um canal do serviço público de televisão até ao final do ano. O mesmo deverá suceder com a rádio, isto depois de, com base em “estudos” sustentados em informações erradas, em 2011 ter encerrado as emissões em Onda Curta da RDP Internacional, a voz de Portugal no Mundo. Como já afirmei no blogue TDT em Portugal, a privatização de um canal de televisão vai poupar muito pouco dinheiro ao Estado e vai comprometer ainda mais a qualidade do serviço público (ainda) prestado.

Este tema tem naturalmente gerado grande polémica, com apoiantes e defensores desta medida do Governo. A grande maioria dos que são a favor da privatização invocam os custos astronómicos que a RTP tem custado a todos os portugueses. E não lhes nego alguma razão! A RTP tem sido um sorvedouro de dinheiro, mas porque tem sido muito mal gerida ao longo de muitos anos. E todos os governos têm responsabilidade na matéria! Não faltam exemplos de despesismo. Ainda recentemente, apesar de ter uma dívida astronómica, a RTP avançou para a construção de vários estúdios ultra modernos. O serviço público melhorou? Não creio! Outro exemplo. Há muitos anos atrás, foram contratados sete (!) jornalistas só para assegurar o serviço de teletexto. Mas, apesar dos grandes investimentos, a verdade é que a RTP pouco evoluiu nos últimos 15 anos. E será que um serviço público de televisão de um país pequeno, pobre e falido, onde se cortam reformas acima de 600€, pode pagar dezenas de milhares de euros por mês a apresentadores? Não. É imoral! 

São gastos muitos milhões anualmente, mas não há dinheiro para melhorar a qualidade lastimável da emissão da RTP Internacional, a cara de Portugal no mundo?

A Televisão Digital Terrestre não pode ser esquecida. A RTP falhou completamente a sua missão de serviço público ao não apostar na TDT, ao contrário de todas as televisões de serviço público europeias. Falhou e em toda a linha: não aumentou a oferta de canais (que estava prevista antes do inicio da TDT), não disponibilizou os canais da RTP já existentes (RTP Memória, RTP Informação, RTP HD) e não utiliza os serviços acessíveis através do DVB-T, como a áudio-descrição. A RTP assumiu inclusivamente uma posição contra a disponibilização de mais canais em sinal aberto na TDT. Falhou também o dever de informar devidamente os telespectadores sobre a mudança para a TDT e ainda, a par com as outras estações, ocultou do público informação relevante sobre o desenrolar do processo. A forma como a TDT foi introduzida em Portugal foi escandalosa. Num país normal teriam sido apuradas responsabilidades, e haveriam consequências para os responsáveis, mas não em Portugal.

Entretanto a RTP1 é cada vez mais um canal de promoção à televisão por assinatura e aos operadores móveis. É vergonhosa a forma como a televisão pública é utilizada para promover operadores privados. A RTP1 é o tal canal “cavalo de Tróia” que a ZON “alegadamente” pretendeu lançar através da TDT para promover os seus canais pagos, mas que (felizmente) foi chumbado. Em breve arrancam os Jogos Olímpicos e a RTP, mais uma vez, será utilizada para vender assinaturas do MEO e da ZON através da promoção do novo canal RTP Olímpicos, em Alta Definição, mas como já vem sendo habitual apenas disponível através dos operadores de televisão por subscrição. Isto apesar de haver espaço suficiente para a sua emissão na TDT para todos os portugueses. A propósito de Alta Definição, recordo que quatro novos estúdios foram preparados para a Alta Definição e pagos com os impostos de todos os portugueses, mas na prática servem para promover a adesão aos operadores de televisão por subscrição, pois só através destes é possível assistir a emissões da RTP em HD. 

A RTP é pois também vítima da deturpação da sua missão de serviço público. Vejamos o caso da RTP1. É uma mixórdia de conteúdos, sem programação e horários estáveis e acaba por alienar muitos telespectadores. E muito pior irá ficar o serviço público após a privatização de um canal, como já vaticinei algum tempo atrás. 

A RTP não deve concorrer com a SIC ou a TVI! O negócio da SIC e da TVI é vender publicidade. A missão da RTP é servir todos portugueses! Mas a RTP concorre com a SIC e a TVI, porque os governos (todos) querem ter um canal de televisão ao seu serviço que, naturalmente tem que ter audiências altas para lhes ser útil. Isso vai naturalmente fazer com que o único canal público que restar irá continuar a apostar em programas popularuchos iguais ou semelhantes aos que os privados oferecem para manter audiências. Adeus serviço público… 

É por estes e outros motivos que muitos pedem a extinção pura e simples da RTP. Mas o que realmente deveriam pedir era a responsabilização e demissão de todos os políticos que permitem ou incentivam estas práticas de gestão que desvirtuam e levarão à destruição do serviço público de rádio e televisão. A sabotagem descarada da TDT em Portugal, que ainda continua, um episódio vergonhoso, na qual a televisão pública alinhou e teve a “bênção” do governo actual e anterior, tem agora como consequência o avivar das chamas da fogueira inquisitória pelo número crescente daqueles que, empurrados para a televisão por assinatura, para a qual verdadeiramente não têm posses, não estão dispostos a continuar a suportar a taxa de contribuição audiovisual e o desgoverno da RTP através dos seus impostos. A RTP traiu os portugueses que a suportaram ao longo dos anos e agora, muitos portugueses viram-lhe as costas

Desde há alguns anos que assisto a mais cinema português através da RAI3 do que através da RTP. Oiço musica portuguesa através da RNE3 que não oiço através da RDP. Na prática, a contra-gosto, sigo o conselho dos nossos governantes e “emigro”. E não estou só!

