A ANACOM acaba de dar conhecimento da decisão de alterar a configuração da rede TDT para uma rede de multi-frequência (MFN) constituída por pequenas redes de frequência única (MFN de
SFN). Este foi um dos cenários apresentados na recente consulta pública sobre a evolução da rede de Televisão Digital Terrestre em que o blogue TDT em Portugal participou. Todavia, esta alteração não deverá ocorrer a curto prazo. Certa (como já tinha vaticinado) é a passagem a definitiva da rede temporária constituída pelos emissores da Lousã, Monte da Virgem e Montejunto a operar em frequências alternativas desde Maio de 2012.
A prazo, e se o projecto de decisão passar a definitivo, nas zonas do mapa ilustrado, serão progressivamente activadas novas frequências e alterada a frequência de emissão da actual rede SFN para a mesma frequência a utilizar em cada zona de cobertura. Em alguns locais, para além da resintonia dos equipamentos, será necessário proceder à reorientação da antena de recepção. Esta é a opção que mais garantias de qualidade de cobertura dá, mas é também a que mais impacto terá junto população, pelo que já havia apresentado diversos alertas e sugestões à ANACOM no sentido de serem salvaguardados os interesses da população, nomeadamente:
- Definindo um período adequado de simulcast para as emissões.
- Divulgando o processo de forma atempada e pormenorizada através dos canais FTA.
- Aumentando previamente a oferta de canais de forma a compensar os transtornos e custos em que os cidadãos irão incorrer.
Contributo do blogue TDT em Portugal à consulta pública (na integra)
Resposta do blogue TDT em Portugal ao projecto de decisão (na integra)
11/04/2013: actualizado com a resposta ao projecto de decisão
20/05/2013:
A Anacom aprovou o projecto de decisão que, a prazo, irá transformar a rede SFN em rede MFN de SFN's. A decisão pode ser consultada aqui.
Relatório da consulta pública ao projecto de decisão (obs: a maioria das criticas e considerações do blogue TDT em Portugal não constam do documento!)
Mais uma vez lamento a ausência de resposta por parte da Anacom (documento acima) a várias questões colocadas e a supressão de todas as criticas constantes no documento enviado. A resposta do blogue TDT em Portugal pode ser consultado (sem censura) aqui.
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23 comentários:
Chegaram à conclusão que tu já defendes aqui há vários anos... e terão gasto várias centenas de milhões de euros em estudos e contra-estudos para validar a informação que já era do conhecimento público, principalmente graças ao que a Espanha já tinha feito anteriormente.
É Portugal no seu melhor. "Os outros descobriram que este sistema não funciona... para nós vai funcionar em pleno." Então vá de pagar estudos a umas quantas empresas para se ter mesmo a certeza que os outros não tinham sido enganados....
Agora, mais uns milhões para pagar as mudanças nalguns emissores.
Mais uma grande oportunidade para a PT arranjar mais uns milhões de lucro ás contas da confusão que vai acontecer em várias regiões do país ao ouvirem falar que os canais vão mudar de sítio e que é preciso fazer nova sintonia.
Estou a adivinhar que vamos ver a PT a contratar mais uns milhares de vendedores para andarem a percorrer o país para "avisarem" as pessoas que a TDT está com problemas e que devem aderir aos serviços pagos da PT para garantirem a qualidade do sinal.
Esta mudança vai provocar mais despesa as pessoas. Já perdemos cerca de 10 anos neste processo TDT, onde a única beneficiária foi a meo. Olhando para este mapa, parece-me que os antigos emissores, caso do muro, vão voltar á vida. Porquê que isto não aconteceu desde inicio? Quanto tempo as pessoas vão aguentar ter uma tdt cheia de falhas? Triste país!
O SFN até pode funcionar bem, teria é que ter sido mais bem planeado. Se a TDT paga tivesse avançado não tenho dúvidas que a rede seria melhor. Sem ela, o operador (que está no negócio da tv por assinatura) não tem interesse que a rede seja boa. Em 2008 apesar de se saber que a rede seria SFN, sempre pensei que teriam o bom senso de utilizar alguns emissores MFN como fazem a Espanha e outros países. Sem emissores MFN seriam necessários mais emissores SFN.
