Sem grande surpresa, tomei conhecimento que a ARTV - Canal Parlamento teve em Janeiro, mês em que arrancaram as emissões oficiais na TDT, uma audiência média diária de apenas 600 telespectadores! Nos meses anteriores, com base apenas nas audiências dos operadores de televisão por subscrição, o canal tinha uma média diária de 400 telespectadores. Ou seja, a disponibilização da ARTV na TDT trouxe ao canal apenas mais 200 telespectadores/dia.
Sabendo que a emissão através da TDT custa 400.000€/ano, ficamos a saber que a disponibilização da ARTV na TDT custa ao Estado ou seja, a todos os contribuintes, pelo menos 33.333€ por mês, só em custos de emissão e para uma audiência média de 200 telespectadores/dia. Calculando o custo diário teremos: 400.000€/365/200 = 5,48 € por dia por telespectador, um valor muitíssimo superior aos dos restantes canais de serviço público!
Como disse, este nível de audiências não me surpreende pois já tinha alertado que o canal desperta um interesse reduzido junto do público. Aliás, isso tinha ficado bem patente numa recente votação online do blogue TDT em Portugal. Foi pois disponibilizado um canal em part-time, que pouco interesse desperta nos cidadãos e que em termos de relação custo/audiências fica caríssimo ao Estado. Recordo que os alegados (e falsos) elevados custos de emissão na TDT, serviram de desculpa para a não disponibilização da RTP Memória e da RTP Informação na TDT, disponibilização essa que o blogue TDT em Portugal vem reclamando junto das entidades oficiais desde Junho de 2009. A RTP Memória e a RTP Informação, esses sim, foram reclamados para a TDT por muitos portugueses. Mais uma vez ficou comprovada a total incoerência de argumentos de quem "tutela" esta área.
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15 comentários:
Se temos, seguramente, os blocos de informação com maior duração do mundo em canais generalistas, onde a vida política tem o papel principal. Para quê ver o canal parlamento? Há muita gente que nem sabe que ele existe... A pt vem podia pagar factura toda do canal parlamento, não estava fazer favor nenhum ao povo...só seus amigos políticos.
Penso que nessas contas ainda deviam ser descontados o fim de semana e as férias pois não há emissão. Em vez de 365 dias devem ser uns 200 dias de emissão por ano.
Sendo assim o valor é ainda mais elevado.
Enquanto o poder do dinheiro falar mais alto, a PT e o "Oliveirinha" detiverem o monopólio destes serviços, a cobardia e a participação do Governo, continuarem a preponderar, dificilmente teremos mais canais na TDT. Da maneira como as coisas estão, este comboio nem da estação sequer sairá. Continuo a dizer, que só através do Parlamento ou Tribunal europeu, os interesses instalados terão que ceder por obrigação. O Estado só escolhe os maus exemplos de outros países, não lhes interessa o que fazem os espanhóis, neste caso em relação à TDT espanhola.
Não conheço nenhum país que tenha disponibilizado um canal parlamentar na TDT antes de aumentar a oferta de canais. Portugal não copiou um mau exemplo, Portugal é o mau exemplo !
Boa Noite
Eu devo ser um dos 200 cidadão que vê a artv na TDT. Não tenho cabo e profissionalmente dá-me jeito. Sei, e reconheço que para a maioria das pessoas não tem interesse, apesar de achar que o canal ARTV podia ser partilhado no restante tempo por outro canal. Eu antes de ver a ARTV na TDT usava a versão online, que ainda uso, pois vejo mais ao fim-de-semana. Na minha opinião o canal era partilhado ao fim-de-semana com outro canal e durante a semana quando não dava emissão tb poderia ser partilhado. Em relação à RTP memória, RTP informação, canal HD entre outros tem que existir o quanto antes!
O canal ARTV podia ser partilhado com um novo canal de educação e cultura, gerido pelo Ministério da Educação e Ciência. Há muitos programas que poderiam ser emitidos, incluindo a emissão de colóquios, conferências, e cursos de formação. No fim-de-semana poderia ter audiência, e seria uma alternativa à restante programação emitida nos restantes canais.
A ARTV, tal como está (na TDT) é um enorme desperdício de espectro e dinheiro. Contra o desejo e os interesses da população decidiram avançar com o canal na TDT antes de terem alargado a oferta de canais "normais", nomeadamente os canais já classificados de interesse público, como são a RTP Memória e a RTP Informação. Reafirmo a proposta que fiz em Setembro de 2012:
Senhores deputados:
Já que não chegaram a acordo para, em nome do interesse público, serem disponibilizados na TDT a RTP Memória, a RTP Informação e/ou até mesmo a RTP Internacional, e insistem em impor a ARTV aos portugueses, deixo-vos algumas sugestões:
Mudem o nome ao canal (por ex. para: Sociedade Civil ou Cidadania TV) e abram o canal à participação da sociedade civil! Se a RTP2 for encerrada, porque não continuar a emitir alguns conteúdos actualmente produzidos para a RTP2? Porque não abrir o canal à participação das universidades? Porque não emitir alguma da programação da RTP Internacional? Porque não emitir alguma da programação da RTP Memória com interesse histórico ou sociológico? Creio que o único risco que se corre é o do canal se tornar minimamente interessante para o público, ou seja, para quem o paga!
In blogue TDT em Portugal, 3/09/2012
ARTV é uma desculpa para tirar a RTP2. Afinal vamos ficar com o mesmo número de canais.
«ARTV é uma desculpa para tirar a RTP2.»
A acreditar na "informação" mais recente, o Governo já não vai privatizar/vender/fechar a RTP2 ou a RTP1.
Vale a pena ler esta notícia do Público online para nos rirmos um bocadinho e termos um momento de boa disposição: Notícia do Público
Não temos só a menor oferta de TDT da Europa, mas também uma das mais fracas do Mundo! Muitos países do chamado terceiro mundo têm uma oferta de televisão digital terrestre melhor que a portuguesa, como aliás tenho referido. É o que acontece quando os políticos não têm a mais pequena consideração pelos seus cidadãos. É preciso não esquecer quando chegar a hora de votar...
"É preciso não esquecer quando chegar a hora de votar...
Para quê? Quem para lá for, depois de lá estar, vai esquecer-se de tudo o que tem andado a dizer enquanto oposição.
Não estava propriamente a fazer um apelo ao voto... ninguém é obrigado a colocar a cruzinha. Fica ao critério de cada um.
Não entendo como é que tecnicamente possível determinar o número de espectadores de uma emissão de tipo broadcast como é a TDT.
Alguém me pode explicar?
Da mesma forma que se determinava o número de telespectadores antes da chegada da TDT. Há uma amostra de telespectadores e o consumo de televisão é analisado.
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