11/07/2012:
De acordo com notícia de hoje, a RTP não está a renovar contratos com as produtoras responsáveis pela grelha de programas da RTP2 para 2013. Isso poderá ser um claro indício do tipo de programação adoptada para o único canal do serviço público que ficará acessível em sinal aberto após a privatização de um canal, presumivelmente a RTP1. Ou seja, ficaremos com um canal generalista cuja grelha de programação será definida essencialmente com base nas audiências. Adeus RTP2...

3/08/2012:
No inicio de Julho foi noticiado na comunicação social a criação de um manifesto contra a privatização da RTP. O referido manifesto terá sido assinado por 30 personalidades e publicado em exclusivo no jornal semanário Expresso (edição em papel). Tal como a maioria dos portugueses, não tive acesso ao texto do manifesto, pois não sou leitor do Expresso. Não deixa de ser irónico que um manifesto que se diz ser contra a privatização do serviço público de rádio e televisão tenha ele próprio sido "privatizado" pelos seus autores pois, aparentemente e até agora, apenas os leitores da edição em papel do Expresso tiveram acesso ao texto do referido manifesto.

É também sem surpresa que constato a relativa falta de criticas da sociedade à privatização da RTP. À boa maneira portuguesa, deixa-se andar para ver no que vai dar e, na Hora H, quando o processo já for irreversível, todos criticam. Muitos só irão dar valor ao serviço público quando um dia ligarem o televisor ou o rádio e já não existir a  RTP2 e a Antena 3. Alguns, como já vem sendo hábito, abraçam determinadas causas apenas em busca de protagonismo, para se promoverem. Aguardam de forma cínica que a comunicação social dei-a maior destaque ao assunto, para depois darem entrevistas onde se dizem defensores do serviço público. Foi o que aconteceu com a TDT e tudo indica é o que irá acontecer com a privatização da RTP. Quem não os conhece que os compre...

9/08/2012:
Como informado anteriormente no blogue TDT em Portugal, o Governo pretende vender um canal de televisão.  Alguma comunicação social afirma que será privatizada a licença de utilização da frequência da RTP1. Esta informação é INCORRECTA. Com o encerramento da televisão analógica não há mais sentido falar em frequências de canais televisivos, pois todos os canais televisivos são emitidos no mesmo canal radioelectrico, neste caso o Multiplex A. Não existem portanto frequencias autónomas para RTP1 e RTP2 (e SIC e TVI), e como tal é incorrecto referir a venda da frequência a RTP1. O que poderá ser vendido será sim, o espaço (espectro) da RTP1 ou da RTP2 no Multiplex A.

24/08/2012:
Segundo notícias publicadas em vários jornais, o Governo terá já decidido encerrar a RTP2 e afigura-se como provável a concessão do serviço público da RTP1 a privados. Este assunto tem continuação no post Liquidação Total! - RTP2 acaba e RTP1 concessionada.

Posts relacionados: RTP vs. TDT
Televisão Pública: públicas virtudes, vícios privados
O Futuro do Serviço Público de Rádio e Televisão
Para que tudo fique na mesma…
TDT: Blogue TDT em Portugal apelou ao Governo

41 comentários:

Castro Sousa disse...

E posso dar-te uma informação de algo que surgiu ontem (ainda não tive tempo de lêr todos os promenores mas é um dos 4 pareceres que vão ser apresentados aos grupo de auditores... que já está escolhido desde Maio deste ano... apesar de só ontem terem noticiado a abertura das escolhas) e que está a dar umas dores de cabeça valentes a várias pessoas ligadas à RTP e a alguns "secretariados".
Não posso dar muitos promenores pois ainda não li tudo em promenor e são poucas as pessoas dos gabinetes que já tiveram tempo de o lêr todo.
Segundo o grupo que o governo têm a tratar da privatização... serão privatizados os 2 canais!!!

O canal 1 será privatizado até final de Outubro-Novembro, juntamente com toda a secção de produção, estúdios e equipamentos ligados ao canal. Ficando só a RTP com 2 estúdios, um em Lisboa e outro no Porto para produção da RTP informação e emissão da RTP Memória.
A RTP 2 será vendida até Setembro de 2013.
Após a aquisição do Canal 1 por parte dos interessados, a RTP Informação irá tornar-se o canal público de televisão. Nessa altura o canal irá passar a emitir na TDT na posição 10.
Sendo que isto já está a ser negociado com as operadoras de cabo, tendo em vista o governo ficar com o espaço publicitário que está entregue ás operadoras pelo contrato de emissão nessa plataforma.

Este parecer veio lançar uma bomba sobre tudo o que sabiamos da privatização da RTP e as várias coisas que estavam planeadas por parte de vários serviços ligados ao estado.
A RTP já teria conhecimento desse parecer, que será o que o governo está a indicar como sendo o escolhido, desde Junho deste ano e está a tratar tudo de acordo com essa opção. Desde a transferência de equipamentos até á libertação de estúdios para os futuros compradores.
Se conseguir mais promenores, depois informo... mas isto está complicado de passar coisas lá para fora.
Já sei que logo vou voltar a ter de responder a perguntas sobre se andei a revelar algo lá para fora... mas o país deve ser informado do que se passa aqui nos corredores.

Yagi (autor do blog) disse...

Se se concretizar a privatização também da RTP2, será efectivamente o fim do serviço público de televisão. Espero sinceramente que o governo não privatize a RTP2 e prevejo grande oposição se a dupla Passos Coelho / Miguel Relvas se atrever a acabar com os dois canais. O que diz, a verificar-se, seria realmente uma BOMBA! Mas já nada me surpreende...

Espero que não vendam por tuta e meia equipamentos topo de gama e estúdios acabados de construir ou remodelar, pagos com os nossos impostos!

Penso que já ninguém tem dúvidas que a sabotagem da TDT teve o aval do próprio governo. O governo quer acabar com o serviço público e entregar tudo aos privados. Em 1995 venderam a rede de emissão, agora querem vender o resto.