Infelizmente, quando se trata de defender os interesses da população os últimos "governos" não copiam o que é bem feito "lá fora". Preferem dar ouvidos a pseudo-especialistas ao serviço de lobbies.
Como suspeitava, quem vai pagar a factura, como sempre, é o contribuinte.
Não sei como não foi debatido a questão da PT deixar a exploração da tdt. Implementação da tdt desastrosa, beneficio próprio evidente e concorrência desleal. Será que também é preciso chamar troika para resolver esta matéria?
Esta mudança vai provocar mais despesa as pessoas.
Não sei porquê.
Vai originar mais despesas porque a cobertura vai sofrer alterações e em alguns locais será necessário proceder a ajustes no sistema de recepção: reorientação de antenas, ajuste do ganho de amplificadores, alteração de filtros, reprogramação de centrais.
Isto já era de prever Yagi, já o tinha dito em tempos, agora depois de terem gasto tanto dinheiro em novos emissores chega-se á conclusão que se pode reutilizar a antiga rede e que se calhar os resultados seriam bem melhores.
Não andei a estudar em Coimbra 5 anos para chegar a esta conclusão mas desde inicio que nunca entendi porque teríamos de construir uma nova rede de emissores, e porque é que tínhamos de ter uma rede sfn, os problemas de que muita gente se queixa já era de prever, no meio disto tudo a única alegria que me resta é ver a possibilidade de ver o emissor do Muro novamente a funcionar e a cobrir praticamente do Rio Minho até para lá do Douro já para não falar da hipótese dos nossos irmãos da Galiza voltarem a ter sinal dos nossos canais pois o mesmo emissor conseguia-se captar em Vigo.
Parabéns Yagi mais uma vez por este blog pois parece que graças a ele iremos ter uma melhor cobertura da tdt já que melhor tdt para já não se pode dizer, os meus parabéns.
@Helder, apenas parte da antiga rede pode ser utilizada. Enquanto a TV analógica estava no ar os emissores não podiam ser utilizados para emitir o DVB-T. Parte da infraestrutura já é partilhada e alguma pode ser utilizada na rede MFN, mas o que é especifico do sistema digital terá que ser instalado nos sites MFN. Obrigado pelo apoio :)
Uma coisa que estou a achar estranha é a descida para o grupo dos canais 40.
Quer dizer que já se está a planear vender as frequências que ficam entre o 50 e o 60 para as operadoras móveis usarem?
Não é nada estranho, há mais de 1 ano que é conhecido que as operadoras móveis querem mais espectro. Foi noticiado em Fevereiro de 2012 nas Breves TDT: Nova alteração da frequência TDT no horizonte.
Em Portugal os interesses de alguns são acautelados rapidamente, mas raramente os dos consumidores.
Subestituindo a Rede SFN por MFN e dividindo as frequencias desde o canal 21 ao 50 para portuguseses e espanhois, será que chega para os dois?!
A PT só se enganou na cobertura a onde lhe interessava... O interior do país foi o local escolhido pela PT para encostar as pessoas à parede. Eu vivo numa zona do interior onde cada vez mais tenho o sinal da tdt portuguesa mais fraco e da espanhola mais forte. Todas semanas sou contactado para aderir ao meo, apesar de eu demonstrar o meu desagrado por este comportamento agressivo.
Olhando para cobertura que PT vez nos principais centros do país, vendo os avanços que estão a ocorrer ao nível da compressão de canais na TDT, não me admirava nada que a PT viesse apostar na TDT paga. Cá em Portugal tudo é possível...
Coloquei a questão da disponibilidade de espectro para a possível expansão da TDT (novos muxes, tv regional, tv local) à ANACOM, no documento que enviei a propósito da consulta pública, como todos podem comprovar no documento que disponibilizo neste post. E não é do canal 21 ao 50 é do 21 ao 48.
A TDT paga em Portugal é carta fora do baralho.
Obrigado pela correção Yagi
A ideia de dividir / coordenar as frequências com Espanha não é de todo descabida, mas eu iria mais além...convidava-os a partilhar connosco os seus emissores para Portugal (já que mais de 1/3 do nosso território tem TDT ES "por natureza"), partilhávamos a infraestrutura, custos, técnica e assim o território da Peninsula Iberica teria algo comum, á semelhança do que acontece por proximidade entre a Holanda, Belgica e Luxemburgo ou Alemanha / Austria. Aumentava-se a oferta de canais livres e difundia-se a TV paga em TDT. Além disso por exemplo em Madrid (como no restante terriorio, seria possivel ver canais portugueses). Creio que todos ganhariam e os custos seriam reduzidos.