Em matéria de televisão não temos Governo, temos um gestor de falências e uma comissão liquidatária!

Obrigado pelas informações!

Teste disse...

Epah voces q me desculpem, mas essa de dizer q se vai poupar muito pouco,
Eu é que n quero tar a pagar 20 e ta mil euros por mes à Catarina e demais compinchas...
Temos pena...
Não estou pra andar a pagar salarios milionários!!!

Anónimo disse...

Se o 1º comentário está correcto, trata-se da privatização dos dois canais públicos. Não estou a ver como o mercado vai aguentar 4 canais privados com 300 milhoes disponíveis.

Acho lamentável que os políticos justifiquem o fim da rtp com os gastos que ela tem: a tve gasta 1000 milhões por ano, france tv quase 2000 milhoes, a bbc 5000 milhoes e canais públicos igual montante, valores já com cortes. Num mundo sem fronteiras fisicas são os orgãos de comunicação que podem defender nossa cultura, que a sua defesa custou a vida melhoes portugueses! os políticos antes de tomar uma decisão, deviam ouvir e ler os comentarios deste endereço: http://www.youtube.com/watch?v=LGeMmOLjQ5I para saber mal que fazem as pessoas.

Por fim, eu ate posso compreender o desagrado dos portugueses com o ministro da saúde e das finanças, Relvas, se ainda tens alguma vergonha na cara, despede-te... já não te posso ver nem tintado.

cumprimentos para dos carlos

RJSC disse...

Nem tudo me parece assim tão mal.
Se a RTP Informação continuar a ser aquilo que é, prefiro perder a RTP1 Generalista, que emite os tais programas popularuchos como os restantes 2 privados para ganhar algo de realmente diferente na TDT, como é a atual RTP Informação.

Só é pena perder a RTP2 cuja importância se prende com a disponibilização de blocos diários de programação infantil, que nos outros canais livres só existem ao fim de semana, séries, documentários, e um Telejornal às 22h, mas que só é necessário porque a RTP Informação não emite na TDT.

De reste é realmente escandaloso que com um canal HD a ocupar largura de banda na TDT a RTP venha descaradamente publicitar que emissão em HD é só para os senhores da TV paga.

CMatomic disse...

Yagi . ao que parece vão mesmo privatizar a RTP2 , vejamos a seguinte noticia
RTP2 já não está a renovar contratos para o próximo ano
http://economico.sapo.pt/noticias/rtp2-ja-nao-esta-a-renovar-contratos-para-o-proximo-ano_148099.html

Yagi (autor do blog) disse...

Para deixar de pagar 30000, 20000, 15000 ou 10000 Euros/mês à Catarina Furtado e a outros apresentadores, não é necessário privatizar a RTP. Basta alterar a orientação do canal que está a funcionar em concorrência com a SIC e a TVI. É isso que eu afirmo no post.

Yagi (autor do blog) disse...

Acho que ainda não perceberam que a RTP2 tal como está vai acabar e a tal programação popularucha de que eu falo e actualmente é exibida na RTP1 vai passar para o canal que sobrar (actual RTP2). Provavelmente por isso a RTP não está a renovar contratos de programas da RTP2 com produtoras, como afirmo no post.

O GOVERNO VAI ACABAR COM A RTP2.

Por isso adeus: Mad Men, Dexter, Fringe, etc. Duvido que o canal que substituir a RTP1 pegue nelas.

Luis Carvalho disse...

Calma! Creio que existe um número significativo de imprecisões, quer no artigo, quer nos comentários:

1) A RDP Internacional não foi encerrada. Terminou sim o principal meio de transmissão (Onda Curta), mas a estação de rádio ainda está disponível em sinal aberto via satélite, Internet e até FM em Díli (Timor-Leste).

2) É impossível aniquilar por completo o serviço público de rádio e televisão. Como é sabido, a Constituição da República Portuguesa EXIGE "a existência e o funcionamento de um serviço público de rádio e tv". Por conseguinte, em qualquer cenário futuro, o serviço público terá de ser assegurado pelo menos por um canal. Por muito que o Miguel Relvas queira, privatizar por completo a RTP seria uma operação praticamente impossível do ponto de vista legal. No limite, o Estado teria de pagar para os privados assegurarem o serviço público. Ou efectuar mais PPPs danosas para o contribuinte mas lucrativas para os privados...

3) Ainda que a RTP Informação passasse a ser o canal de serviço público, teria de ser reestruturado por forma a cumprir com as obrigações impostas pelo contrato de serviço público celebrado com a RTP e pela Lei da Televisão. Situação que, para ser invertida, obrigaria a violentas discussões no parlamento atendendo a que, mesmo dentro da coligação PSD/CDS-PP há interesses desfavoráveis à privatização.

4) A privatização de 2 canais da RTP seria uma bomba atómica não só em toda a comunicação social como no próprio governo. Não esquecer que há demasiados lobbies contra alterações drásticas no mercado publicitário. Ninguém aceitaria de bom grado 4 canais a partilharem um bolo publicitário cada vez mais diminuto. A seguir avante, vamos assistir a uma "guerra" que começaria no parlamento mas que passaria do plano político para o plano económico, jornalístico, social e cultural. Em suma: Miguel Relvas arrisca-se a sair do governo muito mais depressa do que pensa. As pressões sobre o Público foi apenas a introdução, o caso da licenciatura o desenvolvimento; mas a conclusão é evidente: a insistir na aniquilação da RTP, Miguel Relvas tem os dias contados como ministro de Estado e dos assuntos parlamentares.

Cumprimentos,
Luís Carvalho

popyfm disse...

Castro Sousa, continuamos à espera de tantas outras coisas que falou aqui como comentário em alguns posts. Um deles foi o tal Cultura HD que ia ser gerido, e usando as suas palvras, "pelo ministério da cultura", quando ele já não existe?

O que nós não precisamos é de rumores e falsidades. Se é para vir aqui lançar falsidades mais vale guarda-las para si.

Yagi (autor do blog) disse...

Quando me referia ao encerramento da RDP Internacional, referia-me à Onda Curta, como já havia referido em post anterior. Como diz, e bem, foi encerrado o meio principal de transmissão, dai o lapso de não referir "Onda Curta". Creio que não há mais imprecisões no artigo ;)

Quanto à privatização dos dois canais também não acredito que o Governo tenha audácia para o fazer.

Pedro Viana: o leitor Castro Sousa na altura explicou porque se referiu ao Ministério da Cultura.

Castro Sousa disse...

Como disse, existe 4 pareceres(umas vezes chamam-lhes estudos noutras pareceres) para a privatização da RTP.
O 1 é o que já falei há uns tempos atrás e que toda a gente conhece.
O 2 é aquele que referi ontem em que é proposta a venda dos 2 canais a privados e que iria transformar a RTP num simples canal de informação ligado ao estado.
Infelizmente, devido à política da "boca fechada" que está instituída em todos os serviços ligados ao governo, não tenho acesso total ao parecer de 167 páginas e só pude lêr o resumo já feito por parte de um gabinete ministerial.
Segundo os dados, não existe suporte financeiro para manter a RTP2 como canal generalista, depois da venda do canal 1 e da estrutura de produção da RTP. Sendo assim, este parecer defende que seja reduzida a metade a taxa audiovisual para 2014, o que dava para manter a RTP informação, RDP e RTP Memória.
A RTP Informação é dada como indo preencher o canal 10 da TDT... mas só temos 7 espaços ocupados. Usando os números consequentes, seria natural a RTP informação ocupar o lugar 8 da grelha, no entanto o parecer é explícito a colocar a RTP informação no lugar 10 da grelha. É possível que no parecer exista algo a especificar o que seria feito ao canal 8 e 9.
Por outro lado, durante o dia de ontem, soube que a ARTV está em negociações com a RTP para adquirir um dos 2 carros de produção exterior que a RTP adquiriu em 2008. O que não consigo perceber (talvez alguns leitores do blog tenham mais possibilidades que eu de questionar a assembleia da república) é porque é que a ARTV, que é um canal com emissão tratado dentro do Parlamento, irá fazer com uma régie externa com tudo o que é moderno a nível de emissões de televisão.
Ou existe aqui muita contra informação (que sei que existe, pois cada vez que um jornal, televisão ou internet, avança com uma coisa que o governo não permitiu que fosse divulgada, existe uma averiguação interna sobre quem terá dado a informação lá para for e já foram 4 pessoas "dispensadas" porem ter sido apanhadas a dar informações não autorizadas pelo gabinete do ministro) ou existe algo mais que vai ser adicionado ao canal parlamento que ainda não é do meu conhecimento.
Os outros 2 pareceres ainda não sei nada deles pois só são referidos em vários documentos, relativos ao processo de privatização mas, ainda não passaram por aqui.

Castro Sousa disse...

@Luis viana
Não seja tão protetivo do atual governo... se imaginasse o terror que existe cá dentro cada vez que somos chamados a responder a questões sobre "fugas de informação não autorizadas", ía adorar estar nos velhos tempos pré 1974.
Acha que os ataques de vários jornais ao ministro Miguel Relvas é pura coincidência?
Não falei em nenhum Cultura HD...
A nível da cultura foi pedido que se aproveitasse o espaço que está a ser usado por uma tela negra para emitir programas culturais que vão sendo emitidos nalgumas rubricas do canal 2. Desde 2007 que, muitos dos programas contratados pelo Ministério da Cultura (já lhe explico o porquê disto), são gravados em HD. Desde visitas a museus, apresentações de peças de teatro, visitas a locais históricos e vários panoramas de cultura geral como coisas da Guimarães Capital Europeia da Cultura 2012.
Simplesmente, neste momento, não existe capacidade financeira para colocar estes programas na grelha de um dos canais públicos.
Como vão ter de existir várias alterações nas emissões livres, quando a Assembleia da República e o Governo enviarem para publicação a licença de emissão em espectro livre do canal ARTV, foi pedido que se aproveitasse o canal HD para esses programas. Eram programas de poucas horas por dia. (vantagem é que, neste momento, já não seria necessário o acordo com as 2 operadoras privadas de televisão, desde que não existam anúncios publicitários)
Agora acerca do "ministério da Cultura". Dou-lhe o exemplo de algo que passou ao lado de todos os jornais e televisões nacionais e só foi publicitado por uma revista ciêntifica portuguesa.
Em Março de 2012, o Secretário de Estado da Cultura foi à Hungria para ir participar num encontro cultural onde estavam expostas peças portuguesas e participavam vários ranchos nacionais.
Ao chegar a Budapeste, existiu um "problema diplomático" pois os serviços hungaros tinham validado o Ministro da Cultura como sendo o visitante, ao chegar lá a comitiva de 5 pessoas ficou retida no aeroporto por 3 horas pois o tal Ministro não estava lá. Depois de resolvido o problema, ao chegar ao local da exposição, o Francisco foi anunciado como ministro da cultura de Portugal.
Na verdade, se você necessitar de algum documento oficial do Secretariado Nacional da Cultura, vai lá encontrar todos os dísticos relativos a ministério da cultura.
O problema é que, nesta legislatura, a cultura para fazer algo, necessita de autorização de 2, 3 ou mais ministros.
Dizem que os dísticos continuam os mesmos que são usados nos últimos 9 anos, porque é mais barato só adicionar a linha de Secretário de Estado da Cultura e aproveitar o que já está feito.
Lembre-se lá de alguma coisa ou declaração pública do secretário da cultura nos últimos 6 meses? (excluíndo a bronca com o benfica que foi uma coisa pessoal sem qualquer ligação ao cargo)

Marco Rodrigues disse...