Coordenar frequências com Espanha não é uma "ideia" é uma necessidade! Todos os países coordenam com os seus vizinhos as frequências de radio e televisão para impedir interferências.
A questão de emitir TDT espanhola em Portugal e portuguesa em Espanha já foi abordada aqui no blogue: http://tdt-portugal.blogspot.pt/2011/01/tdt-televisao-portuguesa-galicia.html
Com excepção das zonas de fronteira (e mesmo assim nunca passou da intenção) não acredito que haja qualquer interesse dos espanhóis em transmitir os canais portugueses em Espanha (ocupando espaço que poderia ser ocupado por canais espanhóis).
desde ontem que na zona do concelho do Fundão, em habitações onde não havia qualquer perda de sinal, para aqueles que compraram antenas novas, que se nota uma perda incompreensivel que se traduz no facto de ser impossivel ver um minuto de televisão sem interferencias. O que fazer ?
No concelho do Fundão (como em muitos outros locais do país) há zonas de recepção terrestre e zonas de recepção satélite (DTH). Sugiro:
1. Verificar se está numa zona de cobertura terrestre ou satélite.
2. Consultar a vasta informação sobre problemas de recepção e outra disponível neste blogue (incluindo frequências alternativas).
3. Caso a instalação tenha sido feita por um profissional, contactá-lo.
4. Eventualmente reclamar junto da PT e da ANACOM.
Fernando, eu também passei por isso... Eu comecei por esconder a antena de outro emissor que também tinha sinal naquela região, melhorou um bocado. Agora instalei um filtro para interferências do 4 g, agora dificilmente falha. Penso que as antenas mais diretivas sofrem muito com interferências do 4g. Vê se alguma operadora passou disponibilizar agora o serviço 4g?
Fernando, pode não ser perda de sinal. Como o tempo aqueceu, podem estar a começar a manifestarem-se os fenómenos de propagação.
Bom dia,
Desde ontem às 14 horas +/- que o emissor de Penacova deixou de emitir ou emite com menos potência e o da Lousã no 56 também está mais fraco.
Sabem o porque? Mais alguém já verificou isto?
As antenas mais directivas são MAIS eficazes na discriminação dos sinais, logo são quase sempre melhores que as antenas pouco directivas (baixo ganho) quando se pretende evitar sinais interferentes.
O 4G pode afectar a recepção da TDT quando o sinal (4G) é muito FORTE.
Desconheço alguma redução de potência no C56 da Lousã, sei é que nunca deveria ter sido activado com a configuração actual (e em SFN)! Não confundir potência do sinal com qualidade do sinal!
Este post é sobre a decisão de alteração da rede TDT. Agradeço que os comentários respeitem o assunto discutido. PARA PROBLEMAS DE RECEPÇÃO HÁ UM POST DEDICADO EM DESTAQUE NESTE BLOGUE. Obg.
Lamentável a actuação da Anacom nesta consulta pública. No contributo que enviei fiz várias críticas e pedidos de esclarecimento, por exemplo:
- Alerta para a possibilidade REAL de interferências no canal 46, com video comprovando um caso de interferência de um canal da Galiza na televisão portuguesa.
- Toda a argumentação para a desactivação do emissor SFN no Trevim/Lousã (que causa interferência destrutiva em várias zonas).
- Pedido de informação para quando a abertura de concursos para novos muxes de TDT nacional, regional e local.
- Aumento da oferta de canais na TDT e ausência de recomendação da Anacom ao Governo nesse sentido (apesar de fazer parte das suas competências).
Quase tudo foi cortado e as perguntas continuam sem resposta! Talvez devidos às várias críticas recebidas, em vez de publicarem os documentos tal com recebidos (em pdf), imprimiram e digitalizaram com uma qualidade tão má que estão quase ilegíveis. Perdeu-se também a possibilidade de utilizar as hiperligações inseridas nos mesmos e obviamente os documentos não são indexados pelos motores de busca. Não satisfeitos, "esconderam" os ficheiros, sendo necessário muito clicar para os encontrar. Coincidência? Não acho!
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