Se o estado privatizar a RTP 1 e a 2, a TV em Portugal morre.
Quem quiser séries, documentários ou desenhos animados, tem que esperar pelo fim de semana.
Depois, com 4 canais privados, vai haver cada vez mais publicidade, como se não bastassem os intervalos de 20 minutos e os de 4 minutos com cronómetro.
E por fim, a RTP Informação passa a ser uma mistura de conteúdos.
Ah pois, já quase me esquecia da ARTV, a grande salvadora da TDT portuguesa, que vai fazer milhões de portugueses felizes.

Yagi (autor do blog) disse...

Por lapso Castro Sousa referiu-se a Luís Viana quando pretendia referi-se a Pedro Viana.

@Castro Sousa: não é possível editar os comentários recebidos/publicados, razão pela qual não me é possível corrigir o nome.

Yagi (autor do blog) disse...

«este parecer defende que seja reduzida a metade a taxa audiovisual para 2014, o que dava para manter a RTP informação, RDP e RTP Memória.»

Se isso está escrito no parecer, está em contradição com o discurso oficial (que nunca me convenceu) de que a RTP Memória e a RTP Informação são totalmente financiadas pelas receitas obtidas dos operadores de TV por subscrição. A não ser que o parecer contemple também a emissão da RTP Memória na TDT!

Mas, mesmo que RTP Memória e RTP Informação fiquem disponíveis na TDT, não saem do cabo e, se for bem negociado, a perda de receitas dos operadores de TV por subscrição pode ser baixa.

CMatomic disse...

mais uma noticia sobre os tachos que existem na RTP .

"Porsche consome 3 mil euros à RTP
Porsche de director financeiro da RTP custa três mil euros de gasolina à RTP. Saiba tudo no CM."
fonte:http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/exclusivo-cm/porsche-consome-3-mil-euros-a-rtp
Gente sem vergonha na cara.

Miguel disse...

Castro Sousa, se existe aí um ambiente de terror assim tão grande no que diz respeito a "fugas de informação não autorizadas" como dizes, só posso depreender que toda esta informação bombástica que tens andado a tornar pública (sim, porque qualquer membro do Governo pode facilmente vir aqui ler o que tens andado a escrever neste blogue) ou é autorizada a ser revelada ou então andas a arriscar o "pescoço".

Anónimo disse...

OBRIGADO YAGI POR FALAR DO FINANCIAMENTO DA RTP INFORMAÇÃO E MEMORIA.
Esse relatorio certamente foi feito pelo relvas...as contas estão erradas. Com essa quantidade canais só dava para ver tv shop todo dia. O mercado publicitario não aguenta todos esses canais.

Relativamente à compra do carro de exteriores por parte do canal artv, é para acompanhar as manifestações a volta do parlamento. Certamento foi um elemento da oposição que fez essa requisição.

Já agora: alguém perguntor aos portugueses se querem que a rtp seja privatizada? E que tal um referendo?

Yagi (autor do blog) disse...

A política do governo para a RTP é matar o doente em vez de o curar!

Portugal não tem serviço público a mais! Numa altura em que o desenvolvimento tecnológico permite reduzir custos e aumentar a oferta de canais de televisão e de rádio é perverso e uma estupidez monumental fechar a RTP2 e uma ou mais rádios. Se a privatização for avante verão que pouco se irá poupar.

Não esqueçam que para justificar o injustificável: não apostar na TDT, ao contrário de todos os outros países, encomendaram um estudo onde basicamente se disse mal da TDT.

Como já afirmei (e é do conhecimento geral), na RTP sempre houve muitas mordomias, regalias, desperdício de recursos e até roubos. Até um piano de cauda foi roubado! E um conhecido humorista confessou que levou uma cadeira para casa.

Todos os governos têm culpas na situação a que chegou a RTP e não é "conveniente" que muitas situações venham a público.

Antes sequer de considerar privatizar a RTP deveria ter havido uma inspecção do Tribunal de Contas, como escrevi num post em 2011. Mas isso não aconteceu porque iriam encontrar muitos esqueletos e nenhum partido está interessado em que se descubra o "esterco" feito durante os respectivos mandatos!

Eu e várias pessoas reclamaram ao Provedor do Telespectador para a RTP explicar as contas da empresa em relação à separação dos canais de serviço público e canais do cabo, mas nunca se dignaram responder ao cidadão. A verdade é que administração da RTP está-se a c*g*r para os portugueses. Os provedores (que são imposição legal) não conseguem respostas e se fazem barulho não duram muito tempo no cargo, como aconteceu com o provedor do ouviente Mário Figueiredo.

Agora muita atenção, porque é natural começarem a sair "noticias" para tentar manipular a opinião pública. O público menos informado ouve ou lê certas notícias e a reacção é: acabem já com a RTP! É isso que alguns querem...

Anónimo disse...

Nesses pareceres é descrito o que irá acontecer à RDP, nomeadamente se a Antena 3 será privatizada?

MS disse...

Luis Carvalho, em relação ao ponto 2 e relativamente ao que está consagrado na constituição, eu não me admiraria muito se esta fosse revista, a propósito de introduzir alguma imposição vinda da Europa ou utilizando outra desculpa qualquer, e a obrigatoriedade de prestação de serviço público fosse modificada ou retirada do texto, temo que o mesmo possa acontecer outros direitos consagrados na constituição caso exista uma revisão, e como já vem sendo hábito, muito convenientemente só no fim do mal estar feito é que alguém chama a atenção para o problema.

Yagi (autor do blog) disse...

A Constituição apenas exige a «...existência e o funcionamento de um serviço público de rádio e de televisão», artº 38, nº5. Não dita um número mínimo de canais, nem que tipo de programação deve ser emitido (com excepção do espaço de direito de antena e de resposta) ou número mínimo de horas de emissão.

Por isso não se fiem na Constituição como salvaguarda do serviço público. Basta o Governo deixar no ar um canal de televisão e outro de rádio que respeita a constituição. Mas ninguêm aqui disse que que o serviço público ia acabar!

ra20 disse...

Yagí

É preciso ter atenção que para cumprir com a Constituição e manter o Serviço Público não é necessário nenhum canal público de TV ou Rádio. O Serviço Público pode ser contratualizado com um operador privado e o Estado pagar por esse serviço.
Apesar de não concordar com esta possibilidade ela existe e pode acontecer...

Anónimo disse...

O artigo está excelente, como sempre. Em relação aos jogos olímpicos, não é necessário subscrever nenhum operador pago. Basta ter uma parabólica e um recetor HD e apontá-lo para o Astra 2, mais de 12 canais em HD sobre os jogos sem pagar.

Luis Carvalho disse...

"MS":

Rever a Constituição? Mas agora a CRP foi despromovida a um decreto-lei ou a uma lei ordinária? A própria Constituição impõe restrições à revisão do texto. incluindo a obrigatoriedade da aprovação das alterações por uma maioria qualificada de 2/3 dos deputados e um período de 5 anos a contar da revisão anterior no qual não é possível efectuar modificações nestes termos. A alternativa seria a aprovação por 4/5 dos deputados...

Face a estes constrangimentos, a Europa não pode por si só obrigar a mudar a Constituição, nem de Portugal, nem de outros países europeus que adoptaram o mesmo sistema, sem que haja um consenso político alargado. Por outras palavras, a coligação PSD/CDS-PP não faria nada sem ter o consenso do PS. Como será expectável, a alternativa seria uma unanimidade PSD+CDS+BE+CDU. Alguém acredita que esta segunda opção vingaria? É que, no limite, o parlamento teria de ser dissolvido e o Presidente teria de convocar eleições antecipadas, das quais, resultaria, muito provavelmente, uma situação igualmente complicada no que concerne à gestão política. Ora, da minha percepção da política nacional, duvido muito que fosse encontrado um consenso de tal forma alargado que permitisse a remoção do n.º 5 do artigo 38.º. Não esquecer que, dentro do próprio PSD, do CDS e do PS há muita gente conta a extinção do serviço público de rádio e televisão.

Mais: a Europa nunca poderia obrigar a remover certos direitos fundamentais consagrados na Constituição, pelo simples facto de a própria CRP interditar a revisão dos direitos fundamentais dos cidadãos. E se em Portugal, há um grande consenso político sobre a Europa, creio bem que noutros países a simples alteração das respectivas Constituições (até para a questão da regra de ouro ) vai implicar a queda de vários governos, com a agravante de alguns dos parceiros de coligações serem anti-Europa, recusando terminantemente pactuar com a Sra. Merkel...

Yagi (autor do blog) disse...

«O Serviço Público pode ser contratualizado com um operador privado e o Estado pagar por esse serviço.»

ALTAMENTE IMPROVÁVEL. Isso iria condicionar seriamente a grelha de programação do canal ou canais que aceitassem prestar esse serviço. Duvido que algum canal privado se dispusesse a tal.

Além disso o texto refere a: "existência e o funcionamento". Ou seja, existe e funciona, o que pressupõe a existência de canais próprios. De outra forma não faria sentido referir existência, pois se se quisesse apenas assegurar o funcionamento do serviço bastava referir apenas funcionamento. O legislador certamente colocou no texto a palavra "existência" para salvaguiardar a possibilidade dos canais existirem e não cumprirem a função de serviço público, por exemplo, não emitirem programação como o Canal HD.

Castro Sousa disse...

@Miguel
Sim arrisco o meu lugar e o das pessoas que trabalham comigo para poder revelar informações bastante genéricas que muita gente pode aceder quer seja em papel quer seja via informática.
Não posso revelar mais porque, desde finais do ano passado, que muita informação é separada e enviada aos gabinetes por partes.
Foi assim que algumas pessoas foram descobertas como sendo fontes de informações para a comunicação social.
(salvé a internet gratuita nalguns locais da Capital)
Sempre dificulta muito o trabalho dos, mais de 2600, "membros da PIDE" que operam sobre uma estrutura privada que trabalha para o governo com o objectivo de manter dentro de portas tudo o que se vai fazendo e estudando.

Como já devem ter notado, neste momento TUDO o que é dito por membros do governo ou que surge nos jornais, passa por um crivo muito apertado criado pelo gabinete de comunicação do governo.
(como referi anteriormente... alguém acredita que os ataques muito abrangentes, sobre a vida pública e privada, dos jornais ao ministro da "comunição" são por mero acaso?)
As poucas coisas que vão sendo dadas a jornais e televisões, é tudo controlado.
Daí estas coisas não chegarem a conhecimento público ou chegarem já muito mastigadas.
Infelizmente não sei o que serão os outros 2 pareceres nem que indicação terão.

O conselho de administração da RTP também ainda não terá tudo selecionado para avançar numa das 4 opções disponíveis... daí existir muita balburdia quer seja nas rescisões (que estão a ser feitas) quer seja em alterações de programação. Ninguém ainda achou estranho que não se tivesse avançado já com "propostas" sobre a grelha de outono da RTP?
Pode ser que nos próximos 45 dias as coisas se tornem mais claras e as opções sejam apresentadas e escolhidas.
O ano passado, por esta altura, já tinhamos a 2 a anunciar algumas séries para setembro-outubro. E a rtp1 a escolher concorrentes para concursos dessa grelha.
Neste momento... existe programação até meados de Setembro, para a frente é uma nébula muito densa.

E não Yagi, não existe qualquer referência à RTP Memória neste parecer. Só mesmo a entrada da RTP Info como sendo o canal público de televisão.
Já tentei conversar com outras pessoas para tentar perceber o que seria feito aos canais 8-9 do muxA mas, ninguém sabe. Sendo que, segundo dados que tenho, só cabem 7 canais SD e 1HD no muxA, no esquema actual.
Portanto, 1-2-sic-tvi-artv-rtpinfo e o fantasma. Talvez tenha sido um lapso da empresa que criou o parecer ao ter colocado a rtpinfo na posição 10.

Castro Sousa disse...

Outra coisa que se têm falado por aqui é o que se faz com os outros mux que foram devolvidos pela PT.
Nesta coisa não posso revelar nada... porque nada se passa.
Desde a devolução dos mux que eles desapareceram sem deixar rasto de todos os dados da TDT.
Surgiu a sugestão de entregar 1 mux a cada operadora de televisão para o tentarem rentabilizar. A nível de custos os valores eram bastante altos e ninguém se mostrou interessado (não existiu qualquer decisão governamental do anterior governo sobre isso mas existiram conversas).
Já lá vai mais de 1 ano e não há qualquer referência à possibilidade de usar esses mux para outras funções. Quer seja vender o espectro de emissão a privados ou activar o mux regional que estava consagrado para abrir este ano.
No entanto, no contrato assinado pela PT-Governo-canal 1- canal 2 -Sic (a tvi ainda não assinou pois existem divergências financeiras relativas aos emissores que a TVI tinha), deixou de existir referência ao canal hd e ao mux regional.
Portanto, neste momento o canal HD... é mesmo um fantasma que está na grelha da TDT.

Anónimo disse...

Acho que já estão a entrar num quadro de desespero aqui no forum. Eu não acredito na privatização da RTP e fundamento a decisão nos seguintes pontos:
_ os principais grupos de comunicação não querem: não é por acaso que os podres do relvas estão expostos diariamente nos jornais. Resta saber quem vai cair primeiro...o relvas ou o próprio governo.
_ em relação aos gastos da rtp, ela gasta como sua parceiras públicas europeias. Geralmente os gastos dos canais públicos europeu é igual ao valor da totalidade da publicidade televisiva do respetivo país, no caso português cerca de 300 milhões de euros.

O problema da rtp é que ela esta a ser gerida numa lógica de mercado e a favor dos privados. É isso que explica o seu comportamento em relação tdt e a sua guerra aberta com as empresas de audiências.


DUARTE

Yagi (autor do blog) disse...

O Canal HD foi criado para funcionar de forma temporária, até ao Switch-Off final (26/04/2012), como já escrevi aqui no blogue. Como todos sabemos, funcionou só durante alguns dias em testes e nunca como foi planeado. A partir de 26 de Abril, o Canal HD, para todos os efeitos passou à história. Por isso não é surpresa que já não haja referência ao canal.

O que deveria já estar decidido e implementado era a ocupação a dar ao espectro do ex-Canal HD. Mas já sabemos que Governo, PT, RTP, SIC e TVI estão todos apostados em estrangular a TDT e forçar à migração para operadores de TV paga onde todos ganham mais dinheiro à custa dos portugueses. Por isso não se vislumbra qualquer alternativa para o espectro do Canal HD e restante espectro livre, alias como eu esperava e escrevi alguns meses atrás. Terminados os apagões desapareceu o principal incentivo para melhorar a oferta da TDT.

Sinceramente não sei de onde surge a referência a um Mux regional. Nos concursos da TDT nunca houve referência a muxes regionais. Dos 5 muxes, 3 seriam de cobertura nacional (A,B,C) e 2 (D,E,F) cobririam só o litoral. Relativamente ao planeamento de espectro é que foram estudadas várias coberturas pós Switch-off: 1 cobertura Distrital e 3 coberturas MFN a nível nacional. Dada a sabotagem a que a TDT foi sujeita e o grau de adesão à TV por subscrição é altamente improvável que sejam activados novos muxes em Portugal, aliás, opinião que já tinha partilhado anteriormente.

Yagi (autor do blog) disse...

«O problema da rtp é que ela esta a ser gerida numa lógica de mercado e a favor dos privados.» Precisamente o que tenho afirmado. E aplicar sublinhado em «...a favor dos privados»!

Helder disse...

O serviço publico no seu melhor, cria-se um canal especifico para a transmissão dos jogos olimpicos e em HD, dão-se ao luxo de fazer publicidade do mesmo mas no fim de contas não é livre apenas para quem paga. Estando na TDT um canal fantasma HD(que não sei porque é que ainda aparece)não entendo porque é que sendo um canal temporario e que ainda por cima nem publicidade emite não foi colocado na TDT para que todos podessem ao menos ter alguma alternativa nem que temporaria á miseria dos nossos canais nacionais.
Pagamos todos a RTP e no final de contas só alguns é que teem direito aos seus canais, a onde anda o tribunal constitucional nestas materias que tanto zela pela igualdade entre os portugueses?

André disse...

Desde o passado Sábado que fiz 2 queixas à ERC e à RTP, porque as emissões na RTP2 estavam SEMPRE com a linha azul em baixo:
Emissão da RTP Olímpicos xxxxxxxx. Emissão na RTP Informação XXXXX

Isso deve ser classificado como publicidade aos operadores de cabo e assim devia ser considerada. Pois chegavam a ser minutos e minutos com aquela linha de publicidade.
Já não basta que muitas das competições onde estão Portugueses a competir, não seja emitidas pela RTP2, também temos de aturar competições onde não há portugueses em competição e publicidade ás operadoras de cabo.

Pelo menos, penso que a reclamação que fiz para a RTP terá sido tida em conta, pois desde ontem que desapareceu a constante linha onde só falavam na RTP Olímpicos (ou RTP HD que ía aparecendo pelo meio de alguns resultados) e a RTP Informação.
Acabou por ser substituída por uma linha informativa e, só de longe a longe, é que lá passa a informação das horas das competições que são transmitidas noutros canais dos serviços pagos por assinatura de televisão.

Neste momento, já temos outra situação que não se entende. Um português é candidato a estar nos 20 melhores do mundo no Contra-Relógio individual de Ciclismo. A RTP2 está a transmitir judo... com francesas, italianas, koreanas, japonesas e holandesas...
Ao mesmo tempo temos um dupla nacional a competir na vela... também está a dar num dos canais pagos.
Já o mesmo se passou no fim de semana quando um português estava no grupo fugitivo da competição individual de estrada... e a RTP2 transmitiu competições com estrangeiros para encher o espaço. Enquanto que a competição era transmitida noutro lado.

Mas, isto deve ser, como alguém já referiu, uma forma de a RTP mostrar que não têm audiência e descer o valor de venda.

songohan disse...

Ontem no Expresso surgiu a notícia que a RTP está a cancelar todos os contratos de programação do canal 2 já a partir de Dezembro.
Alguns funcionários também já estão a ser dispensados e outros já sabem que em Janeiro serão dispensados.
Será disto que o Castro Sousa estava a falar?
Mas, se o canal 1 vai para mãos privadas daqui a poucos meses, não será que a RTP2 está a ser desmantelada para lá colocarem a grelha que sobrar da RTP1, depois desta ser vendida?
Daí cancelarem toda a estrutura e grelha de programação para poderem criar uma nova grelha já com os 2 canais juntos.

Yagi (autor do blog) disse...

Depois da privatização de um canal já não faz sentido falar em RTP1 e RTP2. O canal público que sobrar vai ser um canal generalista que vai manter o tipo de programação da actual RTP1. A maioria da programação da actual RTP2 vai acabar, como já havia afirmado em 11 de Julho. O espírito "alternativo" da programação da actual RTP2 vai acabar. O serviço público vai piorar. A televisão portuguesa vai piorar.

songohan disse...

http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=56336

O sol hoje avança com nova notícia sobre a venda da rtp... e, estranhamente, chega-se à conclusão que, afinal, a RTP é viável. Em 2011, graças à contribuição audiovisual, eles conseguiram equilibrar as contas. Pois só têm metade da publicidade do que têm os privados e suportam 2 canais.
Estranhamente, voltamos ao mesmo onde não é dito quanto custa e quando recebem pelos 2 canais que estão nas operadoras de cabo...
Por outro lado... o governo continua a assobiar para o lado, no entanto, pelo que é dito aí na notícia, o castro sousa já cá tinha dado informações que estão agora a ser "faladas" como sendo do tal grupo, que uns dizem não estar escolhido, outros dizem já estar a trabalhar há mais de 1 mês.

Yagi (autor do blog) disse...

A privatização da RTP é uma mais uma palhaçada, mais uma farsa, como aconteceu com a TDT! Decidiu-se fechar um canal de televisão e um canal de rádio sem sequer estar definido primeiro o que é ou deveria ser serviço público! Fecha-se porque sim! Quanto se vai poupar ao Orçamento de Estado? O que vai ser realmente vendido? Quanto espera o Estado receber pela venda? Nada se sabe!! Primeiro decidiu-se vender, agora arranjam-se uns estudos para justificar a decisão! Mantenho o que disse em Outubro de 2011:

«Privatizar um dos canais é a pior solução. A poupança será mínima e o país ficará com um serviço público mais pobre. (...)Na minha opinião saltou um passo essencial. Antes de apresentar o plano de reestruturação, a RTP deveria ter sido alvo de uma inspecção pelo Tribunal de Contas. Estou certo de que seriam encontradas formas de se poupar muitos milhões.»

Vejam os milhões de Euros mal gastos que o TC está a encontrar quase todos os dias na saúde, na educação, etc. Má gestão e políticos incompetentes é o mal de Portugal.

Ana disse...

A RTP está a cortar com TODAS as produtoras. Tanto seja da RTP1 como da RTP2.
Vários dos programas televisivos já têm data para o final da sua emissão.
Por exemplo: o programa O Preço Certo irá fazer gravações entre Setembro e Outubro para terem programas até Dezembro.
A produtora já cancelou vários contratos e membros da equipa já foram dispensados. Outros foram terminados os contratos e passaram a trabalhar a recibo verde para permitir programas em directo após o final da produção agendada. Com a promessa de poderem vir a assinar novos contratos, depois de definidos os programas para 2013.
Outros programas estão a ser renovados até Dezembro, ao contrário do que foi feito até este ano. Em vez de se fazerem contratos e programação para o período de Setembro a Fevereiro, agora é só Setembro a Dezembro.

André disse...

http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=57512

É OFICIAL.
O que o castro sousa disse é mesmo verdade...
A RTP2 vai desaparecer, RTP1 será entregue a um novo operador numa coisa muito similar ás PPP (parcerias público-privadas) com o estado a pagar um valor todos os meses para que esse operador vá cumprindo o serviço público de televisão.
Amanhã devem sair mais promenores pois dá a entender que os canais da RTP no cabo serão, também, entregues a esse concessionário que fique com os direitos.

Pior do que isso... isto quer dizer que a TDT serão só 3 canais!!! Já que o encerramento da RTP2 não será preenchido por mais nenhum canal (o canal parlamento está bloqueado).

Andam a "reduzir" os proveitos das PPP "porque são muito caras" e vão fazer outra pelo mesmo tempo que as que tanto criticam...

"Faz o que eu digo, não faças o que eu faço" <- lema deste governo.

Yagi (autor do blog) disse...

Este assunto tem continuação em:
LIQUIDAÇÃO TOTAL! - RTP2 acaba e RTP1 concessionada